30/03/2023 às 15h05min - Atualizada em 01/04/2023 às 00h00min
UNIDAS reúne importantes nomes do setor para discutir como a saúde suplementar será impactada pelo uso do Car-T Cell e outras terapias especiais e de alto custo
Viabilidade financeira de terapias inovadoras e de alto custo para as operadoras setor será tema da Webinar on-line e gratuito que acontece no dia 03 de abril
Segundo projeção do Ministério da Saúde, divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais de 483 mil pessoas serão diagnosticadas com algum tipo de câncer em 2023. E, entre as novas terapias que surgiram como esperança em alguns casos que não responderam bem aos tratamentos anteriores, o Car-T Cell vem sendo apontado como uma grande revolução. A terapia celular (sigla em inglês para Chimeric Antigen Receptor T-Cell Therapy) é um procedimento capaz de combater cânceres hematológicos usando as células de defesa (linfócitos T) do próprio paciente, modificadas em laboratório e reinseridas por infusão. A nova tecnologia foi incorporada no país em janeiro e integrada ao rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em fevereiro. E, agora que foi aprovado, se faz necessário uma discussão em torno do alto custo que envolve o seu uso, cerca de US$ 500 mil, o que pode inviabilizar financeiramente várias operadoras de planos de saúde, principalmente as de menor porte.
E é justamente para tratar do impacto que as terapias especiais e de alto custo trarão às operadoras do setor que a UNIDAS (União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde) vai realizar mais uma edição do UNIDAS Talks, webinar no dia 03 de abril às 15h, com especialistas de diversas áreas que formam o setor de Saúde Suplementar.
On-line e gratuito, o evento contará com a participação do Rogério Scarabell, ex-diretor da ANS e sócio do escritório de advocacia M3BS; Dr. José Luiz Toro, presidente do IBDSS (Instituto Brasileiro de Direito da Saúde Suplementar) e sócio fundador do Toro Advogados; Alexandre Fioranelli, diretor da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar); Lucas Eduardo Botelho (coordenador do laboratório de Transferência Gênica do Hemocentro de Ribeirão Preto (FMRP/USP); e Dr. Clênio Shulze, juiz federal em Santa Catarina e pesquisador do Direito da Saúde.
“Não somos contra a incorporação dessa tecnologia, mas precisamos discutir a aplicação racional e o impacto financeiro, porque essa conta precisa ser paga. Mas será que ela é viável?”, questiona o presidente da UNIDAS, Anderson Mendes. “Saúde não tem preço, mas tem custo e dentro dos planos, o tratamento é pago por todos. Por isso, é fundamental discutir estratégias para que a incorporação de tratamentos de alto custo não impliquem num aumento de mensalidade que gere uma saída de vidas por impossibilidade de pagamento”, complementa.