16/11/2022 às 21h55min - Atualizada em 17/11/2022 às 00h01min

Testemunhas são ouvidas no julgamento da morte do menino João Pedro

Adolescente de 14 anos foi baleado em maio de 2020. Caso ocorreu durante operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo,região metropolitana do Rio de Janeiro.

 

 

Duas testemunhas foram ouvidas hoje (16) em audiência de instrução e julgamento do processo que julga os acusados de envolvimento na morte de João Pedro Mattos Pinto, adolescente de 14 anos baleado em maio de 2020. O caso ocorreu durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio de Janeiro.

 

 

Três policiais civis são réus no processo: Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister. Eles eram lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), unidade de operações especiais da Polícia Civil.

 

 

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A audiência teve duração de aproximadamente três horas. Ela foi conduzida pela juíza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. A primeira a depor foi uma adolescente de 17 anos, amiga de João Pedro que presenciou o episódio. Segundo contou, eles estavam em um quintal junto com outros amigos, quando ouviram barulhos de helicóptero e tiros. Embora tenham tentado se abrigar, eles se depararam com a chegada de policiais. A testemunha também disse que viu um homem, usando touca e colete, pular o muro.

 

 

O outro depoimento foi de um pedreiro que trabalhava na região. O homem disse que, durante a abordagem, mostrou o instrumento de trabalho aos policiais e se dirigiu para a casa do irmão, que fica em frente à residência em que João Pedro foi morto. Após entrar, ele se trancou no banheiro para se proteger dos tiros.

 

A operação foi realizada de forma conjunta pela Polícia Civil e pela Polícia Federal. Os agentes cumpriam mandados de prisão e de busca e apreensão contra integrantes de uma facção criminosa. No mês seguinte, o inquérito da Polícia Civil foi encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), que apresentou a denúncia aceita pela Justiça.

 

Segundo a denúncia, a casa onde João Pedro brincava com primos e amigos foi invadida por policiais, que entraram atirando, e ficou marcada com 72 tiros após a operação. Ferido, João Pedro foi levado de helicóptero pelos policiais, mas não resistiu aos ferimentos.

 

Essa foi a segunda audiência de instrução e julgamento. Em setembro, na primeira audiência, o pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, relatou que só teve notícias sobre o paradeiro do corpo no dia seguinte. Outras testemunhas ainda serão ouvidas, incluindo seis policiais federais indicados pela defesa dos réus.

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