Vestido foi produzido em Bruxelas, em 1910, e é considerado uma herança de família. Vestido de noiva com mais de cem anos faz sucesso em Manaus. A médica Bárbara Jinkings subiu ao altar nesse sábado (22) para casar com o engenheiro Filippe Albuquerque, em Manaus. Para quem não conhece a história do casal ou da família, o casamento pode ser visto como mais um dos tantos que acontecem em um fim de semana na capital amazonense. Mas esse não foi um casamento qualquer. Isso porque, a peça usada pela noiva tinha - nada mais nada menos - que 112 anos. O vestido foi produzido em Bruxelas, em 1910, e é considerado uma herança de família. Ele já foi usado por 24 mulheres, incluindo Bárbara. Ela, inclusive, faz parte da quinta geração consecutiva a usar a peça, tradição essa que começou com a sua tataravó. Vestido foi usado pela 24ª vez nesse sábado. Alexandro Pereira/Rede Amazônica "Eu fico até emocionada, né? Porque tem muita história... Minha tataravó, minha bisavó, a minha avó, a minha mãe, todas casaram com o mesmo vestido. E eu estou podendo pegar o mesmo vestido que outras pessoas da minha Família, da minha família direta, primas, tias e dar o meu nome para o vestido. Então isso é muito emocionante", disse. Mas nem sempre a ideia de casar com o vestido centenário agradou Bárbara. Ela queria algo que tivesse a sua cara e casar uma peça que muita gente já tinha vestido causava preocupação na noiva. Vestido centenário vestiu 24 mulheres da mesma família. Alexandro Pereira/Rede Amazônica "Eu sempre disse que eu não ia usar o vestido da família, porque era o vestido velho que as pessoas que eu tinha visto casar com ele. Eu não achei que ficou tão bonita, então queria um negócio diferente. Só que com o passar do tempo e eu fui conhecendo melhor a história do vestido. Foi começando a mudar a minha ideia sobre usar o vestido e o fato de ser uma tradição na família não ia ser a única a não usar", explicou. Após conhecer a história do vestido, a médica resolveu usar a peça, mas dando um toque todo especial para que tivesse o seu estilo. Vestido foi feito em Bruxelas, na década de 1910. Alexandro Pereira/Rede Amazônica "Apesar de ter vestido mais de 100 anos, ele está a minha cara. Se eu tivesse feito ele do zero, ele não teria ficado mais minha cara do que ele está agora. Então é exatamente isso que eu queria", disse a nova. A mãe da noiva, Annik Barbosa, também usou a peça e para guardar as memórias afetivas do vestido resolveu escrever um livro para contar as histórias de quem usou a herança da família. Noiva e mãe, que também usou o vestido, durante casamento. Alexandro Pereira/Rede Amazônica "Minha bisavó, a minha avó, a minha mãe, eu e agora minha filha. Então nós estamos na quinta geração consecutiva de noivas usando o mesmo vestido. E eu resolvi contar a história, porque todas as mulheres que usaram antes não registraram isso em lugar algum. Então eu resolvi escrever e aí eu fui vendo várias coincidências. A primeira foi por acaso. É que a Bárbara casou no porto flutuante onde onde o vestido chegou, e ela também subiu ao altar no dia 22 de julho. Minha bisavó, tataravô dela, casou no dia 20 de julho", contou. Cada noiva deu seu toque especial na herança de família. Alexandro Pereira/Rede Amazônica Mais do que uma relíquia ou uma herança, a família encontrou no vestido um ponto de encontro e algo que faz questão de manter sob a guarda de todos para as futuras gerações. "Antes as mulheres da família se reuniam para tecer e aí ficavam conversando. Hoje já não é mais assim, mas o vestido ainda é motivo de reunir mãe, filha, filha com amigas, e acaba sempre tendo assim essa essência de união, de família, de conservar, de preservar, de manter. São verbos que a gente quase não usa mais na nossa vida de hoje em dia", finalizou a mãe da noiva. Médica foi a 24ª mulher da mesma família a usar o vestido. Alexandro Pereira/Rede Amazônica Vídeos mais assistidos do Amazonas