18/10/2024 às 09h33min - Atualizada em 22/10/2024 às 00h00min

Estratégias e preparação podem ajudar candidatos a gabaritar a prova de Matemática do Enem

Marcos Sobolewski, professor do Colégio Visconde de Porto Seguro, tranquiliza candidatos e compartilha orientações para nota máxima no vestibular

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São Paulo, outubro de 2024 – Com a aproximação dos grandes vestibulares e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o desempenho em Matemática costuma assombrar muitos candidatos. No entanto, a disciplina não é e nem precisa ser encarada como vilã. Segundo Marcos Sobolewski, professor de Matemática do Colégio Visconde de Porto Seguro, em São Paulo, a disciplina pode ser descomplicada com uma preparação adequada e algumas estratégias específicas. Ele compartilha dicas valiosas para os alunos que desejam gabaritar a prova de Matemática do Enem.

O início: conheça a prova e entenda o comando das questões
Uma das primeiras orientações para quem busca sucesso em Matemática é a familiarização com o estilo da prova. “É essencial que o aluno entenda como as questões são formuladas, especialmente no Enem, que tem uma característica muito voltada à interpretação. Ler o enunciado com atenção é o primeiro passo para garantir a resolução correta”, afirma Marcos. Muitas vezes, o erro ocorre não por falta de conhecimento técnico, mas por uma interpretação equivocada do comando da questão.

A pegadinha, como o professor alerta, pode estar nas entrelinhas. “Os vestibulares, em geral, colocam informações aparentemente desnecessárias no enunciado para confundir o candidato. Saber filtrar o que é relevante e o que pode ser descartado economiza tempo e evita erros”, complementa. Ele reforça a importância de prestar atenção aos verbos utilizados nas perguntas, como “calcule”, “determine” ou “estime”, que podem sugerir diferentes abordagens para a resolução.

A preparação ideal: constância e diversificação de exercícios
Uma preparação eficiente em Matemática não ocorre da noite para o dia. “O grande erro de muitos alunos é deixar para dedicar-se à Matemática na reta final dos estudos. Essa matéria exige constância. Resolver exercícios diariamente, mesmo que por pouco tempo, é muito mais produtivo do que tentar estudar tudo em um curto período”, alerta Marcos Sobolewski. Segundo ele, o segredo está na prática frequente e na revisitação constante dos conteúdos.

Além da regularidade, a diversidade de exercícios é fundamental. “É comum que os alunos se sintam confortáveis resolvendo apenas questões de temas que já dominam, mas o ideal é buscar variedade. Misturar exercícios fáceis e difíceis, de diferentes temas, é essencial para treinar o cérebro a pensar de maneira dinâmica”, destaca. Ele sugere que os alunos comecem o estudo pelas áreas que consideram mais complicadas, pois assim conseguem dedicar mais energia no início da preparação.


Atenção às áreas mais cobradas
No Enem e em outros vestibulares, algumas áreas são tradicionalmente mais cobradas, como Aritmética, Estatística, Geometria Espacial, Geometria Plana, Álgebra (envolvendo funções), Probabilidade e Análise Combinatória. “A Aritmética costuma ser a base de várias questões, especialmente aquelas voltadas para o raciocínio lógico. Já Geometria e Álgebra são recorrentes em praticamente todas as provas. Por isso, é importante que o aluno esteja bem preparado nessas áreas”, aconselha o professor.

Temas com maior incidência nas provas do Enem nos últimos anos (aproximadamente):

- 34% em Matemática Básica envolvendo números inteiros, frações, números decimais, potência, radiciação, transformações de unidades, equações, porcentagem, razão, proporção, regra de três, juros e descontos.
- 15% em Estatística, com foco em medidas de tendência central (média, moda e mediana).
- 12% em Funções abrangendo leitura de gráficos, nomenclatura e valores máximos e mínimos.
- 10% em Geometria Espacial envolvendo cálculo de áreas e volumes em prismas, cilindros, pirâmides, cone e esfera.
- 8% em Geometria Plana envolvendo cálculo de área e perímetro em polígonos regulares, circunferência e círculo.

