Na América do Norte, o envio e o recebimento de cargas em portos da Costa Oeste não têm sido turbulentos somente nos Estados Unidos, às voltas com disputas trabalhistas que fizeram estivadores cruzar os braços nas últimas semanas. Greves recém-anunciadas também afetam as operações de portos na Costa Oeste do Canadá.
Os portos canadenses mais impactados são os de Vancouver e Prince Rupert, que ocupam respectivamente o primeiro e o terceiro posto entre os terminais marítimos mais movimentados do país. Negociações estão em curso, com o governo canadense servindo de mediador entre o sindicato de trabalhadores, a International Longshore & Warehouse Union (ILWU), e a entidade patronal – BC Maritime Employers Association (BCMEA). Como resultado da greve, nenhuma embarcação adicional foi atendida nesses portos desde 30 de junho.
O carvão é o principal produto de exportação canadense escoado pelo porto de Vancouver, com a maior parte tendo a Ásia como destino. Nesse atracadouro, o tempo médio de permanência (dwell time) de cargas prontas para embarque saltou de 2.2 dias, em 30 de junho, para 8.9 dias em 03 de julho, de acordo com dados da project44, provedora de tecnologias de visibilidade para a cadeia de suprimentos.
“Qualquer perturbação no fornecimento de fontes de energia para as indústrias asiáticas tende a elevar os custos de fabricação e ocasionar atrasos nas entregas de diversos produtos. Ou seja, as greves na Costa Oeste da América do Norte poderão ter um efeito cascata negativo no supply chain global”, afirma Pierre Jacquin, vice-presidente da project44 para a América Latina.
A project44 seguirá monitorando os efeitos das paralisações nos portos norte-americanos e fornecendo atualizações ao mercado.