14/09/2022 às 18h53min - Atualizada em 15/09/2022 às 00h01min

Carol Braz, candidata ao governo do Amazonas, é entrevistada pela Rede Amazônica

Carol Braz esteve no estúdio no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi entrevistada pelos jornalistas Lane Gusmão e Fábio Melo.

AMAZONAS
https://g1.globo.com/am/amazonas/eleicoes/2022/noticia/2022/09/14/carol-braz-candidata-ao-governo-do-amazonas-e-entrevistada-pela-rede-amazonica.ghtml

Carol Braz esteve no estúdio no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi entrevistada pelos jornalistas Lane Gusmão e Fábio Melo. Rede Amazônica entrevista Carol Braz, candidata do PDT ao Governo do Amazonas
A candidata ao governo do Amazonas, Carol Braz (PDT), foi entrevistada ao vivo no Jornal do Amazonas 1ª edição desta quarta-feira (14).
A participação da candidata faz parte de uma série de entrevistas que a Rede Amazônica realiza com os cinco candidatos ao governo do Estado mais bem colocados na pesquisa do Ipec divulgada em 24 de agosto, de acordo com o seguinte cronograma:
Dia 12/09: Ricardo Nicolau (Solidariedade)
Dia 13/09: Amazonino Mendes (Cidadania)
Dia 14/09: Carol Braz (PDT)
Dia 15/09: Wilson Lima (União Brasil)
Dia 16/09: Eduardo Braga (MDB)
Carol Braz em entrevista nesta quarta (14).
g1
Carol Braz esteve no estúdio no bairro Aleixo, Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi entrevistada pelos jornalistas Lane Gusmão e Fábio Melo. A candidata do PDT tem como vice Engenheiro Machadão.
JAM 1 - A senhora ainda não exerceu nenhum cargo político pelo voto popular e concorre pela primeira vez ao cargo de governador do estado. Essa inexperiência pode ser uma barreira para o seu eventual governo?
​Eu considero que os 21 anos de serviço público me trouxeram a vivência próximo das pessoas. Comecei como policial, sou amazonense, comecei lá atrás como escrivã da Polícia Civil, concursada. Depois defensora pública e juíza, quando passei no concurso lá em Roraima, onde fiquei um ano e meio. E decidi voltar para a Defensoria Pública, porque eu gosto defender quem mais precisa. Também tive passagem pela Secretaria Estadual de Justiça, onde fui ordenadora de despesa, onde tive uma experiência com a gestão pública, e foi o que me acordou para perceber que muito pode ser feito, mas vezes falta vontade de fazer.
JAM 1- Caso seja eleita, ordenar um orçamento de R$ 26 bilhões não é bem diferente dos cargos anteriores?
Com certeza, eu ordenei um orçamento que era um dos menores do estado na Secretaria de Justiça, e consegui transformar esse menor orçamento em algo surpreendente, inclusive em ações que não custaram nada para os cofres públicos, como, por exemplo, criei o PAC em movimento. Fizemos mais de 50 mil atendimento de documentação, custo zero para o estado. Então mostrei que quando você quer realizar, você faz, mesmo sem ter tantos recursos. Então quando tivermos administrando o estado com todos os recursos do estado, tenho certeza que vou colocar o recurso no lugar certo, e vou fazer esse recurso render muito mais do que está sendo feito agora.
JAM 1 - Eleições anteriores também promoveram candidatos sem experiência na vida pública que não conseguiram inovar como prometeram. O que a senhora faria diferente deles?
​Eu acredito que o diferencial é a minha história de vida, eu já tenho uma história de trabalho, uma história de prêmios, no ano passado, recebemos o prêmio ​I​nnovare na defensoria pública. Então não estou aqui prometendo que eu vou começar a trabalhar pelo povo, eu estou me comprometendo a continuar fazendo o que eu sempre fiz, de trazer essa experiência exitosa, como policial exitosa, uma defensora pública premiada, uma juíza reconhecida no estado de Roraima, porque estive lá, mas depois voltei para cá, porque aqui é a minha casa. Qual é a minha diferença para os outros? Eu vou continuar fazendo o que eu sempre fiz. E tudo aquilo que eu me dispus a fazer, eu fiz bem feito.
