22/11/2022 às 11h13min - Atualizada em 23/11/2022 às 00h01min

Como o mercado reagiu à eleição do Lula

Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, comenta sobre o mercado de crédito internacional

SALA DA NOTÍCIA Boost Assessoria de Imprensa
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Com a vitória de Luís Inácio Lula da Silva nas eleições, o mercado econômico enfrenta mais dias de “sobe e desce”. O dólar comercial, por exemplo, fechou em queda de 2,54%, cotado a R$ 5,166 no dia da eleição. Já o pregão do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou em alta de 1,31%, aos 116.037,08 pontos.

O volume de crédito com recursos livres para pessoas jurídicas atingiu R$ 1,3 trilhão em fevereiro de 2022, com alta de 1,9% no mês e de 17,5% em relação a fevereiro de 2021. Para 2023, espera-se um crescimento de 7% no montante total de crédito utilizado no Brasil.

Para Luciano Bravo, CEO da Inteligência Comercial e Country Manager da Savel Capital Partners, empresa que viabiliza crédito internacional para negócios brasileiros através de fundos de dívida estruturada nos EUA e Europa, o mercado de crédito não considerou que a eleição de Lula tenha sido negativa ou um fracasso. “Precisamos olhar com cautela. Se haverá a cooperação da equipe sucessora na área econômica”, comenta Luciano.

“No momento não é possível fazer nenhuma análise. Atualmente estamos num momento de alta de juros. A taxa Selic está em 13,75% ao ano. Mas, por agora, não há como dizer se a vitória nas eleições será boa ou ruim para o mercado de crédito. Também seria assim se o Bolsonaro tivesse vencido”, explica Luciano.

Segundo o empresário, o crédito internacional continua com uma tendência fortíssima para acesso das médias e grandes empresas. “Independente do presidente, a escassez de crédito no brasil perdurará por um longo tempo. No Brasil nós temos um oligopólio dos bancos, uma alternativa para as médias e grandes empresas é terem um acesso ao crédito internacional via EUA e Europa”, diz.

Em viagem à países pelo mundo, Lula discursa já como futuro presidente do Brasil. No Egito, por exemplo, o ex-presidente assustou o mercado ao sinalizar aposta na irresponsabilidade fiscal. “Pode acontecer nesse primeiro momento de investidores acabarem ficando abalados em relação à política econômica do futuro governo do Lula”, comenta Luciano.

“Enquanto uma empresa de médio porte dificilmente encontra crédito fácil para seu desenvolvimento aqui no Brasil, em outros países a história é diferente. No nosso país, por exemplo, é impossível uma empresa aportar acima de 30% de seu faturamento, por conta da legislação vigente. Já, nos Estados Unidos e na Europa esse limite não existe”, conclui Luciano Bravo.

Aporte de Capital Internacional (ACI), é uma linha de crédito internacional para médias e grandes empresas brasileiras. É um empréstimo que é viabilizado através de fundos nos Estados Unidos da América e Europa. Esse capital internalizado no Brasil através da lei 4131 do Bacen possibilita que capital estrangeiro ingresse no país, e fica disponível para o empresário poder investir em sua empresa.

No dia anterior à viagem de Lula ao Egito, o coordenador da transição e vice-presidente eleito Geraldo Alckmin havia enviado ao Congresso uma minuta da PEC que propõe a retirada por tempo indeterminado de despesas com programas sociais do teto de gastos do governo. 

A expectativa é da aprovação de um valor “extrateto” de até 198 bilhões de reais, com o custeio do Bolsa Família e o uso de uma parcela das receitas extraordinárias para investimentos públicos.


 
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