29/04/2022 às 22h12min - Atualizada em 30/04/2022 às 00h00min

Adylson Godoy, Dino Galvão Bueno e Theo de Barros fazem encontro de gerações no álbum colaborativo “Notas Brasileiras”

Ícones da música brasileira passam a batuta para os filhos no novo trabalho

SALA DA NOTÍCIA Nathália Pandeló Corrêa
José de Holanda

Amigos de longa data e compositores desde o surgimento da Bossa Nova e da era dos festivais, Adylson Godoy, Dino Galvão Bueno e Theo de Barros transformam sua amizade de seis décadas em um álbum e projeto inédito para os artistas. “Notas Brasileiras” é uma celebração de vida e encontro de gerações, já que os músicos dividem espaço com seus filhos Adriana Godoy, Anita Galvão Bueno e Ricardo Barros, que partilham, desde a infância, o legado musical de seus pais. 

Ouça “Notas Brasileiras”: https://tratore.ffm.to/notasbrasileiras-album 

Adylson, Dino e Theo têm em comum a experiência de participar ativamente da construção do que ficou conhecido como MPB. Os músicos tiveram suas carreiras estabelecidas na capital paulista e, desde meados dos anos 60, suas trajetórias se cruzam e complementam. 

O ano era 1965 quando foi lançado o compacto simples “Sou sem paz” e “Menino das Laranjas” da ainda estreante Elis Regina. Era o primeiro contato das obras de Adylson e Theo. Três anos depois Silvia Maria, então esposa de Adylson, interpretou “Nasceu um Samba”, música de Dino e Eric Nepomuceno que foi finalista do Primeiro Festival Universitário da MPB em 1968, e assim Dino e Adylson se conheceram e participaram do Movimento Música Nova. Theo estava no Quarteto Novo nessa época, mas Adylson e Dino fizeram muitos shows juntos com nomes como Vera Brasil e Johny Alf, ajudando a estabelecer a Bossa Nova em São Paulo.

Por fim, Theo e Dino se conheceram na faculdade. Quem os apresentou foi a cantora Maria Odete, cuja voz defendeu “Monjolo”, canção de Dino que conquistou o quinto lugar no V Festival da Record, em 1969. 

Comemorando as décadas de amizade destes compositores históricos, “Notas Brasileiras” é um registro inédito do encontro de três carreiras notáveis. O repertório tem composições consagradas de Adylson, Dino e Theo, e traz também parcerias entre eles e outros parceiros (Daltony Nóbrega, Geraldo Vandré, José Carlos Costa Netto, Paulo César Pinheiro e Sérgio Lima), além de lançar cinco canções inéditas. Toda a lista de faixas foi escolhida pelos seis, pais e filhos, envolvidos no projeto.

Com novos arranjos, direção musical de Ricardo e a contribuição de Adriana e Anita, o disco “Notas Brasileiras” se coloca como um resgate de uma época da música brasileira de maneira intimista e afetuosa, numa conversa entre amigos, nos ensinamentos de pais para filhos. 

 

Crédito: José de Holanda

 

Mais sobre os artistas:

 

Adylson Godoy é maestro, pianista, cantor, compositor, arranjador e apresentador de televisão. Já trabalhou com artistas como Elis Regina, Jair Rodrigues, Elizete Cardoso, Zimbo Trio, Clara Nunes, Taiguara, Rosa Marya Colin, Alaíde Costa, Agnaldo Rayol, Márcia, Ronnie Von e a cantora Silvia Maria, com quem foi casado e tem uma filha também cantora, Adriana Godoy. Foi diretor musical dos programas Fino da Bossa, Corte Royal Show, Programa Hebe Camargo e comandou o programa Boa Tarde Cartaz, na TV Excelsior. De 1998 a 2003 apresentou e dirigiu o Programa Adylson Godoy - Vida e Arte na Rede Vida de Televisão. Fez os arranjos do disco “Dois na Bossa Volume Dois”, de Elis Regina e Jair Rodrigues, com duas composições suas, “Tristeza Que Se Foi”, gravada por Elis, e “Santuário do Morro”, gravada por Jair. Obteve 17 prêmios em Festivais (FIC Maracanãzinho, TV Excelsior, TV Record). Em 1972, com a música “Heróica”, tocada por Zimbo Trio e interpretada por Sílvia Maria com arranjo do maestro Ciro Pereira, encerrou sua participação em festivais após obter primeiro lugar no Festival Mundial da Venezuela, “Onda Nueva”.

