O Mês de Conscientização da Dor Pélvica é celebrado em maio, tendo sido instituído em 2017 pela Sociedade Internacional da Dor Pélvica (International Pelvic Pain Society). O objetivo dessa data é trazer à tona um problema que é uma das principais causas de encaminhamento de mulheres aos serviços de saúde, a fim de conscientizar a respeito, e promover a melhor mobilização sobre a condição.
A Dra. Marcia Mendonça, da Comissão Nacional Especializada em Endometriose da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), explica que existem dois tipos de dor pélvica: aguda e crônica. A dor pélvica aguda está localizada na região abaixo do umbigo e tem uma duração de 1 a 5 dias; e a dor pélvica crônica (DPC) que tem a mesma localização, mas um período de maior duração, que pode chegar a mais de 6 meses. Sabe-se que a maior parte das mulheres acometidas pela dor pélvica, aguda ou crônica, são jovens.
A DPC é um sintoma que pode estar relacionado a várias doenças, atingindo até 26% das mulheres em idade reprodutiva, e sua taxa de recorrência ao longo da vida pode chegar a 33%. “Há vários fatores que podem estar relacionados à causa da dor. A dor aguda pode ter relação com processos infecciosos ou inflamatórios, como, por exemplo, a doença inflamatória pélvica, infecções cervicais, cólicas ou dor ovulatória”, explica a especialista.
Já no caso da crônica, diz, tem vários motivos que podem estar associados, sendo eles de origem ginecológica e não ginecológica. Entre as causas ginecológicas, as principais são a endometriose, as dores que se originam no útero (como a dismenorreia), e miomas uterinos. Entre as causas não ginecológicas, temos a constipação intestinal crônica, alterações intestinais e esqueléticas.
A médica alerta ainda que a endometriose é uma causa importante de dor na DPC, podendo estar presente em 40% dos casos. É importante ressaltar que, quando a mulher apresenta dor pélvica crônica, ela deve ser submetida a uma avaliação médica completa.
“Pela multiplicidade de fatores associados a este tipo de dor como, como aspectos moscocleticos, problemas relacionados ao assoalho pélvico, doença miofascial, alterações urinárias, constipação intestinal, e síndrome do intestino irritável, é orientado que o médico considere diversos cenário para um diagnóstico diferencial adequado”, orienta.
Prevenção
A prevenção da DPC pode ser difícil. No entanto, a adoção de medidas de saúde em geral, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividade física e ingerir alimentos ricos em fibras e não inflamatórios podem melhorar o funcionamento do intestino e promover uma boa saúde geral.
Quando uma mulher apresenta dor, especialmente aquela que compromete sua qualidade de vida, é fundamental que ela seja avaliada clinicamente, com a realização de exames e eventualmente procedimentos complementares, que serão definidos por uma análise médica.
“Entre os exames realizados para afastar infecções do trato urinário, pode ser necessária a realização de uma ultrassonografia ou, em alguns casos, uma ressonância magnética”, conclui a Dra.