27/04/2022 às 13h00min - Atualizada em 27/04/2022 às 13h00min

Prefeitura de Manaus incrementa ferramenta de monitoramento de casos de câncer do colo do útero

Ferramenta que agiliza a liberação de exames citopatológicos ajuda no encaminhamento e acompanhamento das usuárias e permite intervenção terapêutica rápida quando necessário, o Sistema de Informação do Câncer (Siscan) é mais uma importante estratégia da Prefeitura de Manaus para o enfrentamento do câncer do colo do útero. Ao longo de 2021, o sistema chegou às 210 Unidades Básicas de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), permitindo que 89.325 laudos de preventivos fossem liberados, facilitando o trabalho de monitoramento das equipes de saúde.

Até o ano de 2020, os resultados dos exames eram inseridos de forma manual nos sistemas, o que demandava tempo das equipes e impactava em todo o fluxo de seguimento das usuárias. Com a implantação do Siscan, plataforma que integra o Cadastro Nacional de Usuários do SUS (Cadweb), é possível acessar em seu banco de dados, por meio do cartão do SUS, o histórico de resultados de todos os exames realizados pela usuária.

 

O secretário municipal de Saúde, Djalma Coelho, explica que o aprimoramento do sistema de informação representa um salto qualitativo nas ações de promoção da saúde da mulher em Manaus. “Essas informações nos ajudam a ofertar um serviço mais qualificado, mais direcionado às usuárias, porque teremos condições de fortalecer o diagnóstico precoce e permitir o tratamento em tempo oportuno, criando para essas mulheres condições de melhor qualidade de vida”, sintetizou.

 

A chefe do Núcleo de Saúde Mulher da Semsa, Gerda Coelho, acentua que o Siscan, que substitui o Siscolo e o Sismama, tem seu foco dirigido à usuária, permitindo que o profissional de saúde tenha acesso ao fluxo de atendimento na rede de saúde.

 

“A partir de um número de protocolo é possível checar o resultado do exame e verificar se a paciente continua na Atenção Básica ou se deve ser encaminhada para o serviço de Atenção Secundária, no caso de alteração suspeita de lesão precursora do câncer do colo do útero.”

 

Fluxo

 

A enfermeira Nádia Pimentel, que atua no Núcleo de Saúde da Mulher da Semsa, ressalta que o fluxo assistencial da mulher, tem início na atenção primária, com a coleta do exame citopatológico (preventivo), e quando o resultado indica alterações (lesões precursoras do câncer do colo do útero) a usuária é encaminhada, via Sisreg, ao Serviço de Referência do Câncer do Colo do Útero (SRC), para investigação diagnóstica com realização de colposcopia e coleta da biópsia.

 

Nádia explica que o médico ginecologista, conforme o resultado da biópsia, escolherá a conduta terapêutica adequada. No caso de biópsia com resultado alterado, a usuária será encaminhada para a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), que faz parte da Atenção Terciária do SUS, para o diagnóstico e tratamento.

 

“A atenção primária continua acompanhando essa mulher, mesmo que ela já esteja sendo atendida pelos serviços de média ou alta complexidade, pois a APS é responsável pela coordenação do cuidado dela no território e pela articulação com os diversos serviços de atenção especializada que a mulher utiliza na rede SUS”, explica.

 

Rastreio

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) destaca duas estratégias para detecção precoce do câncer do colo do útero: o diagnóstico precoce, a partir da abordagem de usuárias que apresentam sinais da doença, e o rastreamento, com a realização de exame preventivo nas mulheres na faixa etária de 25 a 64 anos, assintomáticas.

 

Nádia Pimentel acrescenta que o objetivo do rastreamento do câncer do colo do útero é reduzir sua incidência e mortalidade. “A Semsa está sempre buscando prestar uma assistência de qualidade à saúde da mulher. Além da coleta de exame preventivo, as unidades de saúde disponibilizam a vacina contra HPV para meninas de 9 a 14 anos e para meninos de 11 a 14 anos e distribuição de preservativos”, frisa.

 

A rede municipal também possui dois Serviços de Referência do Câncer do Colo do Útero que funcionam nas Policlínicas Castelo Branco, localizada no Parque 10, na zona Centro-Sul, Doutor Antônio Comte Telles, no São José Operário, zona Leste, e no Laboratório de Especialidades Professor Sebastião Ferreira Marinho, responsável pela emissão de laudo dos preventivos, localizado no Vieiralves, zona Centro-Sul da capital.

 

Educação em Saúde

 

As atividades de educação em saúde para as mulheres com temas relacionados à prevenção do câncer do colo do útero, também são práticas rotineiras nas UBSs. Enquanto aguarda o atendimento, o público feminino recebe informações sobre prevenção, fatores de risco e formas de tratamento do câncer do colo do útero e outras doenças que prejudicam a qualidade de vida das mulheres.


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