A amizade entre Joana e Paulo Novaes surgiu de um algoritmo: a cantora descobriu a música “Perdoa” (2016), de Paulo Novaes, por meio do “Descobertas da Semana”, no Spotify, há alguns anos. Depois de ouvir a canção por semanas, ela decidiu segui-lo no Instagram e com o tempo, viraram amigos. Em 2018, Joana se mudou para o Rio e estava produzindo canções com o Pedro Altério (5 a Seco) e foi assim que decidiram escolher uma música de Paulo Novaes para se tornar um dos singles de Joana.
“Escolhemos uma música do Paulinho, que eu acabei dando o nome de “Travo”. Mais tarde, o Paulinho gravou essa música com Anavitória no disco dele e ficou lindíssima. Ele é um artista muito sensível e, mesmo se ele não fosse entrar como participação nesse disco, eu queria que ele entrasse como compositor porque eu realmente acho ele um cara muito diferenciado.”, elogia Joana.
A cantora quis reunir em seu novo disco, “Desapreço”, que será lançado no segundo semestre, músicas que unissem a latinidade e a importância que o álbum tem para esta fase em sua vida.
"Neste novo disco escolhi duas músicas dele pra entrarem no disco e uma delas é ‘Ferida Aberta’, que tem alguma coisa meio latina na melodia que tem a ver com a linguagem do disco. Esse disco é muito visceral, intenso, não é à toa que a identidade visual é vermelha. Essa canção traz essa profundidade no nome, sabe? Eu gosto também dessa coisa que a música traz de uma relação que ficou mal resolvida, que é um tema bem recorrente nesse disco, alguém que passa e vira a cara e deixa aquela ferida aberta até nunca mais”, complementa Joana.
Misturando referências do jazz latino, do fado e da música espanhola, a canção inicia o processo de lançamentos de seu terceiro disco, “Desapreço”, que é considerado pela artista o “disco da vida”.
“É o disco que eu sempre quis fazer, que tem as músicas que eu sempre quis cantar e que me representam como intérprete. Porque eu sou algumas coisas, compositora, atriz, bailarina e figurinista. Mas de todas as coisas que eu sou, eu sou cantora, sabe? Eu sou cantora-intérprete. Ele representa uma Joana mais madura, ele me representa muito, na verdade. Encontrei o que eu quero fazer musicalmente com esse disco”, avalia Joana.
A ideia do disco teve início, ainda que indiretamente, em 2019, com o diretor musical João Peters, apresentando uma música que tinha composto e pedindo Joana para contribuir com a letra. Essa primeira canção é “Desapreço”, que se tornou a faixa-título do álbum. Neste meio tempo, houve o lançamento de um EP, um disco ao vivo, um disco de covers e uma série de shows em que as músicas autorais começaram a ser testadas no público, que respondia positivamente. Foi somente em 2022 que a vontade de gravar retornou, e assim o terceiro disco de Joana Castanheira começou a sair do papel.
Entre as referências musicais de Joana Castanheira estão nomes como as cantoras Elis Regina e Maria Creuza, além da portuguesa, Carminho. Sua admiração por Elis tornou-se a inspiração para um show especial com canções da “Pimentinha”, que passou por diversas casas de espetáculo em Santa Catarina.
“Acho que ela é a principal referência, mesmo que musicalmente sejamos diferentes. Ela é uma grande referência pra mim, principalmente como cantora, intérprete, não só como produção musical. Esse trabalho é um jazz latino e ele tem uma coisa dessas cantoras de rádio, sabe? Outra referência também é o disco ‘Carminho Canta Tom Jobim’, que traz a influência do fado”, destaca Joana.
A carreira de Joana Castanheira teve projeção nacional após sua participação no programa The Voice, em 2016, mas a sua relação com a música vem desde a infância, tendo participado de corais e de musicais de teatro. Em 2014, criou um canal no YouTube com versões de músicas, além de participações de artistas como Dani Black, Pedro Viáfora (5 a Seco), Ana Vilela, Day Limns, entre outros. Em 2016, foi participante da quinta edição do programa The Voice Brasil, quando teve projeção nacional. Em carreira autoral, traz os discos “Perdão, Amor (eu errei)”, em 2022; “Aparador (Ao Vivo)”, em 2021; e “Para”, em 2019. A trajetória também conta com os EPs “À Mesa” (2021), “Volta (Ao Vivo)” (2021) e “Aparador De Saudades Que Ainda Não Existiram ou Porta-Retratos” (2020), que também virou um filme disponível no YouTube.
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