15/06/2022 às 16h28min - Atualizada em 15/06/2022 às 20h20min
Mudança de perfil: micro e pequenas empresas são as que mais vendem para o Governo atualmente, aponta Effecti
Mais de 70% das compras feitas pelo Governo envolvem MEs e EPPs; especialista dá dicas de como estar entre elas
SALA DA NOTÍCIA Débora Oliveira
https://effecti.com.br/rota/
Reprodução: Effecti. Segundo análise da plataforma de inovação em licitações, Effecti, as micro e pequenas empresas estão envolvidas em, pelo menos, 71,6% dos editais do governo no primeiro trimestre de 2022. Em quantidade de compras, as Microempresas (MEs) e as Empresas de Pequeno Porte (EPP) têm diminuído progressivamente sua margem de distância entre as grandes companhias desde 2018. Em 2021, as MEs superaram, pela primeira vez, empresas de outros portes em vendas para o Governo.
O resultado faz parte de um esforço público para redistribuir e induzir a economia local. Desde 2014, entrou em vigor uma legislação (Lei Complementar n.º 147) que garante a participação e a preferência para micro e pequenas empresas em licitações. Também há a Nova Lei de Licitações, em vigor desde abril do ano passado. Em ambas, é garantido o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte, com objetivo de promover o desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, além de ampliar a eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação tecnológica.
Com a venda para os cofres públicos, pequenas empresas garantem o retorno do valor gerado em impostos para o estado de origem. No caso de venda de serviços, o imposto é recolhido na cidade onde é prestado e pode ser aplicado no salário dos trabalhadores locais. Apesar disso, apenas 31,8% do valor das licitações chegam a empresas desse porte.
Para atualizar as empresas do novo cenário, o Co-founder e Chefe de Operações (COO) da Effecti, Everton Porath, será um dos destaques do Rota Effecti, maior evento sobre licitações do país que, neste ano, acontecerá em Brasília no dia 22 de junho. O Rota reunirá especialistas em governança, direitos do licitante, tecnologia para empreendedores que querem vender para o Governo. As inscrições seguem abertas.
Porath acredita que, dado o crescimento no número de MEIs no Brasil, as licitações terão ainda mais participação de empreendedores e pequenas empresas. “A cada dia aumenta o número de pregões eletrônicos e diminui os pregões presenciais, isso faz com que empresas menores não tenham custos de deslocamento para participar de certames, fazendo com que aumente significativamente o número de participantes”, comenta. Pequenos empreendedores terão vantagem, mas precisam se reinventar
Mais de 90% das empresas ativas do Brasil são Mei, Micro ou de pequeno porte, existem leis incentivando a participação dessas empresas, seja por editais exclusivos ou por vantagens em critérios de desempate em relação a empresas de maior porte. De acordo com Porath, é importante que esse conhecimento se dissemine, pois poucas das pequenas empresas conhecem suas vantagens competitivas.
Além do pouco conhecimento sobre seus direitos atuais, a questão logística, para as pequenas empresas que desejam arrematar editais de alto valor também será um desafio. “Acredito que o principal desafio será o fluxo de caixa, a empresa terá que comprar o produto de seu fornecedor, em grandes volumes, entregar ao governo e aguardar os prazos de pagamentos estipulados em editais”, explica Porath.
O COO incentiva que as empresas invistam profissionais com ótimas habilidades de negociação com fornecedores e parceiros, pois, eles serão a base para que a empresa tenha capacidade de entregar os serviços de um edital grande. Além disso, é importante que a empresa tenha equipe experiente em vendas para governo e contar com as tecnologias de mercado que a maioria dos licitantes profissionais já contam.
A tecnologia é, inclusive, um grande facilitador desse processo. Porath destaca que por meio dos softwares de automação de licitações, é possível encontrar e participar do máximo possível de oportunidades, alguns buscam editais em mais de 1600 fontes diferentes. “É claro que nem todos os processos a empresa conseguirá ser competitiva, o importante é participar de vários e ter sucesso em alguns, após participar de vários você terá que interagir com muitos e muitos pregoeiros e contar com um sistema que acompanha os processos e te avisa quando você precisa interagir é fundamental”, explica.
No próximo dia 22 de junho, Porath se juntará aos maiores especialistas do mercado de licitações para ajudar pequenas e médias empresas a serem mais competitivas nas licitações e venderem para o Governo. Porath se juntará a nomes como Carmen Boaventura, especialista em licitações e contratos, além de ser criadora do Portal Direitos do Licitante, Alan Conti, TED Speaker, mentor de startups e especialista em Transformação Digital & Inovação pelo MIT, Marcos Alcântara, Secretário de Controle Interno TRT 20ª Região, Marla Oliveira, Presidente da Comissão de Licitações e Contratos da OAB, entre outros.