Univaja se reúne com parlamentares em Brasília para pedir mais segurança no Vale do Javari

Ao g1, assessor jurídico da organização disse que as articulações iniciais serão com a Câmara e o Senado, onde comissões vão investigar os assassinatos de Bruno e Dom e a situação vivida no Vale do Javari. Atalaia do Norte, no Amazonas, cidade onde Bruno e Dom foram assassinados.
Divulgação/Comando Militar do Amazônia
A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) começa, nesta segunda-feira (20), uma articulação em Brasília para pedir por mais segurança na região do Vale do Javari, no Amazonas. A entidade terá encontro com parlamentares da Câmara e do Senado, e vai buscar dialogar com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e com o Supremo Tribunal Federal (STF). Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips estão na pauta da organização.
Ao g1, o assessor jurídico da Univaja, Eliésio Marubo, disse que as articulações iniciais serão com a Câmara e o Senado, onde comissões vão investigar os assassinatos e a situação vivida no Vale do Javari, segunda maior terra indígena do país e que concentra mais de 6 mil indígenas.
"A partir de hoje, Beto Marubo e a nossa equipe de articulação já estão atuando nas Comissões do Senado e da Câmara. Nesta segunda, já tem uma reunião na Câmara e, nesta terça, vamos ajustar com o Senado. Estamos pedindo aprovação de nomes de autoridades para serem ouvidas. Também é necessário ouvir a Univaja", disse Marubo.
A organização também quer um encontro com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Além de tratar sobre o "caso Bruno e Dom", a Univaja buscar abordar outros conflitos na região do Vale do Javari.
"A atuação junto ao CNJ é para que se faça uma cobrança à juíza ou aos juízes que estão no caso para que eles atuem com mais clareza, com mais precisão em cima dos inquéritos que estão chegando nas mãos deles", afirmou.
A Univaja faz uma articulação para ser recebida pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux. A organização, que já ingressou com uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), quer que alguns pedidos feitos na peça sejam analisados de forma urgente pela corte constitucional.
"Temos uma ADPF que está sob relatoria do ministro Barroso, mas o presidente do Tribunal tem competência para determinar agenda de julgamentos e é importante conversar com ele para incluir na agenda [de julgamentos] alguns temas que estão pendentes de julgamento, entre eles alguns pedidos feitos na ADPF", disse Marubo.
Encontro com Augusto Aras
Nesse domingo (19), Eliésio Marubo e outros representantes da Univaja se encontraram com o procurador geral da República, Augusto Aras. O encontro aconteceu em Tabatinga, cidade que fica perto de Atalaia do Norte. Para o assessor jurídico, a reunião foi um passo importante para cobrar do Ministério Público Federal celeridade nas ações envolvendo a terra indígena.
"Ele [Augusto Aras] tem o dever processual de atender essa demanda num prazo determinado. A lei fala em prazo razoável, mas vamos tentar encurtar esse prazo", disse.
Marubo disse que durante o encontro o procurador também falou que ia propor ao governador do Amazonas, Wilson Lima, a aplicação de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no Vale do Javari: "O doutor falou que iria abrir um diálogo com o governo do estado para sugerir que houvesse uma GLO na região e isso vai de encontro com aquilo que estamos pregando, que é o fortalecimento das instituições".
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Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/06/20/univaja-se-reune-com-parlamentares-em-brasilia-para-pedir-mais-seguranca-no-vale-do-javari.ghtml