Norteada pelos ideais de humildade, persistência e fé, a Associação Bauruense de Desportes Aquáticos (ABDA) busca, desde sua criação em 2010, contribuir para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, tornando-os cidadãos de bem, campeões no esporte e também imbatíveis na vida. Ao longo dos anos, diversas pessoas têm suas vidas modificadas, histórias contadas e conquistas celebradas na ABDA.
Para alcançar esse objetivo, a ABDA usa o esporte como ferramenta aliada à educação. Cada participante, durante sua trajetória na instituição, desenvolve bom comportamento, comprometimento e disciplina, características necessárias para se destacar nas competições e também credenciá-lo a vagas em bolsas de estudo que, todos os anos, a diretoria da ABDA disponibiliza, sempre levando em conta o mérito de cada um.
“Sabemos que a vida de atleta traz muitas conquistas, boas amizades, eleva a autoestima, mas um dia acaba. O que fica é o estudo, que ninguém pode tomar de você, e é isso o que incentivamos. Queremos que os mais velhos sejam sempre exemplos e inspiração para os mais novos”, explica Claudio Zopone, fundador e mantenedor da ABDA.
Recordes educacionais – O ano de 2022 começa com recordes na ABDA, dessa vez na educação. Serão mais de 100 atletas bolsistas, sendo 60 universitários, 21 deles ingressando no primeiro ano da faculdade, dois desses irão estudar em universidade pública. Os primeiros frutos desse trabalho já começam a despontar. Atualmente, são mais de 10 atletas formados e inseridos no mercado de trabalho. “Nosso compromisso com as crianças vai até vê-las formadas e encaminhadas profissionalmente”, explica Claudio Zopone.
A assistente social Raunith Martins recorda que a ABDA começou a ofertar bolsas de estudos em 2012, com cerca de 10 atletas e foi aumentando a cada ano. “Em 2014, tivemos nosso primeiro bolsista universitário e daquele momento em diante não parou mais. Atualmente, temos mais bolsistas universitários que estudantes do ensino fundamental e médio, isso é inédito na ABDA”, ressalta.
Cada atleta formado e inserido no mercado de trabalho é motivo de orgulho e visto como a maior conquista de todas, muito além de medalhas e troféus. “É nossa maior satisfação. Eles estão investindo em casa própria e construindo seu futuro com as próprias mãos, trazendo imenso orgulho e a certeza que vale a pena investir nas crianças, abrindo o caminho, direcionando com humildade, persistência e fé”, explica Raunith.
Cursos variados – É comum atletas optarem por cursos com alguma ligação com esportes, tais como Educação Física, Fisioterapia, Nutrição e Biomedicina. Entretanto, carreiras como Engenharias Civil e Mecânica também figuram entre os mais procurados. A ABDA não direciona nenhum curso, deixando o bolsista livre para escolher qual profissão seguir. Em 2022, além dos cursos citados, haverá atletas da ABDA em faculdades de Administração, Agronomia, Ciência da Computação, Design, Direito, Engenharia de Produção, Gastronomia, Medicina Veterinária, Produção Audiovisual, Psicologia, Publicidade e Relações Internacionais.
O atleta de polo aquático Diego Ribeiro Bueno de Paula, 18 anos, entrou na ABDA aos 8 anos. Inspirado pelos pais, a irmã e primos, que são formados, Diego se empenhou em manter a bolsa de estudos conquistada no ensino médio há 6 anos e escolheu o curso de Medicina Veterinária para sua formação universitária. “Desde pequeno eu sempre gostei de animais. O curso é fantástico, estou gostando muito. Está um pouco corrido em relação aos treinos, por conta do horário e estudos, mas estou me adaptando e consigo treinar”, conta o atleta.
Diego avalia o esporte como uma fonte de oportunidades. “Desde que entrei na ABDA, mudou muito a minha vida. O esporte me deu muitas oportunidades e até hoje faz isso por mim. Agradeço a todos os profissionais da ABDA e o mais importante de todos, o Cláudio Zopone, por todos esses anos que estou aqui e me ajudaram”, afirma.
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Primeiro universitário na família - Assim como muitos outros bolsistas, o atleta Samuel Vinícius dos Santos, 17 anos, será o primeiro membro da família a cursar uma faculdade. Ele conta que sempre gostou de esportes. Iniciou no futebol, não tinha muita habilidade, mas corria bem, por isso acabou abandonando para ingressar no atletismo, aos 13 anos.
Samuel conquistou mérito para a bolsa de estudos ainda no ensino médio e agora é universitário estreante. “Acredito que dá para conciliar a vida de atleta e os estudos com planejamento. Saber dividir as coisas, horário de treino é horário para treinar, horário de estudos é para estudar. Escolhi Relações Internacionais, principalmente, porque é uma área que eu gosto, essa parte de empreendedorismo, marketing”, explica.
