SOBRE ELEONORA MENDONÇA
Como corredora, ela teve uma carreira excepcional. Ela levou o nome do Brasil às mais importantes competições internacionais. Além de ter sido a primeira brasileira a correr uma maratona olímpica, deteve recordes brasileiros em todas as distâncias de 1.500m até a maratona. Eleonora obteve as melhores colocações nas maratonas de Boston (7º) e Nova York (5º), duas das provas mais importantes do mundo, e foi a melhor atleta brasileira em três edições da Corrida de São Silvestre.
Como ativista, lutou pela igualdade de eventos no atletismo, tendo, inclusive, tomado posições drásticas para garantir o seu direito de participação na maratona feminina das Olimpíadas de Los Angeles, uma vez que já havia vencido a seletiva e obtido o critério olímpico.
Eleonora presidiu o Comitê Internacional de Corredores, organização que trabalhou para a inclusão de eventos femininos de longa distância nos Jogos Olímpicos. Ela faz parte do seleto grupo de atletas de vários países que participaram desse movimento e é reconhecida como uma das Primeiras Damas (First Ladies) das corridas.
Empresária, sócia fundadora da Printer Promoções Internacionais, Eleonora organizou em 1980, a primeira corrida feminina na América Latina, sendo também pioneira ao publicar a primeira revista de corridas no país – A Corrida – e também ao confeccionar e comercializar as primeiras roupas especificamente de corrida, para homens, mulheres e crianças.
Em janeiro de 2017 fundou o Instituto Eleonora Mendonça, que tem por objetivo resgatar, preservar e divulgar a história do atletismo, atuar no presente e pensar o futuro do esporte no Brasil, através de ações esportivas, culturais e sociais.
HOMENAGENS - HALL DA FAMA
Eleonora Mendonça recebeu as seguintes homenagens e reconhecimentos pelas suas realizações esportivas no Brasil e nos EUA como atleta e organizadora de corridas de rua.
1997 - I Corrida Feminina Eleonora Mendonça – Avon
Em reconhecimento à realização no Brasil do Circuito Internacional de Corridas Avon que, em sua primeira edição, foi a primeira corrida feminina na América Latina
2000 - Hall da Fama - Cambridge Sports Union
Uma honra a sua carreira defendendo com amor a camisa do clube nas diversas corridas de rua e de cross-country nos EUA
2007 - Corrida Leblon-Leme - Sport Society
Na realização aos moldes da primeira corrida internacional no Rio de Janeiro, recebeu o reconhecimento pelo seu pioneirismo empresarial e organizacional em eventos esportivos
2010 – Iguana Sports - Summer Runs – Leblon-Leme
Uma homenagem pelos anos dedicados ao esporte e em especial à corrida de rua
2015 - Hall da Fama - Mt. Washington Road Race
A inclusão de Eleonora no Quadro da Fama como única corredora tricampeã e detentora de
dois recordes da prova.
2015 - Associação de Veteranos de Atletismo do Rio de Janeiro
O reconhecimento de um trabalho pioneiro que os veteranos de hoje continuam usufruindo.
2016 – Elas Por Elas – Camilla Sanpe
Um projeto artístico em reconhecimento a uma atleta olímpica brasileira.
2017 - Corrida Eles por Elas
Uma homenagem do Instituto Faz Sport e do Canal GNT pelo seu trabalho pela igualdade de gênero e empoderamento das mulheres no esporte, que fez parte da campanha da Petrobrás – DE CARONA COM ELAS
2017 - FEDERATION INTERNATIONALE CINEMA TELEVISION - FICTS
Uma homenagem feita na ocasião da exposição MEMÓRIAS DO ESPORTE, neste Centro Cultural Correios, em reconhecimento pela suas conquistas brasileiras e atuações internacionais no atletismo
2017 - Circuito Rio Antigo - Etapa Porto Maravilha
Uma homenagem à atleta que abriu as portas para milhares de corredores e organizadores
TEXTO CRÍTICO - CARLOS BERTÃO (CURADOR)
"O atletismo teve sua primeira competição em 776 a.C. na Grécia, com uma prova de aproximadamente 200 metros, vencida por Coroebus, da cidade de Élis. O formato moderno do Atletismo remonta a meados do Século 19. O atletismo feminino brasileiro tem um histórico de superação inigualável se comparado a qualquer outro esporte. Pouco conhecemos sobre as vitórias alcançadas pelas primeiras atletas a se aventurarem nesta modalidade e muito menos sobre a trajetória por trás de suas
conquistas. A história delas reflete a do Brasil , em particular, a do atletismo brasileiro.
