Em 31 de agosto é celebrado o Dia do Nutricionista, de acordo com o calendário do Ministério da Saúde. Em referência à data, a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) volta a reforçar a importância de uma alimentação equilibrada na Saúde da Mulher, especialmente no que tange a ingestão balanceada de nutrientes. No decorrer da gestação, o compromisso quanto à alimentação aumenta, visto que isso afeta diretamente no perfeito desenvolvimento do bebê.
Segundo dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), em 2020, 14,2% das gestantes apresentaram baixo peso para a idade gestacional, 6,1% das crianças menores de 5 anos estavam com a magreza acentuada ou magreza e 13,0% delas com baixa estatura para a idade.
O obstetra Olímpio Barbosa de Moraes, diretor da Febrasgo e também diretor clínico do Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam), explica que uma boa alimentação na gravidez, pode garantir uma gestação e um recém-nascido saudável. “A grávida deve evitar alimentos processados com alta densidade calórica, alimentos de alto teor de gordura e sódio, e os excessos de carboidratos” destaca Olimpio.
O especialista esclarece sobre o peso ideal durante a gestação, para aquelas com peso normal antes de engravidar, o ganho deve variar entre 11,5 a 16 Kg. Aquelas com baixo peso: entre 12,5 a 18Kg. Já para aquelas com sobrepeso e obesa no máximo 11,5 a 9Kg.
A nutrição no momento pré-natal abrange mais que o ganho de peso e ingestão calórica. Certamente, a ingestão diária recomendada (IDR) de muitos nutrientes aumenta durante a gestação. Vale ressaltar que a única fonte de nutrientes do bebê provém da ingestão e reservas nutricionais materna.
A falta de nutrientes pode causar uma deficiência de micronutrientes que acontece quando a gestante não consome quantidades suficientes destes para manter o funcionamento adequado do organismo e o desenvolvimento do bebê, sendo capaz de causar uma série de efeitos adversos à mãe e ao bebê a curto e longo prazo.
O Dr. Olimpio alerta como que deficiência nutricional pode afetar a gestação “pode limitar o ganho de peso materno e comprometer o desenvolvimento fetal com sequelas graves, como por exemplo déficit cognitivo da criança, doenças e malformações neurológicas, maior risco de parto prematuro, restrição de crescimento fetal e morte neonatal” salienta.
Campanha Nutrindo Amor
Visando fazer um alerta para o papel da alimentação em todo o processo gestacional. Pensando nisso, a Febrasgo lançou em 2021 a Campanha Nutrindo Amor que, através de conteúdos informativos e ações offline, busca abrandar os impactos da ingestão nutricional insuficiente por meio de ações educativas, informativas e conscientização.
Durante palestra em evento da campanha realizado no CISAM, em Pernambuco, a Dra. Maira Pinho-Pompeu, uma das nutricionistas da Campanha, apresentou dados aos presentes, como uma lista de principais condições apresentadas pelas gestantes brasileiras, entre elas, diabetes gestacional, anemia e síndromes hipertensivas gestacionais. Segunda ela, baseada em uma pesquisa do The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine da qual fez parte, 25% das calorias ganhas pelas gestantes pesquisadas vinham de alimentos ultraprocessados.
Na lista de dicas para alimentação saudável para gestantes, além da realização de três grandes refeições ao dia (café da manhã, almoço e jantar), a Dra. Maira ainda incluiu durante o evento a opção por alimentos in natura e vegetais verde-escuros diariamente; consumo de 5 porções de frutas por dia, leguminosas pelo menos três vezes na semana, além de sementes e castanhas; hidratação; e suplementação e medicações sob orientação médica.
A campanha apresenta de maneira prática e didática, por meio de conteúdo nas redes sociais, site, lives e materiais ricos (como e-books e livretos de receitas), dicas para identificação de caminhos nutricionais que possam amenizar os cenários de falta de recursos, no caso daquelas que sofrem com escassez de alimentos abundantes, gás e luz.