JAM 1 - O que a senhora acha do fundo eleitoral, que tirou do orçamento a união, quase R$ 5 bilhões de reais este ano?
O fundo eleitoral é necessário para garantir a democracia, e garantir, por exemplo, que pessoas como eu, que não tenho parente rico, não tenho empresário, possa concorrer. Eu preciso da democracia, garantir recursos no fundo eleitoral, mas acredito que o aumento que foi feito no último ano nesse fundo foi algo exorbitante. Nós precisamos de recursos públicos, mas esse recurso precisa ser dosado.
JAM 1 - A senhora foi a que mais recebeu o recurso?
Já foi atualizado o sistema, a gente viu que o fundo do atual governador foi maior. Então em um primeiro momento, nós como temos total transparência, o partido já divulgou todas as informações de forma pública, porque essa informação é pública, e depois vimos a publicação dos demais candidatos. E esse recurso é necessário para dar apoio a todas as candidaturas do nosso partido, e para levar a nossa mensagem e preparar um programa para quem está em casa conhecer as nossas propostas, e que elas possuem opções, porque, senão, ficaria na mente das pessoas apenas os nomes já conhecidos, do atual governante e dos demais que já foram governante. Então é preciso que a população saiba que existe uma opção.
JAM 1 - A senhora foi secretária de justiça e cidadania do atual governo. Em julho de 2020, a senhora deixa o cargo e se filia ao PSC, partido do governador até aquele momento. Existia expectativa do partido lançar seu nome para prefeitura nas eleições de 2020, porém isso não aconteceu. A senhora se sentiu traída pelo partido? E como isso impactou sua decisão de, dois anos depois, se candidatar ao governo do estado?
A gente percebe que esse convite, naquele momento, como eu disse, a secretaria de justiça é uma secretaria pequena e que, graças ao nosso trabalho, e a uma equipe também forte que a gente conseguiu ganhar uma visibilidade muito grande, e mostrar que é possível fazer, com vontade de fazer. E isso nos alçou a ser ali cogitada para vir candidata a prefeita, naquele momento, mas por uma decisão do partido realmente não houve lançamento de candidatura.
JAM 1 - A senhora se sentiu traída pelo partido? E como isso impactou sua decisão de, dois anos depois, de se candidatar ao governo do estado?
​Eu acredito que naquele momento Deus me deu um livramento, porque se eu estivesse naquele grupo, eu iria me prejudicar. E hoje estou em uma candidatura nova, independente, de forma limpa, onde eu não preciso carregar os pecados de outras pessoas. Naquele momento, eu estaria no partido do governador, que após essa situação, houve vários episódios que sujaram o nome dele. Então hoje estou em um partido que defende a educação, defende os trabalhos.
JAM 1 - Quando a senhora era secretária de justiça, há dois anos, na época da sua pré-candidatura a prefeita, o comitê de combate à corrupção e caixa dois eleitoral denunciou que a senhora teria usado a estrutura da máquina pública para autopromoção, com atos assistenciais, como emissão de segunda via do RG, entrega de mascaras e álcool em gel e outras ações. O que a senhora tem a dizer sobre esta denúncia?
​Não, essa denúncia foi feita porque, como secretária de justiça, dentro da pandemia, nós fizemos a distribuição de cestas básicas, distribuição de álcool, e cestas que eu consegui da iniciativa privada, né? Doações, álcool em gel, e vários equipamentos para as pessoas que estavam trancadas dentro de casa, e não tinham máscara. Essas doações foram feitas como atividade institucional da Secretaria de Justiça, era a minha obrigação fazer. Tanto que eu fiz minha defesa, e essa denúncia nem chegou a virar um processo porque o Ministério Público arquivou de antemão, porque viu que não havia nenhum fundamento nessa denúncia. Então eu tenho muito orgulho de toda a atividade e de toda a atuação que eu tive naquele momento, de não deixar a população abandona​da​ e de cumprir a minha missão como secretária de justiça, e o MP percebeu que era uma denuncia que não tinha nenhum fundamento.
