18/04/2022 às 17h07min - Atualizada em 18/04/2022 às 18h30min
Abril Azul: mês de conscientização sobre o autismo
Dificuldades de comunicação é uma das principais características que marcam portador do transtorno
SALA DA NOTÍCIA Daniela Nucci
Divulgação Você sabia que de acordo com dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos, de 2021, o autismo atinge 1 a cada 44 crianças aos 8 anos de idade? É um número significativo para esse transtorno de neurodesenvolvimento que não tem cura e se apresenta em diferentes gradações, ou seja, em um amplo espectro, sendo em alguns casos, até quase imperceptíveis. Por isso, é essencial alertar os familiares e educadores para ficarem atentos aos sinais sugestivos de autismo nas crianças.
Para dar visibilidade ao tema, foi escolhido 2 de abril como Dia Mundial de Conscientização do Autismo pela ONU, que criou a campanha Abril Azul para que as ações ocorram no mês todo. “Essa campanha tem como objetivo mostrar as características e as dificuldades do transtorno, incentivando, assim, a inclusão do autista na sociedade, bem como a criação de políticas públicas voltadas para esse grupo”, diz a médica foniatra e otorrinolaringologista pediátrica, Juliana Bertoncello.
Segundo Juliana, o Transtorno do Espectro Autista (TEA) não tem cura, é já é considerado por muitos, uma condição de neurodiversidade cerebral. “A intenção é que a pessoa seja a mais autônoma possível. O principal foco no TEA é uma dificuldade na comunicação social, desde a fala, gestos, olhar, atitudes, presença de alguns comportamentos que são considerados pouco comuns, alterações tanto motoras quanto sensoriais, alguns rituais e movimentos de estereotipias. Para isso, contamos com diversos processos terapêuticos e acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, como fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia e outros, onde pode-se trabalhar para a modulação de alterações sensoriais e estereotipas”, explica Juliana. Tudo para trazer mais qualidade de vida aos pacientes com TEA. “Vamos respeitar o autismo, levando informação para a população e, assim, diminuir o preconceito”, completa a foniatra. O Abril Azul também tem o objetivo de pressionar governos para que mais políticas públicas se voltem para esse grupo, como acesso às terapias e serviços de saúde, apoio às famílias, inclusão escolar e também ao mercado de trabalho. De acordo com Juliana, é preciso também que os profissionais de saúde, como médicos e terapeutas, sejam treinados para identificar, de forma precoce, o TEA. “Sem esquecer do incentivo de pesquisas científicas para trazer mais respostas sobre o autismo”, finaliza a foniatra.