18/05/2023 às 17h02min - Atualizada em 19/05/2023 às 00h01min

Eduardo Coimbra faz convite para desaceleração na cidade com a instalação Terraço no Sesc Santo Amaro

Em Terraço, as pessoas podem até deitar-se no gramado do espaço expositivo e se render ao ócio e a reflexão

SALA DA NOTÍCIA Da Redação
https://www.sescsp.org.br/programacao/terraco-eduardo-coimbra/
André Luiz Silva

Com a participação do espectador e promovendo uma experiência de desacelerar, a instalação Terraço, de Eduardo Coimbra, será inaugurada no Sesc Santo Amaro a partir de sábado, 20 de maio. A visitação pode ser feita de terça a sexta, das 10h30 às 21h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h, até 3 de setembro

A estrutura expositiva propõe ao público uma pausa e suspensão do ritmo avassalador da rotina das grandes metrópoles. Com a arquitetura e a paisagem sendo seus motivos condutores, o trabalho traz uma instalação que se equilibra entre as elevações de concreto, cada vez mais frequentes, e o horizonte.  

“A intenção é criar um ambiente para o deleite do público, um local de relaxamento, algo que é difícil na cidade de São Paulo que tem um estilo mais frenético com todo o concreto e as construções. Haverá uma cobertura de grama sintética, espelhos que refletem a sala, as esquadrias, o céu artificial, além dos próprios visitantes, ampliando a visualidade e o efeito causado”, ressalta o artista. 

Como característica das obras de Eduardo Coimbra, a interação com o público é algo vital em Terraço. “A proposta é mostrar que essa exposição é para todos, nada hermética. O público pode até deitar-se no gramado, é um convite ao ócio e a reflexão e vai atingir todos de maneira diferente, pois no Sesc Santo Amaro passam pessoas multifacetadas ao longo do dia”. 

As instalações de Coimbra criam outras relações entre sujeito e cidade como em Passarela (2008) quando constrói uma estrutura suspensa que dá título ao trabalho no meio da Mata Atlântica, permitindo que os visitantes tenham outra perspectiva do lugar assim como a criação de uma interação orgânica entre o humano e a mata. O artista também já fabricou um céu que ficou embutido no pórtico de concreto (Welcome Rio, 2001); pôs o céu embaixo do chão (Passos Silenciosos, 1994); e fez um chão que flutua sobre o céu (Paisagem, 2000). 

O artista é movido pelo interesse em inventar algo que funcione no espaço real e físico das pessoas. Propor algo que interfira na realidade de quem passa no local da instalação e que fique de forma orgânica na vida. Uma de suas intervenções ocorreu no Museu de Arte da Pampulha com a exposição Natureza da Paisagem e teve uma situação curiosa. O local tinha um gramado que foi continuado para dentro do museu, devido a tranquilidade e atmosfera criada, uma família até acabou dormindo no espaço expositivo. 

Dentro do leque influências de Coimbra, a principal é a Land Art(Earth Art ou Earthwork), movimento artístico que surgiu na década de 60 nos Estados Unidos e na Europa. A ideia é fazer uma fusão entre a obra de arte com o espaço físico, como o artista está inserido no ambiente urbano, utiliza a arquitetura como propulsor. 

“Com a arquitetura e a paisagem sendo seus motivos condutores, chegamos a experiência do Terraço. Se a paisagem no tempo presente, particularmente nos grandes centros urbanos, é cada vez mais limitada a edificações e concreto armado, os espaços verdes e a relação mais próxima do sujeito com a natureza tornam-se questões urgentes. A vista do horizonte, muitas vezes, é o apartamento do seu vizinho. Simular um terraço é permitir ócio, especular sobre o que está a volta e que um dado de pausa seja constituído. Na sua relva de plástico vemos as nuvens entrecortadas sob o fundo cinzento da cidade. Seja como for, nos aproximamos de uma ideia de Éden. Mais do que isso, nessa atmosfera do sublime, podemos admiravelmente tocar o céu por meio dos cubos dispostos sobre o gramado. Permitir que sejamos transportados para longe desse espaço de angústia que as cidades têm se tornado é uma condição relevante de Terraço”, conta o curador Felipe Scovino. 

 

SERVIÇO 

De 20 de maio a 3 de setembro. 

Terça a sexta, das 10h30 às 21h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Livre. 

Agendamento de grupos: agendamento.santoamaro@sescsp.org.br 

Sesc Santo Amaro 

Rua Amador Bueno, 505, Santo Amaro, São Paulo (SP) 

Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30. 


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