Paulo Ricardo Cruz de Oliveira, 18 anos, atleta de polo aquático, também pretende ser o primeiro universitário formado em sua casa, para orgulho dos pais e do irmão. Para ele, o esporte sempre foi motivo de inspiração como um caminho para abertura de portas na vida. “Tenho um primo que jogou basquete e conseguiu uma bolsa nos EUA. Hoje, ele mora lá, é casado, tem filhos, conseguiu o green card (visto permanente) e é uma das minhas maiores inspirações”, conta Paulinho, como é chamado pelos amigos.
O atleta entrou na ABDA aos 7 anos e conquistou bolsa de estudos a partir do sétimo ano do ensino fundamental. Manteve o benefício, ano a ano, devido a seus méritos no esporte e no comportamento. “Foi uma das mudanças mais difíceis que eu tive na vida, por ter vindo de escola pública, mas meus pais me ajudaram muito, a ABDA deu um suporte incrível com as aulas de reforço e eu consegui me encaixar. Geralmente, quem vem de escola pública não tem o costume de estudar muito”, relembra.
Tecnologia como opção – Paulinho optou pela faculdade de Ciência da Computação graças ao gosto pela tecnologia. “Vi que é uma área que está crescendo muito no Brasil e no mundo. Vai ser um desafio conciliar a rotina de treinos e faculdade, mas nada nunca foi fácil sendo atleta, vou tirar meu tempo para estudar, focar e pretendo ir bem nos estudos”, promete o atleta. “Tudo que eu tenho conquistei através do polo, só tenho a agradecer à ABDA e ao Claudio Zopone. Se não fosse a ABDA, não me veria hoje fazendo uma faculdade, o esporte mudou totalmente a minha vida”, resume.
A atleta de polo aquático, Ana Luisa Magotti Felizardo, 18 anos, também vai cursar Ciência da Computação. Diferente do colega, a goleira sempre estudou em escola pública e este será seu primeiro ano como bolsista da ABDA. Ela conta que pretende ter méritos para manter os treinos e o benefício da bolsa para concluir o curso. “Me formar já era um objetivo, pois na minha família minha mãe foi a única que fez faculdade. Vou treinar à tarde, estudar à noite e fazer minhas coisas de manhã. Acredito que vou conciliar muito bem”, diz a atleta que frequenta a ABDA desde os 10 anos de idade.
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Portas abertas no futuro - A cada ano, fica nítida a valorização que os atletas dão aos estudos, desenvolvendo a consciência de que a formação e o conhecimento são os valores mais importantes a conquistar na vida, muito além dos títulos, medalhas e troféus do esporte.
A disciplina adquirida no esporte reflete também em atletas conquistando vagas em universidades públicas. “A vontade de ser bolsista estimula os atletas de maneira geral a se empenharem mais, pois sabem que para serem indicados, além da observação do comprometimento e disciplina, haverá avaliação do boletim, notas e frequência”, pontua a assistente social Raunith Martins.
Os nadadores, Yuri de Moraes Cabral e Gabriel Bozzolo, ambos de 18 anos, são dois dos quatro atletas da ABDA que já conseguiram passar em universidade pública. Ambos foram aprovados este ano no vestibular da Unesp, no curso de Educação Física. “Fiquei muito feliz com a aprovação, pois era uma coisa que eu queria muito e tinha conversado bastante com meus técnicos a respeito e como traria vários benefícios”, conta Gabriel Bozzolo. “A rotina de treinos diários no esporte e estudos exige igual dedicação. O esporte me ajudou muito a controlar a ansiedade no momento da prova e conseguir ter foco no que estava fazendo”, explica Yuri Cabral.
Verdadeiros campeões - Estas são apenas algumas das tantas histórias vivenciadas todos os dias na ABDA, desses que são os verdadeiros campeões na vida. “Seguimos cumprindo nosso papel, que costumo chamar de ‘paternidade coletiva’, oferecendo o melhor, cobrando muito, mas vendo o retorno do nosso trabalho em cada um dos 60 universitários, que representam uma vitória para nós, a realização de um sonho. Cada atleta formado concretiza o objetivo da ABDA, que é transformar vidas, oferecer uma perspectiva de futuro melhor. Cada novo bolsista universitário é exemplo de dedicação e mérito próprios, assim como cada nova criança que inicia sua jornada na ABDA é sempre a mais importante para nós. Ensinamos humildade, persistência e fé para formarmos os verdadeiros campeões”, diz Claudio Zopone.