Tombado em 1988 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) por sua importância arquitetônica, histórica e cultural, o Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, completará 100 anos em 21 de julho de 1923.
Desde sua inauguração, o edifício e suas escadarias foram palco de marcos importantes para a história do Rio de Janeiro e do Brasil, como a campanha para vereador, em 1954, de Abdias do Nascimento, criador do Teatro Experimental do Negro no Brasil. Ele foi um dos primeiros candidatos a levantar a bandeira antirracista, com o slogan: Não vote em branco, vote no preto.
Outro momento marcante foi o velório do estudante Edson Luiz, de 18 anos, morto pela ditadura militar em março de 1968. O acontecimento parou a cidade e reuniu cerca de 50 mil pessoas. O palácio também recebeu a Passeata dos Cem Mil, manifestação popular contra a ditadura militar brasileira, organizada pelo movimento estudantil, ocorrida em julho do mesmo ano.
Mais recentemente, a sede do Legislativo carioca acolheu o velório da vereadora Marielle Franco, executada com quatro tiros na cabeça em março de 2018. Na ocasião, milhares de pessoas se reuniram em protesto nas escadarias do prédio.
Para marcar o início das celebrações do centenário do Palácio Pedro Ernesto, a Câmara do Rio lançou uma linha do tempo virtual que conta a história do prédio. A página na internet traz os principais marcos da trajetória não só do Palácio e da política carioca, mas também do Brasil, afinal a cidade foi a capital federal por quase 200 anos, entre 1763 e 1960.
O presidente da Câmara Municipal, vereador Carlo Caiado, destacou no lançamento da linha do tempo, que um dos objetivos do levantamento histórico é aproximar o cidadão do parlamento e da história da cidade.
“O Palácio é um dos palcos principais da política carioca e brasileira, onde, em toda a sua história, a população vem se manifestar. É um monumento da nossa democracia, que vamos exaltar, ao longo do ano, lembrando sua importância e abrindo ainda mais as portas para a população”.
O edifício foi batizado com o nome de Pedro Ernesto em 1951, em homenagem ao médico e ex-prefeito do Rio de Rio de Janeiro, após seu falecimento em 1942. Ele governou a cidade entre 1931 e 1934, como interventor, e depois de 1935 a 1936, eleito indiretamente pela Câmara Municipal.
O prédio também conta com um rico acervo de obras de arte, decoração interna e móveis de época, além de pinturas e esculturas. Também são atrações o Plenário e a Sala Inglesa, toda revestida em madeira de lei.
*Estagiário sob supervisão de Akemi Nitahara