08/02/2023 às 09h51min - Atualizada em 09/02/2023 às 00h02min

NRF e as profecias que acontecem

Por Edilson Gonçalves, Gerente Comercial da Gertec

SALA DA NOTÍCIA Edilson Gonçalves, Gerente Comercial da Gertec

A NRF é uma das mais importantes feiras internacionais para a indústria de varejo (a propósito, o “F” é de Federation, e não de Fair, (Feira) e o palco para a discussão dos grandes temas do setor, além, claro, de constituir uma fantástica vitrine para exibição de tecnologias e produtos inovadores. Esta feira já está em sua 113 edição!

Da indústria automobilística a empresas de entretenimento, passando por centenas de empresas de tecnologia (incluindo a GERTEC), toda marca que importa para o varejo esteve presente e pudemos antever um pouco do futuro do varejo no mundo e também no Brasil, um país que absorve rapidamente as mais inovadoras tendências.

Também estive presente na edição da Retail’s Big Show do ano passado, e as quatro tendências que apontamos então, se tornaram realidade ou prioridade para as empresas de tecnologia visando atender às transformações do varejo. Foram elas as soluções de Self-Checkout, o reconhecimento facial, a mobilidade e os terminais mobile e a disputa entre Android e Windows no varejo.

A última está avançando de forma consistente, e nós mesmos estamos entregando várias soluções de custo mais reduzido e de fácil operação, com sucesso, no mercado brasileiro. Mas, é menos visível ou nada visível para os consumidores, assim como as soluções de pagamento - o conhecimento deles, de forma geral, é apenas de bandeiras de cartão, marcas de maquininhas e temas assim.

As soluções de self-checkout não podem mais ser classificadas como novidade, estão presentes em muitos mercados e avançam rapidamente para as lojas de conveniência e varejo de vestuário e acessórios. A novidade são as lojas, principalmente de vestuário, e mercados sem colaboradores visíveis. É principalmente aqui que as boas soluções de radiofrequência - RFID (inglês para Radio-Frequency Identification — ou identificação por radiofrequência) encontram enorme espaço: ainda surpreende os consumidores uma “pilha” de peças de roupa sendo corretamente identificadas pelo leitor de RFID em cor, tamanho, números de peças.

Muitos brasileiros tiveram seu primeiro contato com o reconhecimento facial ao abrir uma conta bancária digital, talvez para receber o auxílio governamental durante a pandemia. Mas essa tecnologia já é rotina até mesmo em áreas de segurança, como no embarque aéreo e nas eleições brasileiras, e tem aplicações ainda no varejo autônomo, como mencionado acima.

Mobilidade, nem é preciso falar muito, quando pensamos no varejo e na prestação de serviços, pode-se dizer que, ou está também na palma da mão, ou estará logo fora do mercado.

Mas, um tema que cresceu bastante nos últimos anos, principalmente a partir do escândalo da Cambridge Analytics, foi a segurança de dados pessoais e das empresas.

Nesta edição da NRF observamos uma grande preocupação com a privacidade e segurança dos dados dos clientes, o que em parte pode ser traduzido em cibersegurança, uma área bastante ativa nas discussões. Apesar das boas soluções expostas na Feira, grande parte do problema tem origem na falta de “educação cibernética” dos usuários da tecnologia. No Brasil, segundo a revista Tecmundo, a senha mais popular é a combinação "123456", que já foi vazada mais de 1 milhão de vezes — em segundo e terceiro lugar ficaram as palavras chaves "123456789" e "brasil".

Outras soluções em demonstração em estandes, como realidade virtual e realidade aumentada, permitiram experiências diferenciadas tanto no mundo online/metaverso, como no mundo físico, como no espaço da loja em que uma tendência de intersecção destes dois universos, facilitam decisões ao usuário final. Mas, ainda demandam investimentos significativos, reduzindo o seu uso imediato no varejo brasileiro.

Depois dos anos de crise, todas as empresas, em especial no varejo de bens e serviços, incrementaram a busca por mais eficiência e pluralidade de interfaces com o cliente final. Não existe aposta em um único método para chegar ao cliente, e sim um enlace de soluções conectando o meio físico e digital ao cliente final. É o que sempre reforçamos aqui na Gertec, não existe nenhuma tecnologia resolutiva de todas as dores. Tudo é complementar. Todas as tecnologias são somadas, e não substitutivas, como o Pix e os cartões, por exemplo.

*Edilson Gonçalves, Gerente Comercial da Gertec, é graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade de Mogi das Cruzes. O profissional tem mais de 25 anos de experiência nas áreas de vendas e assistência técnica e na indústria de equipamentos para automação do varejo, atuando em empresas como Epson, Filizola e Hobart.


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