02/06/2023 às 23h11min - Atualizada em 03/06/2023 às 00h02min

Fotos de Bruno e Dom feitas antes de assassinato na Amazônia são reveladas

As imagens fazem parte de um documentário do Globoplay sobre a vida e o trabalho dos dois, e foram feitas poucas horas antes de eles serem assassinados a tiros, em 5 de junho de 2022.

AMAZONAS
G1



As imagens fazem parte de um documentário sobre a vida e o trabalho dos dois, e foram feitas poucas horas antes de eles serem assassinados a tiros, em 5 de junho de 2022.

O telefone foi recuperado em outubro e entregue aos investigadores por uma das patrulhas indígenas que Bruno treinou para combater o garimpo ilegal e outras atividades na reserva protegida do Vale do Javari.

Os investigadores sustentam que Dom Phillips, de 57 anos, e Bruno Pereira, de 41, foram assassinados por um grupo de pescadores ilegais, possivelmente em resposta ao trabalho do indigenista contra crimes ambientais na região.

O duplo assassinato teve repercussão internacional e expôs a violência reinante na maior floresta tropical do mundo, onde a destruição ambiental avança sem trégua.

A patrulha da organização de direitos indígenas Univaja, que teve papel fundamental na descoberta dos corpos dos homens assassinados, continuou buscando pistas durante meses na região.

O documentário mostra o grupo da Univaja fazendo buscas na lama com um detector de metais nos arredores de onde foram encontrados os corpos dos dois homens. Essa área tinha ficado debaixo d'água durante a estação das chuvas.

Assim, eles encontraram o computador e a credencial de imprensa de Phillips, e depois o telefone de Bruno, afundados na lama, objetos de grande valor para a investigação.

Os investigadores conseguiram recuperar as imagens e os dados do aparelho.

A última foto, feita na manhã em que Dom e Bruno foram assassinados, mostra o jornalista sentado em um pequeno bote falando com um morador local perto da margem do rio Itaquai, uma das vias fluviais que serpenteiam pela região.

Também encontraram vídeo de um dos três suspeitos do duplo assassinato, o pescador local Amarildo 'Pelado' Costa de Oliveira, com quem a dupla cruzou quando viajava rio abaixo.
Membros da patrulha indígena disseram que Pelado tinha ameaçado os dois um dia antes do assassinato. Bruno Pereira já havia sido alvo de diversas ameaças de morte por causa de seu trabalho.
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