O Hospital do Servidor funciona em condições precárias. A instituição é mantida exclusivamente pelo desconto de 3% em holerite dos servidores públicos do estado, inclusive aposentados e pensionistas. Além disso, o cônjuge também paga, bem como agregados maiores de 21 anos. Porém, a renda auferida não é suficiente para a manutenção da infraestrutura e do atendimento de qualidade aos milhares de servidores. "Não entendemos porque o proprietário do hospital, nesse caso o governo do Estado de São Paulo, não contribui para o correto funcionamento instituição", questiona Antonio Tuccilio, presidente da Confederação Nacional dos Servidores Públicos (CNSP).
"O resultado dessa falta de compromisso do governo estadual com a saúde do funcionalismo é a precarização do único hospital destinado ao atendimento de servidores públicos do Estado de São Paulo. A estrutura do Hospital do Servidor está estrangulada, com longo tempo para agendamento das consultas, falta de médicos e de demais profissionais", informa o dirigente.
Outro órgão de saúde, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual de São Paulo (Iamspe), também não oferece o atendimento devido, com um leque limitado de convênios com outros hospitais. "Essa situação afeta diretamente muitos municípios paulistas: há elevada demanda, mas falta atendimento. E o problema não para por aí: poucos servidores conseguem manter plano de saúde particular, situação ainda agravada com a perda do poder de compra e com reajustes de remuneração abaixo da inflação.
Recentemente, o Ministério Público acatou representação do deputado Carlos Gianazzi (PSOL) e ingressou com ação civil pública contra o Iamspe e a Sociedade para a Excelência da Saúde e Medicina, empresa responsável pelo atendimento clínico e cirúrgico no pronto-socorro do Hospital do Servidor. O objetivo foi denunciar o sucateamento da instituição.
"Estamos nessa luta há mais de 10 anos. Merecemos uma resposta e, mais do que isso, respeito. Não conseguimos argumentar com os deputados sobre a importância do Estado contribuir com o Hospital do Servidor Público da mesma maneira que o funcionalismo. É um absurdo. A saúde é um direito de todos", protesta Antonio Tuccilio.