- 6% em Probabilidade.

Marcos Sobolewski também chama a atenção para a Análise Combinatória, que costuma aparecer com certa frequência. “Muitos alunos têm dificuldades com esse tema, especialmente porque ele exige uma boa interpretação do enunciado para que a combinação correta de elementos seja feita. Recomendo que os estudantes treinem bastante e se familiarizem com esse tipo de questão”, sugere.

Estratégias durante a prova
Durante a prova, o gerenciamento do tempo é crucial. “A Matemática no Enem, por exemplo, é muito extensa, com 45 questões. Isso significa que o aluno não pode gastar muito tempo em uma única questão, mesmo que tenha certeza de que sabe resolvê-la”, afirma Marcos. O professor aconselha que os candidatos façam uma primeira leitura rápida das questões e resolvam primeiro aquelas que sabem de imediato. “Isso ajuda a ganhar confiança e a garantir alguns pontos logo de cara. Depois, o aluno pode voltar às questões mais difíceis com mais calma”, sugere Marcos. Uma boa sugestão para essas questões mais desafiadoras é fazer uma anotação bem visível durante a primeira leitura, identificando o tema da questão. Dessa forma, o aluno pode ganhar um tempo precioso ao partir para a segunda fase de resoluções e pode, com base nas anotações, escolher rapidamente as questões que se sente mais confortável em resolver naquele momento.

Além disso, é importante estar atento ao uso de fórmulas e conceitos básicos. “As questões de Matemática frequentemente envolvem fórmulas de áreas, volumes e teoremas conhecidos, como o de Pitágoras. Ter um bom domínio dessas fórmulas evita que o aluno perca tempo tentando lembrar durante a prova”, sugere Sobolewski.

Outra estratégia recomendada é o uso de técnicas de estimativa. “Algumas questões podem ser resolvidas por aproximação. Isso ajuda a ganhar tempo e, em muitos casos, a resposta correta pode ser encontrada com um cálculo mais simples do que aquele que parece inicialmente necessário”, orienta o professor. Ele lembra que essa técnica, no entanto, deve ser usada com cautela e somente em questões em que a margem de erro não comprometa o resultado final.

Cuidado com as pegadinhas
O professor também destaca que as provas de Matemática frequentemente apresentam pegadinhas nas alternativas. “É comum que o gabarito traga opções que são o resultado de erros comuns. Por exemplo, se o aluno confunde uma fórmula ou faz uma simplificação errada, pode acabar encontrando uma resposta entre as alternativas”, explica Marcos.

“Esse tipo de questão é preparado para captar erros de cálculo ou de interpretação, por isso, recomendamos que o aluno sempre revise suas respostas, principalmente se ele chegar a uma resposta muito rapidamente em uma questão que parece complexa”, complementa. A pressa pode ser inimiga da perfeição, especialmente em questões que exigem mais atenção aos detalhes.

Revisão: o fechamento da preparação
Quando a data da prova se aproxima, a revisão final é crucial. “Uma boa revisão não deve ser um estudo exaustivo de todos os conteúdos, mas sim um momento para revisar pontos críticos e reforçar aquilo que o aluno já sabe”, indica Marcos. “Evite aprender temas novos na reta final, pois isso pode gerar ansiedade. Priorize consolidar o que já foi estudado.”

Outra dica importante para a reta final, segundo Sobolewiski, é a realização de simulados. “Fazer simulados com o tempo cronometrado ajuda a treinar o controle do tempo e a lidar com a pressão. Além disso, o aluno consegue identificar suas dificuldades e trabalhar nelas durante os últimos dias de estudo.”

Confiança e disciplina
Por fim, o professor ressalta que a confiança é parte fundamental do sucesso na prova de Matemática. "A disciplina durante a preparação e a segurança no momento da prova fazem toda a diferença. A chave para o sucesso está na prática constante, na atenção aos detalhes e na estratégia durante a prova”, assegura Marcos. “A Matemática é uma área de exatas, mas, com o treino certo, os resultados também podem ser exatos: a nota máxima”, conclui o professor.
 

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FELIPE LUIS DA SILVA BLANCO
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