27/06/2022 às 09h43min - Atualizada em 29/06/2022 às 00h10min

Mulheres com diabetes têm risco maior de infecções ginecológicas e disfunções sexuais, alerta Febrasgo

Especialista da Febrasgo indica série de sinais e cuidados para mulheres que convivem com a doença

SALA DA NOTÍCIA Jéssica Cunegundes
Imagem Divulgação
São Paulo, junho de 2022. No Brasil, atualmente, cerca de 15 milhões de adultos convivem com diabetes, doença que faz 6,7 milhões de vítimas no mundo todo ano. Dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por inquérito Telefônico (Vigitel) 2021, pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, mostra que a proporção de mulheres que vivem com diabetes é maior do que a de homens, 9,61% e 8,58%, respectivamente. É possível encontrar essa diferença pois mulheres têm maior tendência de hábito de cuidar da saúde e realizar exames regulares, crescendo o número de diagnósticos da doença neste grupo.

A diabetes em mulheres pode desencadear uma série de infecções, como candidíase e infecção urinária. “A candidíase é a infecção mais comum em pessoas com diabetes porque os elevados níveis de açúcar criam boas condições para o seu desenvolvimento", constata a Dra. Daniela Angerame Yela, membro da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). A especialista ainda explica que manter os níveis de glicemia sob controle pode ajudar a reduzir o risco desta infecção. “Se tem diabetes, deve ter atenção especial aos sintomas e fazer exames periódicos para detectar infecções vaginais.” informa a especialista.

Há também, lembra Daniela, a possibilidade de desenvolverem a Síndrome dos Ovários Policísticos, na qual o corpo da mulher produz um número alto e fora do comum de hormônios masculinos, como a testosterona, interferindo na ovulação e, em muitos casos, na sensibilidade do corpo à insulina - dificultando o controle glicêmico.

Além dos que foram citados, é possível que a mulher desenvolva problemas de disfunção sexual, como a vulvodínia, que é a queixa de dor na vulva (parte externa da vagina) na hora da relação sexual ou ao se lavar. “As síndromes dolorosas vulvares, incluindo a vulvodínia, são uma fonte comum de morbidade em mulheres e causam muito sofrimento físico e psicológico.” explica Yela. “Há uma hipótese de que a dor vulvar inexplicável pode ser manifestação, até então não descrita de neuropatia diabética sensorial dolorosa. Assim, mulheres com dor vulvar devem ser rastreadas para diabetes, bem como as mulheres com diabetes devem ser questionadas sobre sintomatologia vulvar.” instrui Dra. Daniela.

Cuidados pessoais

Sobre os cuidados que mulheres que vivem com diabetes devem ter, além da atividade física e da dieta para manter o controle glicêmico, a especialista da Febrasgo afirma que a higiene genital adequada é primordial: “Na hora do banho, ter atenção especial com a parte externa, já que existem várias “preguinhas” na pele dessa região que podem acumular o esmegma (um resíduo branco formado pela combinação de células epiteliais, óleo e gordura genital). Evitar o uso de sabonetes comuns em excesso nessa região. E além disso, manter a vagina bem ventilada, evitando roupas muito apertadas ou com tecidos sintéticos que impedem a transpiração.”
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