06/05/2022 às 10h45min - Atualizada em 06/05/2022 às 13h40min

“55% de todo atendimento do SUS é feito pela Santa Casa e isso não é reconhecido”, afirma diretor-presidente da ANS

Paulo Rebello participou do Fórum Brasil Saúde, na quarta-feira, 04, durante a Medical Fair Brasil, quando defendeu a sustentabilidade como um dos eixos da medicina suplementar

SALA DA NOTÍCIA Agência Pub
Divulgação ABIMO

ão Paulo, 06 de maio de 2022 – O segundo dia do Fórum Brasil Saúde, evento realizado em paralelo à Medical Fair Brasil, no Expo Center Norte, em São Paulo, capital, abordou os temas “Sustentabilidade e Modelos de Financiamento na Saúde Pública e Privada” e “Empoderamento do paciente no Século XXI”. Os desafios do sistema de saúde, como altos custos; as transformações tecnológicas; a sustentabilidade do sistema de saúde, e os reajustes dos planos de saúde foram alguns dos assuntos abordados pelo diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS), Paulo Rebello Filho.  

“A sustentabilidade é um dos eixos da medicina suplementar. Hoje, 55% de todo atendimento do SUS é feito pela Santa Casa e isso não é reconhecido. A medicina suplementar ganhou dois milhões de beneficiários após a pandemia. Ter um plano de saúde é o terceiro maior desejo da população”, ressalta Rebello Filho.  

Durante a palestra, o diretor-presidente da agência disse que, em junho deste ano, os planos de saúde devem ser reajustados em até 15%, mas que é preciso melhorar a qualidade do atendimento, ter uma mudança no modelo de gestão e melhor coordenação do cuidado. Para ele, o pacto intergeracional é um ponto central que precisa ser discutido. Este pacto determina que as pessoas mais jovens, em tese mais saudáveis, paguem um pouco mais do que seria indicado pelo seu perfil de uso dos serviços de saúde e, em contrapartida, os beneficiários nas últimas faixas etárias paguem um pouco menos. “Hoje, precisamos ter este pacto para que o sistema de saúde possa continuar funcionando”, explica Rebello, o qual ainda comenta sobre os desafios do sistema de saúde, que enfrenta custo alto, pessoas com idades mais avançadas e está neste momento de transformações tecnológicas. 

COLAPSO ANUNCIADO DO SISTEMA DE SAÚDE 

O secretário executivo do CONASEMS (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), Mauro Junqueira, apontou os desafios do setor e o funcionamento do sistema. “Em 2019, o Sistema Único de Saúde [SUS] recebeu R$ 303 bilhões, divididos entre União, Estados e Municípios. No entanto, os recursos destinados não atendem as despesas do segmento, gerando, assim, impactos aos cofres públicos em 2022. A saúde é um direito de todos, mas é garantida mediante a saúde econômica e social”, disse Junqueira. 

De acordo com ele, desde 1995, a União Federativa aplicava o mesmo percentual de investimento à Saúde. Esse cenário só foi alterado com a pandemia, em 2021, com um aporte de R$ 5,3 bilhões a mais. “O impacto é imenso ao município, já que os gastos com equipamentos aumentam, a tecnologia exige investimentos”, completa o presidente.  

Outro palestrante do dia foi o diretor-presidente da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo), Edson Rogatti, o qual mencionou que, em 2021, as Santas Casas e os hospitais filantrópicos realizaram mais de 9.400.000 consultas ambulatoriais e 21. 856 cirurgias hospitalar ambulatorial. Sem estas instituições, não se consegue promover o acesso à saúde universal, pois 50% da demanda do SUS é atendida pelos filantropos”. Segundo o executivo, o subfinanciamento do SUS vem desafiando a sustentabilidade das instituições há anos. “A saúde filantrópica está lutando pela reestruturação do Sistema Único de Saúde, porém, se não houver mais investimento na saúde pública e nada mais for feito, este serviço vai entrar em colapso. E isso não vai demorar a acontecer”, finaliza. 

EMPODERAMENTO DOS PACIENTES 

No último ciclo de debates do segundo dia do Fórum Brasil Saúde, organizado pela ABIMO — Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos —, a discussão “Empoderamento do paciente no Século XXI” contou com as participações da ex-senadora e ex-secretária de Relações Federativas e Internacionais do Rio Grande do Sul, Ana Amélia Lemos; a Head Of Human Insights & Design, da DASA, Aline Horta; e o conselheiro Estratégico do Negócio de Hospitais e Oncologia do Dasa, Paulo Chapchap.  

Segundo a secretária, “atualmente, o paciente tem opinião própria e pode definir o médico de sua preferência, avaliar o funcionário, entender se o profissional tem ou não o seu perfil; a tecnologia também é um ponto crucial para este paciente empoderado, pois possibilita o monitoramento de hábitos e da saúde por meio de aplicativos. “Hoje, a saúde é maior do que a doença”, destaca Lemos. 

Para Chapchap, “o paciente tem o direito de escolher o tratamento que ele acredita que chegará no resultado esperado. Entretanto, temos dificuldade de construir este plano junto com o paciente”.  

Aline Horta fechou a discussão dizendo que “todos temos o olhar de prevenção na saúde, a exemplo do outubro Rosa, além da conscientização sobre o uso do cigarro, e que as expectativas das pessoas frente as experiências é liquida, ou seja, cada pessoa é única”.  

Serviço: 

Medical Fair Brasil 

Data: 3 a 6 de maio de 2022, das 13h às 20h 

Local: Expo Center Norte, que fica à rua José Bernardo Pinto, 333 — Vila Guilherme, São Paulo — SP. 

Entrada gratuita em toda a feira, exceto no espaço Cannabis Medicinal  

Programação completa: link 

As inscrições podem ser feitas pelo site: https://medicalfair-brasil.com.br/pt/ ou presencialmente. 

Sobre a Medical Fair Brasil 

A feira Internacional de Artigos e Equipamentos Médicos, Hospitalares, de Laboratório e Reabilitação é a versão brasileira da MEDICA, maior evento de soluções para saúde do mundo, realizada na Alemanha. Além de ser um canal de comunicação com o setor, onde empresas apresentam os seus produtos, inovações e serviços com a finalidade de abastecimento e transformação da cadeia da saúde. 

A Medical Fair é direcionada a administradores, gestores e operadores hospitalares, assistentes médicos, biomédicos, bioquímicos, enfermeiros, engenheiros clínicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, gerentes de laboratório, gerentes hospitalares, médicos e socorristas. 

Sobre a MEDICA 

Criada em 1969, a MEDICA é a maior feira do setor de equipamentos e soluções para a saúde do mundo. Em 2019, o número total de expositores foi de 5.598, com 114.538 m² de área vendida e 121.369 mil visitantes únicos. Possui 18 pavilhões transformados em um verdadeiro complexo interligado. São 77 escritórios de representação internacional, promovendo a feira em 141 países. 

Sobre a ABIMO 

A ABIMO — Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos —, representa a indústria brasileira de produtos para a saúde que promove o crescimento sustentável no mercado nacional e internacional. Fundada em 1962, a instituição conta com mais de 300 associados e surgiu a partir da ideia de 25 fabricantes de produtos médicos e odontológicos com o objetivo de fortalecer, organizar e regulamentar o segmento. Nesses anos de trabalho, a ABIMO expandiu suas operações de suporte à cadeia produtiva através de conselhos e grupos de trabalho, os quais respondem por todos os aspectos técnicos, operacionais e associativos do setor. 


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