Imigrantes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos a partir de novembro de 2020 estão passando por um processo de deportação acelerado. Esse cenário é resultado de uma meta interna do governo americano que quer concluir esse processo em até 300 dias. A intenção é desestimular novos imigrantes a entrarem no país de forma ilegal. Segundo Anita Mignone, advogada especializada em imigração, da Mignone Law Firm, mais de 21 mil brasileiros fazem parte desse processo de aceleração de deportação.
Boa parte desses imigrantes se entregam à imigração, outra parte deles foram presos pelo ICE, polícia de imigração. A advogada pontua que quando essas pessoas são pegas na fronteira entrando no país, elas passam por um processo de registro e triagem e são liberadas.
“Esses imigrantes são monitorados por meio de tornozeleiras eletrônicas ou aplicativos de monitoramento via celular, além disso, eles precisam se comprometer a comparecer às audiências”, explica Dra. Anita Mignone.
Uma forma de defender desse processo de deportação é o pedido de asilo, ferramenta de acolhimento de pessoas que sofreram abusos e perseguições que comprometem sua integridade física. “O asilo pode ter origem política, racial, sexual e muitas outras formas criminais”, esclarece. Segundo ela, o ponto essencial do asilo é a pessoa correr risco real se retornar ao país de origem. Porém, esse pedido nem sempre é bem sucedido, já que esses imigrantes podem cometer diversos erros que prejudicam o processo.
“Não possuir um arsenal de provas bem documentado, não apresentar esses documentos à imigração de maneira aprofundada e correta são os principais erros”, adiciona.
Imigrantes deportados ficam à mercê de seu histórico perante as autoridades americanas. Podem haver casos de pessoas que são deportadas e, após terem ficado algum tempo fora do país, podem solicitar visto, mas também há aqueles que sofrem condenações mais severas, incluindo criminais, e jamais podem retornar.