08/05/2023 às 13h51min - Atualizada em 09/05/2023 às 00h01min
Sindpesp convoca policiais civis para debate na Alesp sobre reajuste salarial nesta 3ª feira
Sindicato dos Delegados reforça a insatisfação de outras entidades de classe, como as de investigadores, peritos criminais e escrivães, quanto à diferenciação aplicada pelo Estado na correção de salários das Polícias Civil e Militar; discussão com deputados acontece às 17h30
Simone Leone
Divulgação O Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp) está convocando policiais civis para uma plenária que será realizada na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) nesta 3ª feira (9/5), às 17h30, para tratar do reajuste salarial proposto pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para as forças de segurança. Na oportunidade, a entidade vai reiterar sua insatisfação com o Projeto de Lei Complementar (PLC) elaborado pela Secretaria de Segurança Pública bandeirante e que prevê maior correção para a Polícia Militar (PM) em detrimento da Polícia Civil.
A diferenciação veio a público no início da semana passada, quando o Poder Executivo Paulista protocolou na Alesp a matéria, que, agora, segue para a apreciação da Casa de Leis e, posteriormente, para votação. Segundo noticiado pela Imprensa e confirmado pelo próprio secretário de Estado de Segurança Pública, Guilherme Derrite, delegados e demais profissionais da Polícia Civil não terão o mesmo reajuste proposto para os militares.
Enquanto o delegado terá correção entre 14% (classe especial) e 20,7% (terceira classe), e o investigador entre 16% (classe especial) e 24,6% (terceira classe), o subtenente e o soldado de segunda classe da PM receberão aumento, respectivamente, de 30,8% e de 31,6%. A distinção ocasionou revolta, conforme aponta a presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares:
“Como representante legítimo dos delegados paulistas e com base em seu histórico de atuação em defesa da Polícia Civil, o Sindpesp desaprova o texto que vai tramitar na Alesp. Entendemos que não é cabível a diferenciação de correção entre as Polícias Civil e Militar. Ambas instituições merecem tratamento igualitário”, crítica.
A convocação para a plenária na Alesp amanhã é resultado da união de forças entre o Sindicato dos Delegados de Polícia, o Sindicato dos Escrivães de Polícia, o Sindicato dos Peritos Criminais e o Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de São Paulo. As entidades contam com apoio do deputado estadual Paulo Reis (PT-SP), que é investigador de Polícia.
Jacqueline e os diretores do Sindpesp Edson Pinheiro dos Santos Junior e Moisés Leite se reuniram com o parlamentar na 5ª feira (4/5). Reis defende o aumento linear de 30% para a Polícia Civil, como já adiantou em Tribuna.
O Sindicato dos Delegados, como reafirma sua presidente, em nenhum momento foi consultado pelo Estado durante a elaboração da proposta. Em reuniões realizadas entre o Sindpesp e Derrite, o chefe da pasta estadual de Segurança, tão somente, compartilhou possibilidades e após o projeto já ter sido entregue ao governador, jamais deixando margem para negociação:
“Esse projeto de lei, aguardado como promessa de recomposição salarial e de valorização das forças de segurança, saiu da Secretaria de Segurança Pública para as mãos do governador Tarcísio (de Freitas) sem a oitiva prévia das entidades de classe. É um texto repleto de problemas. Além da diferenciação, o que foi proposto não tira São Paulo do ranking dos estados que pior paga o delegado de Polícia. Estamos em 22ª colocação, entre 27 estados da federação, mesmo São Paulo sendo o mais rico do Brasil”.
Mato Grosso, 14º em arrecadação em 2022, com R$ 42,2 bilhões, é o que oferece melhor vencimento do País a um delegado: R$ 25.407,95. A média salarial de um delegado em São Paulo é de R$ 12 mil, enquanto a média nacional é de R$ 18 mil.