 

Dino Galvão Bueno é violonista, letrista e compositor. Legítimo integrante da geração paulista da Bossa Nova, atuou, em 1968, no movimento Música Nossa que congregava, entre outros, Alaíde Costa, Eduardo Gudin, Adylson Godoy, compartilhou shows com Johnny

Alf, Maricenne Costa e acabou como finalista do Primeiro Festival Universitário da MPB (“Nasceu um Samba”, com letra de Eric Nepomuceno, cantada por Silvia Maria) e, no ano seguinte (1969) conquistou o quinto lugar no V Festival da Record com a toada “Monjolo” (letra de Eric Nepomuceno), interpretada por Maria Odete. No teatro, atuou na montagem de “Morte e Vida Severina”, como violonista da peça do TUCA, e também como integrante da Direção Musical na montagem da Cia. Paulo Autran. Dino é autor de mais de cem canções desde a primeira composição, “Samba pra Alguém” (1965). Seu primeiro CD autoral, intitulado “Mestre Navegador” foi gravado em 2011, pela Dabliú, com 14 faixas.

 

Theo de Barros é compositor, violonista, cantor e arranjador. Notabilizou-se por suas parcerias com Geraldo Vandré, como “Disparada” (empatada com “A banda”, de Chico Buarque, em 1º lugar no II Festival de Música Popular Brasileira - 1966, da Rede Record, e defendida por Jair Rodrigues), e pela canção “Menino das laranjas”, gravada por Elis Regina naquele mesmo ano. Também formou, juntamente com Heraldo do Monte, Airto Moreira e Hermeto Pascoal o Quarteto Novo, que gravou um único LP em 1967 e acompanhou Edu Lobo e Marília Medalha, também em 1967, na apresentação da canção “Ponteio”, que foi a vencedora do III Festival de Música Popular Brasileira. Em 2018, seu disco Tatanagüê, em parceria com Renato Braz, e foi vencedor do 29º Prêmio da Música Brasileira, de Melhor Álbum – Projeto Especial.

 

Adriana Godoy é cantora. Completou em junho de 2021, 25 anos de carreira artística. Iniciou sua carreira em 1996 e durante esse período compartilhou arte com produtores, maestros e artistas que a influenciaram, com apresentações no Brasil e na América Latina. Entre eles, Adylson Godoy, Amilson Godoy e Orquestra Arte Viva; Carlos Lyra, Elton Medeiros, Fernando Faro, Filó Machado, Jair Rodrigues, Maestro Júlio Medaglia, Joyce, João Donato, Maestro Roberto Sion e Orquestra Jovem Tom Jobim, Roberto Menescal, Rosa Passos, Quinteto de Sopros da Orquestra Filarmônica de Berlim, Theo de Barros, Zimbo Trio. Proveniente de uma família de intensa vivência musical, filha do maestro e compositor Adylson Godoy e da cantora Silvia Maria, seus tios Amilton e Amilson Godoy foram pianista do grupo Zimbo Trio e maestro e produtor cultural, respectivamente. 

 

Anita Galvão Bueno é cantora, contadora de história e professora. Filha do compositor Dino Galvão Bueno, atualmente é integrante do grupo Coisa da Antiga, Buzufuca, CORALUSP TENDAL, e do grupo de contadores de histórias Caravana de Sonhos. Como cantora já se apresentou com artistas importantes da música brasileira como Roberto Sion, Elton Medeiros, Débora Gurgel, Nathan Marques, Dona Ináh, Adriana Godoy entre outros. Foi integrante do Kolombolo Diá  Piratininga e do Movimento Sincopado. Participou de diversas gravações de CDs, como “ovimento Sincopado”, “Mestre Navegador” de Dino Galvão Bueno, “Pelas calçadas do Brasil” de Emerson Urso, “Malandreiro” de Marquinho Dikuã, “Paulibucano” de Toinho Melodia, entre outros. 

