Segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS de 2022 do Ministério da Saúde, entre 2019 e 2021, houve um declínio de 11,1% de infecções pelo vírus HIV no Brasil. Mulheres representaram um pouco mais de 129 mil casos no período. Além disso, mulheres com idade entre 15 a 34 anos representaram 45,6% dos casos de novas infecções do vírus no ano passado.
O Dr. Regis Kreitchmann, médico ginecologista e vice-presidente da Comissão Nacional Especializada em Doenças Infecto Contagiosas da FEBRASGO, explica que o atendimento ginecológico da mulher que convive com HIV deve ser qualificado, sempre com acolhimento e empatia. “A mulher precisa de um bom suporte psicológico e social, acesso facilitado ao seu tratamento, com atenção especial à prevenção do câncer do colo e tratamento das demais infecções sexualmente transmissíveis” explica Kreitchmann.
Mulheres com HIV em idade reprodutiva precisam passar pelo planejamento reprodutivo antes de engravidarem, além do dever da saúde pública de ofertar teste para a detecção precoce da infecção e dar início ao tratamento para que evitem a transmissão vertical do vírus para o bebê. “Uma gestação em uma mulher com HIV deve ser conduzida por profissionais que possuam experiência na área e saibam manejar os antirretrovirais para prevenir a transmissão do vírus ao bebê”, pontua o médico ginecologista.
Dr. Regis ainda reforça a importância de se combater estigmas e preconceitos que ainda existem aos portadores do vírus, o que resulta em sofrimento e acaba atrapalhando o tratamento. “O HIV ainda não tem cura, mas o tratamento é bastante simplificado e de fácil acesso no SUS, levando longevidade e uma boa qualidade de vida às pessoas que vivem com HIV”, conclui o médico.