JAM 1 - De onde partiram essas denúncias? Isso motivou o partido a não colocar o seu nome como candidata a prefeita na época?
Não, até porque essa denúncia surgiu e logo depois foi arquivada, isso não teve nenhuma repercussão e acredito que o não lançamento de uma candidatura foi uma decisão realmente do partido, e não teve relação com uma situação imediatamente arquivada.
JAM 1 - O principal nome do seu partido hoje, candidato a presidente, Ciro Gomes, já fez falas machistas em alguns momentos. Sendo mulher, como a senhora recebe este tipo de fala do seu candidato a presidente?
Muitas falas foram distorcidas, e em relação a outras falas que ele aprendeu com a vida, com o respeito às mulheres. Hoje, inclusive, ele escolheu uma mulher como vice para demonstrar o respeito que ele tem com as mulheres. Além disso, na sua administração como governador, os recursos eram administrados na sua maioria por mulheres, mostrando que ele valoriza a força do trabalho feminino. Então para mim é importante que me permitiu essa candidatura, ou seja, que fortalece a pauta feminina.
JAM 1 - Mais de 51% do eleitorado no amazonas é feminino, mas grande parte desse público não vota em candidatas. Como a senhora vai trabalhar para mudar essa realidade?
​Eu tenho andando muito nas comunidades, e tenho sentido a euforia das mulheres de saber que temos a chance de, pela primeira vez na história do Amazonas, colocarmos uma mulher como governadora. Acho que tivemos, como a política ainda é uma ambiente, poucas mulheres se disponibilizam a concorrer, então eu discordo dessa pecha que "mulher não vota em mulher", e de muitos homens também que alertam e dizem: "A gente já votou em tantos homens que não deram certo, vamos agora colocar uma mulher no governo do estado, por que a mulher tem cuidado, e porque não cuidar do governo?"
JAM 1 - O plano de governo a senhora cita que vai tirar do papel a casa da mulher brasileira. Esse projeto em parceria com o governo federal foi criado quando a senhora ainda era secretaria da Sejusc. Por que a senhora não conseguiu realiza-lo quando estava no poder e como vai fazer pra implementá-lo se for eleita?
Com certeza vou tirar a casa da mulher brasileira do papel, por quê? Eu lutei muito para trazer os recursos para cá. Esses recursos antes eram concedidos pelo governo federal, mas com esse novo governo os recursos precisam vir do estado, e eu não consegui com o estado os recursos. E eu tive que ir a Brasília, e lutar com toda a bancada para conseguir a unanimidade da bancada, para que todos eles votassem a favor de destinar R$ 10 milhões para o Amazonas. Esse recurso já está destinado para a construção da Casa da Mulher Brasileira, e depois que eu saí do governo nada foi feito. Então isso me impulsiona a realmente vir candidata, para mostrar que quando a gente quer, a gente faz.
JAM 1 - Como esse projeto irá funcionar?
​a casa da mulher brasileira é um local onde você vai ter a delegacia da mulher, a promotoria da mulher, a defensoria da mulher, serviço social, as perícias. Então uma mulher resolveria em um único local, ela não vai mais precisar ir pra delegacia, depois vai pra defensoria, depois vai no iml. Hoje as mulheres desistem no meio da denúncia, porque é um caminho muito tortuoso que ela precisa caminhar. Por isso que essa casa é tão importante, e vamos inclusive casas como essa de menor porte para municípios com mais de 50 mil habitantes. Precisamos mudar essa história de tanto abandono com as políticas públicas para mulheres, idosos, crianças, pessoas com deficiências e ​LGBT+.
JAM 1 - O amazonas registrou um aumento de 54% no número de crimes violentos entre os anos de 2020 e 2021. os dados constam no monitor da violência do g1. Qual sua proposta de governo para trazer sensação de segurança para a população?