 

Ricardo Barros é multi instrumentista que já atuou ao lado de artistas como Inezita Barroso, Elton Medeiros, Márcia, Renato Braz, Léa Freire, Theo de Barros, Adriana Godoy, Ubaldo Versolato, Carlos Lyra, Ney Mesquita, Roberto Sion e Orquestra Jovem Tom Jobim, Dani Gurgel, Susie Mathias, entre outros. Toca violão de sete cordas, guitarra e viola caipira. É produtor musical, arranjador, cantor, intérprete, compositor de canções e de músicas instrumentais; além de compor trilhas sonoras para cinema (curtas-metragens), teatro, espetáculos de dança e circo. Em 2007, estreou a peça “Juliana do Rancor” em Portugal, no Teatro Municipal de Bragança, interpretando sua trilha composta para violão solo, ao lado da atriz Janaína Sant'Ana. Integra o Theo de Barros Quarteto; o octeto Gestos Sonoros; integra e compõe trilhas sonoras para a Companhia de Teatro Dona Conceição; participa do bloco carnavalesco Nóis Trupica Mais Num Cai; integrou o Quinteto Araticum, grupo com o qual participou de turnê na Europa, fazendo 18 shows em 3 países (França, Espanha e Suíça). Recentemente ganhou o Prêmio da Música Brasileira, como a direção musical de “Tatanagüê”, disco mais recente de Theo de Barros.

 

Ficha técnica

MÚSICOS:

ADYLSON GODOY – voz e piano

DINO GALVÃO BUENO – voz e violão

THEO DE BARROS – voz e violão

ADRIANA GODOY – voz

ANITA GALVÃO BUENO – voz

RICARDO BARROS – voz, violões, viola caipira e guitarra

DANIEL AMORIN – baixo elétrico e acústico

PAULA VALENTE – flautas e sax

ADRIANA LOMBARDI – violoncelo

NATHANAEL SOUSA – sanfona

ANDRÉ KURCHAL – percussão geral

FÁBIO FAUSTINO – bateria

LÉO ESCOBAR – queixada em “Disparada” e triângulo em “Dá-me”

 

COMPOSIÇÕES – Adylson Godoy, Dino Galvão Bueno e Theo de Barros

ARRANJOS – Adylson Godoy, Ricardo Barros e Theo de Barros

DIREÇÃO E PRODUÇÃO MUSICAL – Ricardo Barros

CONCEPÇÃO DO PROJETO – Anita Galvão Bueno

PRODUÇÃO ARTÍSTICA – Adriana Godoy

SELEÇÃO DE REPERTÓRIO – Adylson, Dino, Theo, Adriana, Anita e Ricardo

PRODUÇÃO EXECUTIVA – Leonardo Escobar

ASSISTÊNCIA DE PRODUÇÃO – Nathalia Meyer

REALIZAÇÃO – PiÔ – produção e projetos

FOTO – José de Holanda

ARTE DA CAPA – Ricardo Barros

IDENTIDADE VISUAL E PROJETO GRÁFICO – Vitória Proença – 229visuais

COORDENAÇÃO DO ESTÚDIO – Beto Mendonça

COORDENAÇÃO E ASSISTÊNCIA DE GRAVAÇÃO – Leonardo Escobar

GRAVAÇÃO – Gustavo do Vale

MIXAGEM – Gustavo do Vale e Ricardo Barros

MIXAGEM ANALÓGICA – Beto Mendonça

MASTERIZAÇÃO – Homero Lotito – Reference Mastering Studio

Gravado no Estúdio 185 Apodi em novembro de 2021

Projeto realizado com recursos do Programa de Ação Cultural – ProAC – da Secretaria

de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo

 

Repertório:

Disparada (Theo de Barros / Geraldo Vandré)

Sou sem paz (Adylson Godoy)

Condão da Natureza (Dino Galvão Bueno / Theo de Barros)

Estrela Guia (Adylson Godoy / Dino Galvão Bueno)

Canoa Grande (Theo de Barros / Paulo Cesar Pinheiro)

Dá-me (Adylson Godoy)

Menino das Laranjas (Theo de Barros)

Mestre Navegador (Dino Galvão Bueno / José Carlos Costa Netto)

Vim de Santana (Theo de Barros)

Canto derradeiro (Adylson Godoy)

Rancho que não volta mais (Dino Galvão Bueno / Sergio Lima)

Tristeza que se foi (Adylson Godoy)

Saideira (Dino Galvão Bueno / Daltony Nóbrega)

 

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