Segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), pedido de votos aconteceu em um culto religioso realizado em abril deste ano, ou seja, antes do primeiro turno. Deputados eleitos, vereador e pastor são multados em R$ 15 mil por pedido de votos em cult
A Justiça Eleitoral condenou dois deputados eleitos pelo Amazonas, um vereador de Manaus e um pastor a pagarem uma multa de R$ 15 mil por pedido de votos durante um culto na capital. O momento do pedido está registrado em vídeo.
Procurados, dois dos citados disseram que o caso está em fase de recursos.
Segundo denúncia do Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), o pedido de votos aconteceu em um culto religioso realizado em abril deste ano, ou seja, antes do primeiro turno das eleições.
O MP Eleitoral pediu a condenação do deputado federal reeleito Silas Câmara (Republicanos-AM), do deputado estadual eleito Dan Câmara (PSC-AM), do vereador Joelson Silva (Patriota-AM) e do pastor e vice-presidente da Igreja Assembleia de Deus no Amazonas (Ieadam), Moisés de Melo e Silva, por propaganda eleitoral antecipada.
Pastor Moisés de Melo pediu votos para Dan Câmara, Silas Câmara e Joelson Silva, em culto, segundo MP Eleitoral
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De acordo com o órgão, o pastor pediu votos para os três políticos, durante um culto no auditório da Igreja Canaã, em Manaus. A unidade pertence à Assembleia de Deus no Amazonas, igreja presidida pelo Jonatas Câmara, irmão de Silas e Dan Câmara.
À época, Silas Câmara era pré-candidato à reeleição a deputado federal. Dan Câmara e Joelson Silva eram candidatos a deputado estadual. O MP Eleitoral destacou que os três participaram do ato no palco ao lado do pastor Moisés de Melo, "na presença de grande público".
Conforme o órgão, a propaganda eleitoral só é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição.
Na representação apresentada à Justiça Eleitoral, o MP Eleitoral apontou que houve pedido explícito de votos em, pelo menos, cinco oportunidades, caracterizado por meio das seguintes expressões: “todos nós vamos trabalhar pelo deputado Silas”; “para fazer (eleger) o Dan junto com o nosso Deputado Silas”; “para fazer com que o Dan chegue lá! Para que o deputado Silas, chegue o nosso Joelson”; “nós conseguimos dar oitenta mil votos ou até mais. Os homens creem assim, amém?”; “nós vamos fazer com que o deputado Silas volte ao Congresso e os nossos Dan e Joelson cheguem a Assembleia Legislativa”.
Os pedidos foram registrados em vídeo. A decisão da Justiça Eleitoral traz prints (fotos) do vídeo.
No pleito deste ano, Silas Câmara foi reeleito com 125.068 votos. Dan Câmara teve 21.770 votos para deputado estadual e foi eleito. O vereador Joelson Silva também concorreu a vaga de deputado estadual, mas não se elegeu. Ele teve um total de 26.202 votos.
Pedido de votos em culto ocorreu na presença de grande público, afirmou o MP Eleitoral
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Recursos
O pastor, os deputados e o vereador apresentaram recursos à Justiça Eleitoral alegando que não há provas da propaganda irregular antecipada realizada no culto na Igreja Canaã e que a multa foi estabelecida em valor elevado.
Em resposta aos recursos, o MP Eleitoral argumentou que "a igreja é lugar onde a propaganda é vedada inclusive no período eleitoral; com maior razão, deve ser coibida quando efetuada extemporaneamente".
De acordo com o órgão, as provas apresentadas confirmam a realização de propaganda eleitoral antecipada, com a utilização das "palavras mágicas", como “todos nós vamos trabalhar pelo Deputado Silas” e “para fazer (eleger) o Dan junto com o nosso Deputado Silas”.
O MP Eleitoral sustentou que o valor é adequado diante da quantidade de pessoas que estavam presentes no culto.
O g1 entrou em contato com os quatro citados pelo MP. Apenas o deputado estadual eleito Dan Câmara e o vereador Joelson Silva responderam. Eles confirmaram que o caso está com recursos.
Segundo o MP Eleitoral, os recursos aguardam julgamento no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).
Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/eleicoes/2022/noticia/2022/10/28/deputados-eleitos-vereador-e-pastor-sao-multados-em-r-15-mil-por-pedido-de-votos-em-culto-no-am.ghtml