O prefeito de Manaus, David Almeida, (Avante), foi à superintendência da Polícia Federal (PF), em Manaus, na manhã desta sexta-feira (22/12) denunciar o uso de inteligência artificial para falsificação de sua voz em um áudio falso de ataque aos professores, disseminado no WathsApp.
Ele disse que a autoria do áudio já está identificada, assim como as pessoas que propagaram o conteúdo nas redes sociais e pediu ao superintendente da PF no Estado, Umberto Ramos, o aprofundamento das investigações. A denúncia foi registrada também na Polícia Civil do Estado.
O áudio, de sete segundos, tem o seguinte teor: “O que mais tem é professor vagabundo que quer o dinheirinho de mão beijada. Eu não paguei o Fundeb, mas o povo esquece, tu vai ver”.
Segundo informações da Prefeitura, o material foi gerado com uma ferramenta de inteligência artificial conhecida como Deep Fake, que consegue imitar a fala de alguém a partir de um áudio.
A disseminação do áudio ocorre no momento em que professores e políticos de oposição criticam David por não pagar abono salarial com dinheiro do Fundeb. A Municipal de Educação explicou como aplicou os recursos do fundo.
Para o prefeito, os ataques tem ligação com a eleição de 2024. “Anteciparam a eleição. Eu só queria falar após Carnaval, mas anteciparam muito o processo eleitoral. Ontem fui vítima de vários ataques”, afirmou.
A Prefeitura informou que, de acordo com as investigações iniciais realizadas pela perícia da Polícia Federal no Amazonas, foi constatado que o áudio se trata de uma montagem, com possíveis recursos de Inteligência Artificial, contendo fragmentos de outros tipos de áudios, além de simulações.
“Já de forma bem célere, avaliamos o arquivo que foi apresentado e a gente pôde constatar que são simulações. Iremos nos aprofundar nas análises até a origem desse áudio, mas podemos afirmar de forma bem categórica que se trata de uma montagem, inclusive utilizando-se de outros áudios que já circulam na internet para poder fazer essas simulações”, disse o perito Cleiton Lopes.
O perito informou, ainda, que, por meio das investigações, será possível chegar ao dispositivo de onde foi gerado o áudio. “Inclusive, é possível fazer esse rastreio. Tudo isso que acontece na internet deixa esse mapeamento, deixa esses endereços e a gente consegue fazer esse rastreamento até a origem”, completou.
O superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos, destacou ainda, que a investigação vai buscar identificar e punir todos os responsáveis pelo crime, e que com o ocorrido, o objetivo é descontinuar esse tipo de iniciativa, deixando claro que não existe anonimato na internet.
“Nosso objetivo é que com essa ação a gente promova uma medida para descontinuar esse tipo de iniciativa, deixando claro que não existe anonimato na internet e deixando claro que qualquer tipo de montagem, Fake News, utilização de inteligência artificial de maneira indevida com o objetivo eleitoral, será investigado e os seus autores serão identificados e punidos”, ressaltou.