13/07/2022 às 12h21min - Atualizada em 13/07/2022 às 20h31min

Febrasgo reforça a importância do olhar para a saúde ginecológica de crianças e adolescentes

SALA DA NOTÍCIA Jéssica Cunegundes
Foto Divulgação

Em 13 de julho é comemorado o Dia do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que em 1990, deu origem à Lei nº 8069/1990 que regulamenta os direitos dos menores de 18 anos, inspirado pelas diretrizes fornecidas pela Constituição Federal. Por lei, a criança e o adolescente têm direito à proteção à vida e à saúde.

O acompanhamento e a prática de check-ups médicos regulares são essenciais para os cuidados com a saúde e para a prevenção de doenças. No caso de pacientes mulheres, podem começar bem cedo, sob a supervisão de um ginecologista infantil.

Nesta linha de pensamento, uma questão paira tanto sobre mães, pais, responsáveis e os próprios menores de idade: quando deve acontecer a primeira consulta ginecológica? Segundo a ginecologista Cláudia Barbosa Salomão, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Febrasgo, as meninas devem realizar a primeira consulta por volta dos 10 anos de idade.
 

“É um momento muito interessante de nós, médicos, captarmos essa paciente, porque ela apresentará um nível de constrangimento menor, sendo assim, a consulta fica mais fluida e descontraída”, destaca. Porém, a médica alerta que não é o que acontece na maioria das vezes. A adolescente costuma procurar o médico depois da primeira menstruação, habitualmente motivada por uma irregularidade menstrual, ou até em idade mais avançada, quando as mães estão preocupadas com o inicio das relações sexuais.


 

A pesquisa “Expectativa da mulher brasileira sobre sua vida sexual e reprodutiva: as relações dos ginecologistas e obstetras com suas pacientes”, realizada um ano antes da pandemia pela Febrasgo, endossa as afirmações da especialista sobre o constrangimento que ainda permeia os cuidados femininos com a saúde íntima: quatro milhões de brasileiras nunca foram ao ginecologista obstetra e outras 5,6 milhões não têm o hábito de ir a esse profissional, sendo que 11% das entrevistadas apontaram a vergonha como o principal motivo.


 

Conduzida pelo Instituto Datafolha, a pesquisa entrevistou 1.089 mulheres de 16 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, em 129 municípios de todas as regiões do país.


 

Vínculo e confiança na relação médico-paciente
 

Vale ressaltar que o ginecologista é o médico que, na maioria das vezes, vai acompanhar a paciente durante a sua adolescência, tratando de vários assuntos além das demandas habituais, como as questões relacionadas aos ciclos menstruais, sexualidade, check-ups necessários, cartão de vacinas, questões nutricionais e a frequência de atividades físicas.

 

Outro aspecto, também cultural, que interfere nessa relação é a crença de que a ida ao ginecologista deve ocorrer uma vez por ano. Para as adolescentes, o recomendado é ir ao consultório ginecológico duas vezes ao ano ou mais, no intuito de criarem um vínculo com o especialista, possibilitando conversar abertamente sobre suas demandas mais íntimas.


 

A Dra. Zuleide Felix Cabral, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Infanto Puberal da Febrasgo aprofunda o assunto ao destacar que há exames fundamentais que são realizados no check-up realizado na adolescência como, por exemplo, perfil lipídico e glicêmico em pacientes com perfil de risco, além dos que são direcionados quando há sinal ou sintoma que indique possibilidades de patologias.


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