24/08/2022 às 14h53min - Atualizada em 30/08/2022 às 00h01min

Últimos Dias: Gilberto Salvador traz experiência imersiva em exposição Abraço da Água – Swimming Pool

Nova mostra traz memórias afetivas e de superação do artista plástico

SALA DA NOTÍCIA Luana Dallabrida
Divulgação
Em nova mostra, até dia 27 de agosto, na Galeria Estufa, o pintor, desenhista, gravador e arquiteto Gilberto Salvador traz o trabalho mais íntimo e afetivo de sua carreira, em um conjunto de pinturas com técnicas mistas, focado nas experiências existenciais do artista com a água.

“A constância das minhas sessões de natação foi emoldurada pelos aladrilhamentos das piscinas que frequentei, onde centrava meus esforços físicos”, afirma o artista, que teve poliomielite quando pequeno e, hoje, é cadeirante. As obras rebatem em seu discurso estético, com cores, luzes e, principalmente, transparecem suas meditações e introspecções.

A série é composta por 10 unidades: na exposição, o artista exibe nove e mais quatro gravuras com a temática água. As pinturas foram criadas em metal de grandes proporções com tinta acrílica sobre cartão e madeira, posteriormente fundidas com resina acrílica e fibra de vidro. Já nas gravuras, Gilberto Salvador usou método técnico centenário, em que a gravação é feita com águas fortes e águas tintas. “Nadei quase todos os dias nesses últimos 40 anos, às vezes no mar, outras mais constantes, em piscinas. O impacto do abraço da água em meu corpo, os instantes em que ela me envolveu, criou um momento único de reflexão sobre a vida, espelhando o passado e o futuro nos ladrilhos, além do sentido de liberdade que o nadar me proporciona ainda hoje”, reitera.

ÁGUA, monotipias
A mostra das monotipias produzida está centrada no fato de um artista contemporâneo utilizar uma técnica antiga, na maneira de produzir seu trabalho. “Utilizei o caráter pictórico e gráfico da gravura em metal que, por meio de processos de Água Forte (traços gravados em placa de cobre) e Água Tinta (texturas e matizes gráficos), consegue características que não podem ser reproduzidas pela pintura ou desenho tradicional”, comenta. A produção foge do pensamento de se utilizar a gravura como método reprodutivo e utiliza intrinsicamente sua característica gráfica como linguagem, criando monotipias.

COLIBRI, 2011
"Meu processo criativo, tanto na pintura, na gravura, quanto na escultura, se dá de maneira única, independente do suporte ou da técnica. Na escultura, assim como na gravura, por exemplo, não se trabalha sozinho. Você trabalha com técnicos que vão te orientar e inclusive te dar elementos que ajudam a enriquecer a linguagem da sua poesia. Mas, na escultura, particularmente, depende da escala e do material. Às vezes, faço maquetes e, às vezes, vou direto para a escultura em escala um pra um. Depende do desenho. Se ele está bem concluído na minha cabeça, eu vou direto sem passar pela maquete", comenta Salvador.

BOTO, 2010                                    
“Os botos foram figuras presentes em minha vida de adolescente, nadando no mar em Praia Grande e posteriormente nos momentos de velejadas pelo litoral brasileiro. Famílias de boto, de uma certa forma, projetavam a harmonia familiar" finaliza o artista.

SOBRE GILBERTO SALVADOR
Gilberto Orcioli Salvador (São Paulo, São Paulo, 1946). Pintor, desenhista, gravador, arquiteto, professor. Forma-se em arquitetura em 1969 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo - FAU/USP, onde mais tarde atua como professor. Paralelamente aos estudos universitários, dedica-se à pintura e ao desenho. Expõe individualmente, pela primeira vez em 1965, na Galeria de Arte do Teatro de Arena em São Paulo. É premiado com a medalha de ouro no Salão de Arte Contemporânea, Campinas, em 1967, e, nas edições de 1969 e 1970, com o prêmio aquisição. Participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo, e entre suas principais mostras individuais destacam-se duas exposições no Masp, em 1985 e 1995. Em 1999, a escultura Vôo de Xangô é instalada na Estação Jardim São Paulo da Companhia do Metropolitano de São Paulo - Metrô. Sua obra se caracteriza pela oposição entre gestual e o traço rígido, entre as formas orgânicas e inorgânicas, entre o movimento e o estático. Nelas, as formas vivas, homens, flores e animais dialogam com figuras geométricas. O crítico de arte Jacob Klintowitz publica dois livros sobre o trabalho do artista, História Natural do Homem Segundo Gilberto Salvador, de 1985, e Gilberto Salvador O Reino Interior, de 2001.

Contatos:
Paula Fiori
Diretora Executiva
LAM Comunicação
[email protected]| 11 97242-6272
 
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