A busca por recolocação profissional não é tarefa fácil, pelo contrário, é super trabalhosa e é dividida em várias fases. Definir qual seu objetivo, preparar currículos, editar quando necessário, buscar vagas, enviar currículos para essas vagas, preparar mensagens ou textos de apresentação para escrever no e-mail. Além disso, demonstrar quem é você no mercado, pedir indicações e várias outras coisas.
Se você já cansou até aqui, preciso te falar que a fase mais crucial ainda não chegou: a entrevista.
Tudo que você fez até agora somente leva para esse momento e te coloca de frente com o recrutador. Ele irá analisar você, seu comportamento e seus conhecimentos e tentar encontrar identificação com a vaga disponível, você, por sua vez, irá analisar se é realmente isso que quer, se a empresa e vaga têm os interesses que você procurando.
Nem todo contato com a empresa são entrevistas, às vezes, o candidato é chamado para realizar testes, provas, dinâmicas, mas em todos esses momentos o candidato poderá ser analisado. Por exemplo, não é porque você está fazendo uma prova de matemática e português que o recrutador não irá observar a sua forma de comunicação, postura e interesses. Até numa ligação pode se criar uma expectativa positiva ou negativa.
“A primeira impressão é a que fica”, mas ninguém te conta que só temos uma chance de deixa-la. Aproveite!
Normalmente existem dois tipos de entrevista, uma com o pessoal do Recursos Humanos (RH) ou Departamento Pessoal (DP) que analisam mais questões comportamentais e se seu perfil encaixa nos critérios da vaga. Sim! Antes de uma vaga ser aberta é fundamental que a empresa tenha uma breve descrição dela, com requisitos básicos objetivos para guiar o recrutador.
O segundo tipo de entrevista é com o Gestor da vaga (o seu futuro chefe ou líder), que nessa hora analisará questões mais técnicas, sobre os processos que acontecem no dia a dia da empresa. Ele conhece os sistemas e atividades que são realizadas diariamente e poderá analisar se você se encaixa no perfil desejado. Além disso, é comum fazer um comparativo com a primeira entrevista do RH para complementar alguma coisa que ficou faltando ou esclarecer dúvidas.
Como se preparar?
Estude a empresa - analise a sua história, seus valores e missão, seus produtos. Tente descobrir que processos e sistemas ela está utilizando. No LinkedIn, por exemplo, você pode encontrar a empresa, o chefe, os seus futuros colegas de trabalho e dar uma boa consultada do que acontece em seu dia a dia. Pesquise!
Se conheça – eu desconheço um momento de análise pessoal tão profunda, tão autorreflexiva, do que a entrevista. Dormimos e acordamos sem pensar no que somos bons, quais nossos pontos fracos, o que nos incomoda, como reagimos a determinadas situações de raiva, pressão, entre outros. Na entrevista podem ser perguntados tudo isso e só conseguirá responder quem se conhecer bem.
Saiba contar a sua história profissional. Entenda de uma vez que o recrutador não quer saber da sua vida pessoal. Responda perguntas sobre seu passado dando ênfase para aspectos de experiência, cursos, escola, habilidades e competências adquiridas.
Cuide do visual, tente se alinhar com o perfil da empresa. Se ela for mais formal, capriche nos trajes sociais. Se ela for mais criativa e atual, tente estar alinhado com isso também. Afinal, é lá que passará boa parte dos seus dias e é fundamental que se sinta bem com os trajes e costumes da empresa. Você não é obrigado a aceitar a vaga, analise se ela tem relação com o que acredita e com seu jeito.
Treine as respostas das principais perguntas, se possível faça uma simulação com algum amigo ou pessoa da área (de RH). Seja pontual, leve sempre o currículo impresso, caneta, algo para anotar. Ou tudo isso em algum eletrônico como celular ou tablet. Cuidado com barba, cabelo, maquiagem, perfume, se atente aos detalhes.
Converse – a entrevista de emprego não é uma investigação policial, fale e mostre o que descobriu sobre a empresa, pergunte sobre o dia a dia da vaga e mostre as competências que você tem que podem contar pontos para essa tarefa. Utilize técnicas de quebra-gelo para se conectar com o recrutador ou gestor.
Por fim, saia das respostas “clichês” que sempre escutamos por aí:
- Quero ajudar a empresa a crescer...
- vou me desenvolver profissionalmente...
- Sou o candidato ideal para a vaga e vou dar o meu melhor...
E o que respondo então?
Vamos exemplificar uma vaga do comercial para a pergunta “POR QUE DEVO TE CONTRATAR?”
Porque conheço o seu produto (estudou a empresa), ele faz x, y, z tem as vantagens de x, y, z e tenho a habilidade de prospectar clientes e negociar para trazer mais fechamentos, já entendi que precisarei fazer em média 40 contatos por dia (me conectei com a vaga), inclusive já fiz isso na antiga empresa (seu histórico) onde desenvolvi aspectos de negociação e contra argumentação.
Perceba esse exemplo de resposta aborda vários pontos acima. É só questão de treino.
Finalmente, nervosismo é comum na maioria dos candidatos. Não deixe que isso atrapalhe ou impeça você de responder alguma coisa importante. Essa preparação ajuda a contornar esse processo do medo e da ansiedade, pois quando se está preparado para essa fase crucial tudo isso ficará de lado.
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