19/12/2022 às 10h54min - Atualizada em 21/12/2022 às 00h01min

FunBEA apela por estrutura educadora ambientalista em reuniões de transição para o governo do Presidente eleito Lula

Conselheiros e Anppea fazem recomendações para políticas públicas nos próximos quatro anos

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Sistema de Alerta de Desmatamento - SAD do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon
São Paulo, dezembro de 2022. “Dá um Google em casa aí”, disse o Presidente Jair Bolsonaro em debate pré-eleições com Lula, que até então era candidato à Presidência da República, sobre dados a respeito do desmatamento da Amazônia para um comparativo entre os dois governos.

Muitas pessoas fizeram exatamente isso e a pesquisa na internet aponta que o governo Bolsonaro é responsável por um desmatamento significativamente maior do que no segundo mandato de Lula e dos seus sucessores até 2019, quando assumiu o cargo. Dentre as ações tomadas por Bolsonaro para conter o desmatamento, vimos a demissão do diretor do Inpe, acusações contra ONGs e incentivo ao garimpo e grilagem, além da destruição de terras indígenas, dentre outras.

De agosto de 2021 a julho de 2022, foram derrubados 10.781 km² de floresta, o que equivale a sete vezes a cidade de São Paulo. Essa foi a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período, sendo 3% superior à registrada no calendário passado, entre agosto de 2020 e julho de 2021 (Sistema de Alerta de Desmatamento - SAD do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia - Imazon).

Por isso, o FunBEA, primeiro Fundo Brasileiro de Educação Ambiental na América Latina, sendo referência em Educação Ambiental para mobilizar recursos para projetos, redes e movimentos socioambientais para construir sociedades justas e sustentáveis, por meio de seus conselheiros e a Articulação Nacional de Políticas Públicas de Educação Ambiental - Anppea, estão participando das reuniões de transição para o Governo do Presidente eleito, Lula, pra repensar a Educação Ambiental neste novo momento do Brasil e propor políticas públicas para o setor nos próximos quatro anos.

Marcos Sorrentino, vice-preseidente do FunBEA e professor sênior da USP, apelou junto ao grupo técnico de meio ambiente de transição presidencial do governo Lula:

“Precisamos voltar a ter estrutura educadora ambientalista em todo o território nacional. Processos educadores instalados no coração do governo são o primeiro passo para a mudança. São necessários procedimentos dentro do Ministério do Meio Ambiente para recuperar a estrutura educadora ambientalista do IBAMA, ANA, ICMBIO, entre outros", analisou Sorrentino.

Thais Brianezzi, Conselheira do Setor Acadêmico do FunBEA, falou em 16 de dezembro em uma das reuniões de transição:

A gente sabe que o governo Lula enfrentará muitos desafios em diversos campos, especialmente após o desmonte promovido pelo desgoverno atual. E isso é agravado pelo cenário internacional, também crítico, de aprofundamento das desigualdades sociais e de colapso climático, de perda da biodiversidade e de aumento da poluição (inclusive dos oceanos). Uma educação ambiental crítica, engajada, ao longo de toda a vida, nos espaços formais e não formais de aprendizagem e ensino. É isso que precisamos. É isso que preconiza nossa Política Nacional de Educação Ambiental, a PNEA, construída participativamente”, explanou a Conselheira.

E complementou aos membros da reunião:

“O FunBEA trabalha com a perspectiva de política pública multicêntrica, de ação conjunta entre governo e sociedade. E, por isso, é um fundo público não estatal, que aposta na educação ambiental como um caminho potente de transformação, de construção de sociedades mais justas e sustentáveis”, contou Thais Brianezzi.
 
Mais sobre o FunBEA: O Fundo Brasileiro de Educação Ambiental – FunBEA é referência em Educação Ambiental desde 2011, sendo o primeiro e único fundo de Educação Ambiental da América Latina que mobiliza recursos e aproxima projetos, redes e movimentos socioambientais para construir sociedades justas e sustentáveis. Somos formados por um grupo de pesquisadores e ativistas socioambientais que acredita na educação ambiental como um caminho potente de transformação.
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