O homem identificado como 'Colômbia' e o pescador Amarildo da Costa ficarão custodiados na sede da PF em Manaus. Amarildo e 'Colômbia' chegando à sede da PF em Manaus.
Rede Amazônica.
Amarildo da Costa de Oliveira, suspeito de envolvimento nas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips, desembarcou em Manaus, na noite deste sábado (8). Segundo a Polícia Federal (PF), o homem que se identifica como Rubens Villar Coelho, conhecido como "Colômbia" e suspeito de chefiar uma quadrilha de pesca ilegal no Vale do Javari, também foi transferido para a capital.
A aeronave com Amarildo e 'Colômbia' pousou no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, na Zona Oeste de Manaus, por volta das 20h05. De lá, eles seguiram para a Superintendência da PF na capital amazonense, onde ficarão custodiados.
Os dois presos deixaram Tabatinga na tarde deste sábado (9).
Rôney Elias/Rede Amazônica.
A PF informou que os outros dois presos por envolvimento com o duplo homicídio, Jeferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", e Oseney da Costa de Oliveira, 41, também serão transferidos para Manaus no início da próxima semana.
Conhecido como "Pelado", o pescador Amarildo foi preso logo no início das investigações. Moradores ouvidos pelas autoridades disseram que viram o suspeito ameaçando Bruno Araújo Pereira. Uma testemunha também afirmou que Amarildo foi visto em uma lancha, navegando logo atrás da embarcação de Bruno e Dom.
Uma vigília foi realizada em São Paulo no dia 23 de junho para homenagear Bruno Pereira e Dom Phillips
Carla Carniel/Reuters
Durante as buscas na casa do suspeito, a Polícia Militar encontrou uma porção de droga, além de munição de uso restrito das Forças Armadas. A princípio, ele foi preso por esse motivo, mas posteriormente confessou participação no duplo homicídio e participou da reconstituição do crime.
Amarildo, o "Pelado", durante a reconstituição do caso Bruno e Dom.
Reprodução/PF
Já "Colômbia" foi preso na quinta-feira (7), por uso de documento falso. Em depoimento à PF, ele negou ser o mandante das mortes do indigenista e do jornalista e disse que não possui qualquer envolvimento no caso. A Polícia Federal apura se o homem chefia a pesca ilegal na região da Terra Indígena Vale do Javari.
A investigação concluiu que Bruno Pereira foi morto por combater a pesca ilegal na Terra Indígena Vale do Javari, e Dom acabou assassinado por estar junto com ele. Por esse motivo, a PF investiga se "Colômbia" tem ligação com os assassinatos.
A Justiça Federal decretou a prisão preventiva dos quatro - Amarildo, Jeferson, Oseney e "Colômbia", na sexta-feira (8). Com isso, eles vão responder aos processos presos.
Prisão de 'Colômbia'
Segundo informações obtidas com exclusividade pela Rede Amazônica, "Colômbia" foi espontaneamente até a unidade da PF em Tabatinga, município vizinho de Atalaia do Norte, para "esclarecer" que não teria envolvimento com os assassinatos de Bruno e Dom.
No momento da identificação na delegacia da PF, agentes constataram que o documento apresentado por "Colômbia" era falso. Ainda de acordo com fontes da PF, Rubens Villar teria pelo menos mais dois documentos falsos, um do Brasil e outro da Colômbia. A nacionalidade dele é peruana.
Na tarde de sexta-feira (8), o homem passou por audiência de custódia no prédio da Justiça Federal, em Tabatinga, onde teve a prisão preventiva decretada.
Justiça Federal decreta prisão preventiva de 'Colômbia', suspeito de ligação com os executores de Bruno e Dom
Desde o início das investigações do caso Bruno e Dom, relatos de moradores à imprensa ligam o nome de "Colômbia" à pesca ilegal na região.
Amarildo, a família dele e Jeferson atuavam com a pesca em Atalaia do Norte. Agora, a PF investiga se "Colômbia" empregava Amarildo, Oseney e Jeferson e qual a relação do estrangeiro com a pesca na região.
Em depoimento, o homem disse que possui apenas "relação comercial" com pescadores da região, e que não adquiria pescados ilegais.
Prisão por envolvimento no caso
Diferente de "Colômbia", Amarildo, Oseney e Jeferson estão presos por participação no duplo homicídio. Amarildo e Jeferson já confessaram o crime em depoimentos à PF e à Polícia Civil do Amazonas (PC-AM).
Imagem mostra lancha de Bruno Pereira sendo retirada do fundo do rio Itacoaí
Polícia Federal
As duas polícias fizeram a reconstituição do caso na semana passada, e utilizaram embarcações possivelmente usadas no crime nas simulações. Jeferson também foi levado para as áreas ondes os crimes ocorreram. Além de serem mortos a tiros, Bruno e Dom foram esquartejados e tiveram os restos mortais enterrados.
Os dois foram assassinados enquanto navegavam pelo Rio Itacoaí, que corta Atalaia do Norte.
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Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/07/09/colombia-e-suspeito-desembarcam-em-manaus.ghtml