José Figueiredo, ou Z´figueiredo, como assina, é, há mais de 45 anos, escultor e artista plástico luso-brasileiro Começou com a pintura, até que por volta dos 18 anos descobriu a paixão de sua vida: a escultura. Entre os anos de 1974 e 1978 aprendeu com o escultor Gildo Zampol as técnicas clássicas dessa forma de expressão e aos 30 anos concluiu a obra Os Orixás do Candomblé, que deu origem ao enredo de seu primeiro registro literário, a obra autobiográfica A Saga de um só.
No livro, Z’figueiredo – fã da poesia de Fernando Pessoa, citado já na introdução com sua celebre frase “A minha Pátria é a língua portuguesa” – narra, na terceira pessoa sua saga, desde o início de sua trajetória artística, em uma festa para comemorar também seus 30 anos, que deveria ter durado um dia, mas se se alongou por mais tantos, em seu ateliê localizado em Embu das Artes, em São Paulo.
“Começando com uma auspiciosa festa de aniversário, tudo parece fazer-nos crer que vai tratar-se de um mar de rosas. Mas em breve assistimos a momentos de interiorização que revelam um jovem altamente responsável, ponderado”, afirma Ana M. Coutinho e Castro, que assina a introdução do livro.
A narrativa continua e descobrimos o artista, que jovem prestou vestibular para Arquitetura, mas acabou ingressando na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Sedes Sapientes da PUC São Paulo, participou de diversos salões e exposições e, no início dos anos 1970, foi selecionado para a Bienal Nacional – Brasil Plástica 72 – Mostra do Sesquicentenário da Independência, o que o levou a recusar uma bolsa que pleiteara junto à Fundação Calouste Gulbenkian.
“Na categoria tempo faz evoluir a ação com datas, dias da semana, horas do dia ou da noite, com acontecimentos cronologicamente coordenados. O espaço torna-se fundamental em todas as suas variantes, com a preocupação pelo rigor da descrição e em consonância com as personagens que o habitam. De resto, a caracterização das personagens é enriquecida tanto pelo lado físico como pelo psicológico”, continua Ana M. Coutinho e Castro.
Porém a espinha dorsal de sua saga é ligada intrinsecamente aos seus orixás, que, em tempo de ditadura militar, que causavam desconforto na Igreja Católica por anos, em processos judiciais, agonia que durou mais de duas décadas.
A saga de um só
Autor: Z’figueiredo
Astrolábio Edições
Editora: Vitória Scritori
Coordenador Editorial: Vasco Duarte
Capa: Vasco Duarte
Composição Gráfica: Pedro Panarra
Revisão: Ana M. Coutinho e Castro e Eliana Rocha
1.ª Edição: Novembro, 2022
Páginas: 436
Impressão e acabamento: Atlântico Print
ISBN: 978-989-37-3572-5
Valor de capa: R$ 85,90
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