​Eu já fui policial, e eu fazia plantão e virava 24 horas. Hoje me revolta ver uma delegacia fechada à noite e aos fins de semanas, porque eu já trabalhei nestas delegacias, então a estrutura da segurança definhou. O nosso plano de governo é todo pautado em ações de curto, médio e longo prazo. A curto prazo, eu vou reordenar o efetivo que já existe.
JAM 1- Tem efetivo para atender?
​Tem, sim. Só que hoje esse efetivo está realizando atividades administrativas, dentro da Delegacia Geral, cedidos para outros órgãos. Esses policiais precisam estar nas ruas, enquanto isso vamos realizar o concurso. Mas a curto prazo já podemos utilizar essa mão-de-obra existente, para proteger as pessoas nas ruas. Nós temos um concurso que está em andamento, então o meu compromisso é com os candidatos que realizaram concurso da polícia. Vou nomear esses policiais para que a gente possa melhorar a nossa segurança, e garantir a esses policiais tecnologia de ponta, investimento na nossa secretaria de inteligência, para que possamos estar um passo à frente da criminalidade, e colocar o policial com segurança para trabalhar.
JAM 1 - A senhora diz que quer criar o ICMS verde. Como seria este ICMS, um novo imposto?
​Na verdade, não é a criação, se trata de beneficiar municípios que tenham trabalhos com sustentabilidade, municípios que mostrem que eles ampliaram suas unidades de conservação, que estão cumprindo as regras de sustentabilidade. Então esses municípios receberão um repasse a mais desse ICMS, para incentivar que os nosso municípios trabalhem de forma sustentável. Isso é um dos eixos do nosso governo, que garante ​a​ gente em primeiro lugar, a sustentabilidade, depois a economia forte, e a nossa infraestrutura. Então é muito importante que nós como estado incentivamos os municípios a trabalhar sempre de forma sustentável.
JAM 1 - Mas vai aumentar?
Não, vamos apenas distribuir para municípios que tenham ações efetivas que garantam medidas de sustentabilidade.
JAM 1 - E em relação ao ICMS que incide sobre os combustíveis?
​Essa questão do combustível nós temos trabalhado de forma nacional. Jogou-se para o estado uma responsabilidade que não é apenas o ICMS que interfere nos preços dos combustíveis. Na verdade, é preciso que a Petrobras mude a política de preço dos combustíveis. hoje nós pagamos, em dólar, por um combustíveis que é produzido em real. Isso gerou um aumento absurdo do preço do combustível, então vamos atuar fortemente para garantir essa mudança que é defendida pelo nosso candidato à presidência, Ciro Gomes, a mudanças de preço dos combustíveis, para que os estados não sejam sacrificados nessa redução da receita para o estados.
JAM 1 - Muitas cidades do interior tem portos improvisados para receber quem chega de barco. É o caso de São Paulo de Olivença que tem o porto interditado e aqui mesmo em Manaus. Um risco para as pessoas. Se eleita, qual vai ser sua articulação junto ao governo federal para implantar estes portos aqui na capital e no interior do estado?
​​A gente vê a situação, até mesmo em Manaus, do descaso e abandono, vamos revitalizar toda aquela área portuária da nossa cidade de Manaus. Sem um porto, nós não temos como escoar a nossa produção, então isso é prioridade dentro do nosso eixo da infraestrutura. Nosso candidato a vice, inclusive, é um engenheiro que tem feito todo esse planejamento da revitalização dos portos. A nossa infraestrutura precisa de um choque de gestão.
JAM 1 - A primeira semana deste mês já teve mais focos do que em todo setembro do ano passado. Qual sua proposta para defender o meio ambiente?
​Precisamos trabalhar a educação, e chegar nesses municípios trazendo incentivos fiscais, trazendo recursos para que eles possam investir em tecnologia, para que não precise mais fazer a queimada para trabalhar na terra. É uma questão de ensinar como o nosso trabalhador rural pode manejar a nossa terra de forma mais produtiva, investindo em tecnologia e dando fomento para que eles possam produzir nessa terra.
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Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/eleicoes/2022/noticia/2022/09/14/carol-braz-candidata-ao-governo-do-amazonas-e-entrevistada-pela-rede-amazonica.ghtml
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