Conhecer a trajetória delas é um estudo não somente de história mas também social e racial, pois a grande maioria destas atletas são negras, que sofreram discriminações que impactaram em suas performances e no avanço de suas carreiras. Mas, com muita coragem, lutaram contra tudo e contra todos para superar esses obstáculos. Com essa premissa, Eleonora Mendonça, a primeira brasileira a participar de uma Maratona Olímpica, em 1994, em Los Angeles, decidiu resgatar as brilhantes trajetórias dessas atletas, criando um grupo denominado “AS PRIMEIRAS DAMAS DO ATLETISMO BRASILEIRO”, que serve de título da exposição proposta.
Aqui estão homenageados o atletismo feminino brasileiro e algumas das principais atletas que iniciaram o processo de valorização desse esporte tão popular. Além de Eleonora Mendonça, que concebeu este projeto através do Instituto que leva o seu
nome, apresentamos as atletas Conceição Geremias, Erica Lopes, Melania Luz e Silvina Pereira das Graças Silva, além de uma homenagem póstuma a outras grandes atletas que já fizeram parte desse grupo mas que já nos deixaram.
Uma sinopse da vida de cada uma delas e a exposição de objetos originais por elas utilizados fica demonstrada não só a importância delas no desenvolvimento de nosso atletismo como a valiosa e corajosa superação dessas atletas no correr dos anos, muito pouco conhecida pelos brasileiros. Complementando essa homenagem são apresentados, entre outros, materiais de competição e de cobertura de mídia, fotos e os principais resultados das carreiras de cada uma delas, no nível internacional.
Uma salva de palmas para essas heroínas que, além de fundamentais para o desenvolvimento das mulheres no atletismo brasileiro, serviram de estímulo e exemplo para as gerações mais recentes de nossas atletas."
SOBRE CARLOS BERTÃO (CURADORIA)
Carioca, advogado, formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com mestrado na Universidade de Nova Iorque (NYU), trabalhou em escritórios de advocacia no Rio de Janeiro, São Paulo e Nova Iorque.
Em 1980, foi contratado pelo Banco Mundial, em Washington, onde trabalhou por quase vinte anos.
Colecionador de obras de arte há mais de 40 anos, ao se aposentar do Banco Mundial retornou ao Brasil e passou a se dedicar à produção e curadoria de exposições.
Foi curador, entre outras, de exposições no Centro Cultural Correios, no Rio de Janeiro, Espaço Cultural Correios, em Niterói,no Centro Cultural do Banco do Brasil, em Brasília, no Centro Cultural da Caixa Econômica Federal, em São Paulo, no Museu de Arte Contemporânea do Estado de Mato Grosso do Sul - MARCO.
Hoje divide seu tempo entre o Rio de Janeiro e Bonito, MS, tendo concebido e executado o projeto IMERSÕES MS, que envolveu um trabalho de residência do renomado artista plástico Carlos Vergara na região da Serra da Bodoquena, também com a previsão de uma exposição no Museu de Arte Contemporânea do Estado de Mato Grosso do Sul - MARCO e a preparação e execução de um livro e de um vídeo do trabalho desenvolvido durante a residência.
Foi, também, Curador da exposição CONSCIÊNCIA, do artista peruano Ivan Ciro Palomino, produzida pela ONU, e realizada no Centro Cultural Correios RJ, no período de 25/09/19 a 19/01/20, que foi visitada por 143.524 pessoas.
Em todas as exposições que curou, nas quais apresentou obras de mais de 40 artistas, Carlos Bertão contou com a participação de Alê Teixeira, que foi responsável pelo design e pela iluminação delas.