De 6 a 10 de outubro de 2025, a Ecofalante, o Sesc São Paulo e a Spcine realizam a quinta edição do Seminário de Cinema e Educação, evento gratuito que se consolidou como uma das principais referências nacionais no debate sobre cinema e educação. Reunindo educadores, gestores, cineastas, pesquisadores e representantes da sociedade civil, o encontro propõe reflexões urgentes sobre o papel do cinema na escola, sua potência estética, ética e política, e os caminhos para a construção de uma política pública sólida para a área.
As inscrições podem ser feitas a partir de 25/09 através do endereço https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/. O público-alvo é composto por educadores, pesquisadores, produtores culturais e profissionais da educação formal e não formal.
O tema desta edição é “O direito ao cinema na escola: estética, ética e política em diálogo”. O título sintetiza um posicionamento que vai além do cumprimento da Lei 13.006/14, que obriga a exibição de, no mínimo, duas horas de cinema brasileiro por mês nas escolas de educação básica. O Seminário busca colocar em evidência o cinema como linguagem viva, transversal e transformadora, capaz de fomentar a sensibilidade artística, o pensamento crítico e a cidadania socioambiental.
Cinema como direito e política pública
A Lei 13.006/14, apesar de vigente há mais de uma década, ainda encontra desafios para ser efetivamente implementada. O 5º Seminário de Cinema e Educação se propõe a discutir não apenas sua regulamentação, mas também sua inserção em um contexto mais amplo, tal como exposto na Proposta de um Programa Nacional de Cinema na Escola, elaborado em 2024 pela Rede Kino - Rede Latinoamericana de Educação, Cinema e Audiovisua por meio de consultas públicas e Grupos de Trabalho durante a 19ª CineOP.
Para tanto, o evento se apoia em quatro eixos estruturantes: Formação Docente, Condições de Exibição e Produção, Acervos e Curadorias e Pedagogias do Audiovisual. Esses pilares orientam as mesas de debate, refletindo sobre como garantir que a presença do cinema na escola não se limite a uma obrigação formal, mas se torne parte orgânica da experiência educativa.
Programação: debates, formação e prática
A programação do 5º Seminário de Cinema e Educação, permitindo maior alcance nacional sem perder o vínculo direto com a comunidade escolar.
Nos dias 11, 18 e 25/10 acontecem atividades presenciais de formação prática para educadores da rede municipal de São Paulo. Sob o tema “Ver e Fazer Cinema na Escola - percursos criativo-pedagógicos entre escola e comunidade”, nelas são abordados fundamentos da linguagem audiovisual, cineclubismo escolar, curadoria pedagógica e dinâmicas de criação com estudantes. Realizadas nos CEUs Carrão, Pera Marmelo e Campo Limpo, as atividades são ministradas pela pesquisadora, curadora e produtora cultural Liciane Mamede e pelo cineasta, educador audiovisual e pesquisador Felipe Leal Barquete.
O 5º Seminário de Cinema e Educação pretende ser um marco no processo de consolidação do cinema como direito cultural e pedagógico nas escolas, em particular na cidade de São Paulo. Ao reunir especialistas de diferentes estados e formações, o evento reforça a importância de uma abordagem plural, democrática e enraizada no chão da escola.
Para Liciane Mamede, produtora da Ecofalante, o Seminário de Cinema e Educação chega a sua quinta edição com um repertório de discussões amadurecidas ao longo dos últimos anos. “Desde 2018, tem se afirmado como um espaço essencial para refletir sobre maneiras de inserir o cinema na escola. Nesse percurso, o debate também evoluiu em termos de políticas públicas, e seguimos atentos a esse movimento para fortalecer o audiovisual como parte estruturante da educação básica. Chegar a este momento é um marco, pois reafirma a continuidade de um debate que precisa estar no centro das políticas culturais e educacionais”, declara.
Segundo o coordenador do seminário, Felipe Barquete, a iniciativa acontece “num momento importante: a regulamentação da Lei 13.006/14 está na pauta, e a sociedade civil se organiza para que isso se converta em uma implementação profunda, consistente e permanente do cinema e do audiovisual nas escolas brasileiras. É a oportunidade de transformar um direito em práticas: de ampliar o repertório cultural, de inventar, ensinar e aprender de modos mais inclusivos, significativos e transformadores para os estudantes, seus territórios e suas comunidades.”
A expectativa é que o encontro contribua para ampliar a compreensão da sociedade sobre a Lei 13.006/14 e acelerar sua efetiva implementação; apoiar educadores com metodologias e práticas que valorizem o audiovisual como ferramenta crítica e criativa; fortalecer redes entre escolas, universidades, coletivos culturais e órgãos públicos; e valorizar a diversidade cultural e territorial do Brasil na construção de políticas públicas para o cinema na educação.
Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
VALERIA MAGNABOSCO BLANCO
[email protected]