César Luís Velho, de 58 anos, foi preso na quarta (26) em Iranduba, após apresentar documento falso quando tentava solicitar carteira de identidade. Polícia do RS negocia retorno para cumprir prisão preventiva em razão do feminicídio ocorrido em 2017. Procurado pela Interpol, César Luis Velho é preso no Amazonas
Reprodução/Interpol
Acusado de matar a catequista Elaine Maria Tretto, em agosto de 2017, César Luís Velho, de 58 anos, foi preso na quarta-feira (26) em Iranduba, no Amazonas. O Ministério Público do Rio Grande do Sul deve pedir, a partir da próxima terça (2), a transferência dele para o estado.
G1 tenta contato com a defesa do denunciado.
O foragido era procurado pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) e foi reconhecido, segundo a Polícia Civil amazonense, após apresentar documento falso no Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) quando tentava solicitar a primeira via do Registro de Identidade (RG).
"Ele chegou lá acompanhado de uma mulher que se dizia assessora jurídica dele. Segundo a versão da mulher, ele não sabia falar, se dizia um caboclo velho", conta o delegado Rafael Sauthier, da Polícia Civil de Estância Velha.
Um investigador do Instituto de Identificação Aderson Conceição de Melo (IIACM), que atua como identificador, suspeitou que a certidão de nascimento apresentada por César era falsa e acionou uma equipe do Instituto. Peritos e investigadores do IIACM se deslocaram até o município, onde coletaram as impressões digitais do suspeito e as analisaram por meio de um sistema biométrico.
O resultado da análise apontou o verdadeiro nome do homem — César Luís Velho — e confirmou que ele possuía um mandado de prisão em aberto por homicídio no RS.
César foi encaminhado para a sede do Instituto, em Manaus, onde foi formalmente submetido ao processo de identificação criminal. Depois, ele foi encaminhado para uma audiência de custódia em Iranduba.
"O papel-cédula, o papel-moeda era verdadeiro, mas os dados eram falsos. Constava que o cartório de Registro Civil que emitiu a certidão de nascimento era o 10º cartório de uma cidade que fica a 1 mil quilômetros, mas a cidade tem só um cartório, e o policial logo viu que era falso", detalha o delegado.
Transferência após a eleição
Acusado de matar catequista há cinco anos em Estância Velha é preso no AM
De acordo com Sauthier, César foi preso por falsificação de documento, o que assegurou a prisão em flagrante — algo que não seria possível durante o período eleitoral. A Justiça do Amazonas, conforme o delegado, converteu a prisão em preventiva.
Na próxima terça-feira (2), 48 horas após o fim do segundo turno do pleito, ele não poderá ser solto, pois passará a cumprir a prisão preventiva pelo feminicídio determinada há mais de cinco anos no Rio Grande do Sul.
"Pelo feminicídio, não foi condenado. Tem contra ele uma prisão preventiva. O processo criminal está em curso. Na terça, a polícia já está avisada, farão a formalização da prisão preventiva. A partir daí, estará preso por ambos os crimes. Mesmo que um juiz do Amazonas dê liberdade provisória pelo documento falso, terá também a de femincídio", explica.
Apontado como assassino da esposa, César foi denunciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul, em 2018, por homicídio qualificado, após asfixiar Elaine no interior de uma igreja onde ela dava aulas de catequese, em Estância Velha, na Região Metropolitana de Porto Alegre.
A mulher, então com 51 anos, ensinava a um grupo no momento em que um homem entrou no salão paroquial, por volta das 20h, usando capacete, roupas pretas e coturnos. César teria ainda amordaçado e amarrado outras três mulheres e uma criança antes de cometer o crime.
Procurado pela Interpol, acusado de matar professora de catequese em Estância Velha é preso no Amazonas
Arquivo/SSP-AM
Vídeos: Tudo sobre o RS
Fonte: https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2022/10/28/procurado-pela-interpol-acusado-de-matar-professora-de-catequese-em-estancia-velha-e-preso-no-amazonas.ghtml