Saúde não pode ficar dentro de teto de gastos, diz Lula

Presidente questiona o que é “gasto” e o que é “investimento” e afirma que os cursos de economia precisam mudar

Na segunda-feira (20/03/2022), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que a saúde não deveria estar sujeita a tetos de gastos durante o relançamento do programa “Mais Médicos”, agora chamado de “Mais Médicos para o Brasil”. O PT questionou a diferença entre gastos e investimentos, bem como a necessidade de uma mudança nos rumos econômicos.

“Como é que você pode colocar uma coisa como a saúde dentro do teto de gastos? Qual é o preço que você paga de não cuidar das pessoas na hora certa?”, disse o presidente. “Livros de economia estão superados, é preciso criar uma nova mentalidade sobre a razão de a gente governar.

A declaração de Lula sobre o teto de gastos segue a mesma linha adotada durante a campanha em 2022. O governo está formulando uma nova regra fiscal para substituir o teto. A medida foi apresentada a Lula na última 6ª feira (17.mar.) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Lula disse que é preciso mudar a mentalidade das pessoas na administração pública e criticou quem diz que políticas públicas são gastos. “Toda vez [que] a gente vai discutir um avanço social aparece alguém da área econômica para dizer ‘mas esse é um gasto, a gente não pode gastar, não tem mais como gastar’”, disse

Para ele, o Brasil gastou demais ao desconsiderar assuntos considerados "indignos" de atenção, incluindo educação e combate ao racismo.

O presidente também defendeu que haja subsídios para programas voltados aos mais pobres. Como argumento disse que o país suporta uma dívida de mais de R$ 1 trilhão e não teria motivos para não aguentar subsídios. 

“Nós precisamos arejar nossa cabeça, o curso de economia daqui para frente precisa mudar o que é custo, o que é gasto e o que é investimento. Porque não tem nada mais precioso do que investir para que uma pessoa pobre possa comer 3 vezes ao dia.