Uma pesquisa da Ticket, marca de benefícios ao trabalhador da Edenred Brasil, em parceria com a Comida Invisível, realizada com 175 estabelecimentos de alimentação, como restaurantes, lanchonetes e bares, revelou que 61.5% dos locais geram sobras e restos de comida diariamente. De acordo com os respondentes, apenas 37% dos estabelecimentos realizam a doação dos excedentes de refeições que não foram comercializadas e que estejam dentro da validade e próprios para consumo, enquanto 31.7% disseram que depende da situação, como a disponibilidade do estabelecimento, e 31.3% responderam que não doam.
“Apesar da aprovação, em 2020, do Projeto de Lei que permite que estabelecimentos doem seu excedente de comida, muitos comerciantes ainda se sentem inseguros com a prática. Dentre os que responderam negativamente à pergunta, uma parcela afirmou que a doação pode acarretar problemas para o local e alguns chegaram a questionar se é permitido doar. Isso é consequência da falta de informação e de conscientização sobre a importância dessa iniciativa”, comenta Jean Castro, Diretor de Rede de Estabelecimentos da Ticket.
Ainda segundo o levantamento, 73% dos participantes consideram que um eventual incentivo fiscal seria muito importante para estimular a doação de alimentos, já 16% disseram que seria importante doar, 5% revelaram ser indiferentes ao assunto, 2.5% o consideram pouco importante e 3.5% sem importância alguma. E quando questionados sobre a relevância de uma chancela (selo) que identifique como sustentável o estabelecimento que doa alimentos excedentes, 50% consideram muito importante, 29% acham que seria uma medida importante, 10.5% são indiferentes, 2.5% avaliam como uma mudança pouco importante e 8% não veem nenhuma importância.
“Os dados revelam que o comércio de alimentos está disposto a mudar esse cenário, mas para isso seria de fundamental importância o investimento de iniciativas públicas que criem mecanismos que estimulem a destinação mais correta para as sobras de comida, que seria o prato de pessoas carentes e em situação de rua”, avalia Castro.
A pesquisa também revelou quais etapas de produção mais geram desperdício de alimentos nos estabelecimentos. Ao serem questionados, os participantes mencionaram o pré-preparo (17.7%), os restos nos pratos dos clientes (43.4%), o superdimensionamento e produção excessiva (17.7%), a perda do prazo de validade (7.4%), produtos entregues em grande quantidade pelo fornecedor (10.2%) e o armazenamento de forma incorreta (6.8%). Já 19.4% disseram que não há esses tipos de desperdício em seus comércios.