De acordo com a nota enviada pela Defensoria, a alegação foi feita por Amarildo durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (9), em Atalaia do Norte. Desaparecimento de jornalista e indigenista no AM: imagem mostra Amarildo preso
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A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informou que vai investigar os relatos de ter sofrido ato de violência, supostamente praticado por autoridades policiais, feitos por Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, conhecido como "Pelado". Ele é investigado por envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips.
De acordo com a nota enviada pela Defensoria, a alegação foi feita por Amarildo durante audiência de custódia realizada na quinta-feira (9), em Atalaia do Norte, onde a Justiça decretou prisão temporária do suspeito por 30 dias.
Na ocasião, a defensora pública Thatiana David Borges, do Polo do Alto Solimões, que atuou em favor do pescador na audiência de custódia, solicitou que o relato fosse investigado.
Ainda conforme a nota enviada pela Defensoria, a juíza Jacinta Silva dos Santos determinou que o Ministério Público do Estado (MPE/AM) apure os eventuais maus tratos e/ou tortura.
A SSP-AM informou que deve apurar os relatos por meio de nota, neste sábado (11) e que "salienta, ainda, que todas as ações do sistema de segurança do Amazonas são pautadas pela legalidade e que não compactua com desvios de conduta".
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Prisão
Amarildo foi preso durante as investigações após ser flagrado com uma porção de droga e munição. Na quinta-feira (9) o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decretou a prisão provisória de 30 dias do suspeito.
A prisão temporária em nome dele foi solicitada pela Polícia Civil, após ouvirem testemunhas sobre o caso, que contaram que no dia em que o indigenista e o jornalista desapareceram, viram Amarildo passando no rio logo atrás da embarcação dos dois.
Além disso, a perícia detectou a presença de sangue na embarcação de Amarildo. O material será comparado com o material genético dos dois desaparecidos, e o laudo deverá ficar pronto em 30 dias.
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Família alega inocência
Familiares de Amarildo afirmam que ele é inocente e que as autoridades estão tentando forçá-lo a confessar.
O irmão de Amarildo, Osenei, de 41 anos, fez uma visita a ele na cadeia e, em seguida deu uma entrevista para a agência de notícias Associated Press:
"Ele (Amarildo) me disse que estava em casa quando o algemaram, então eles o colocaram em um barco e começaram a Atalaia do Norte. Quando eles chegaram ao córrego do Curupira, eles trocaram de barco. Eles então bateram nele, torturaram ele, afogaram ele, pisaram na perna dele e jogaram spray de pimenta na cara dele. Eles também o drogaram duas vezes, mas não sei o que usaram.”
Desaparecimento
Bruno e Phillips desapareceram próximo a uma reserva que é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A procura pelos dois teve início no próprio domingo por integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Como não conseguiram localizá-los, alertaram as autoridades sobre o sumiço na segunda-feira.
Montagem com fotos do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips
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As buscas ao indigenista e ao jornalista reúnem o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a Polícia Federal. O Exército atua desde a tarde de segunda, na região do Vale do Javari, com combatentes de selva da 16º Brigada de Infantaria de Selva, sediada em Tefé (AM).
A equipe conta com, aproximadamente, 250 homens, com militares especialistas em operações em ambiente de selva que conhecem o terreno onde acontecem as buscas. Duas aeronaves, três drones e 20 viaturas foram deslocadas ao município para prestar apoio às investigações.
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Fonte: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2022/06/11/suspeito-de-desaparecimento-de-indigenista-e-jornalista-diz-ter-sofrido-violencia-policial-aponta-defensoria.ghtml