São Paulo, setembro de 2022 - Cerca de 40% dos tumores diagnosticados em mulheres brasileiras são ginecológicos, sendo o de colo uterino o mais comum, segundo os dados mais recentes do INCA. O câncer de ovário é o segundo com maior incidência, seguido pelo de endométrio e os mais raros, o de vulva e o de vagina.
O câncer de ovário atinge cerca de 6 mil mulheres por ano no país e sua taxa de mortalidade é de 80%, o que o torna um dos cânceres mais letais de origem ginecológica. Segundo a Dra. Heloísa de Andrade Carvalho, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Oncológica da FEBRASGO, o câncer de ovário é o mais silencioso e difícil de se diagnosticar precocemente. “O aumento do volume abdominal é o principal sintoma desse tipo de câncer”, explica a doutora.
Ela afirma que diagnóstico precoce é diferente de prevenção e que quanto antes for detectada a doença, maior a chance de cura. No caso do câncer de colo uterino, o teste de HPV, o exame de Papanicolau são métodos que auxiliam na detecção precoce desse tumor. Já, a vacina anti-HPV é o que vai prevenir o desenvolvimento do câncer. “Espera-se que em alguns anos esse tumor venha a ser erradicado”, diz a Dra. Heloísa.
Segundo informações passadas pela doutora, existe uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde a "Estratégia global para eliminação do câncer do colo uterino" para a próxima década. A iniciativa é chamada de "90 70 90", que prevê que em 2030, 90% das meninas com até 15 anos no mundo estarão vacinadas contra o HPV, 70% das mulheres submetidas ao exame de rastreamento para detecção precoce e 90% com câncer pré-invasivo ou invasivo tratadas.
Já o câncer do endométrio, ou corpo uterino, está ligado ao excesso de estrogênio. Mulheres obesas, com hipertensão e diabetes estão mais sujeitas a esse tipo de câncer, diminuir esses fatores de risco ajudam na prevenção.
Para cada tipo de tumor existe um tratamento. “Como o ginecologista é quem vai fazer o diagnóstico, o recomendado é que um ginecologista especializado em oncologia faça a primeira orientação, avaliando principalmente se há indicação ou não de cirurgia”, explica Dra. Heloísa. Em casos mais avançados, é indicado o acompanhamento do oncologista clínico (quimioterapeuta), e radioncologista (radioterapeuta), “Lembrando que a abordagem multidisciplinar é fundamental no tratamento do câncer”, conclui a médica.