Canhão antigranizo que destrói gelo com ondas sonoras

TEREZINHA TARCITANO
14/10/2025 16h05 - Atualizado há 5 horas
Canhão antigranizo que destrói gelo com ondas sonoras
Assessoria de Imprensa
     Há cerca de 45 anos, um agricultor espanhol observou que, enquanto seus vizinhos sofriam com chuvas de granizo todos os anos, sua própria lavoura não era atingida, apesar de estar localizada na mesma região. A única diferença era que sua propriedade se encontrava sob a rota de aviões supersônicos. Intrigado, ele conversou com diversos pilotos e concluiu que as ondas sonoras geradas pelas aeronaves poderiam estar interferindo na formação do granizo. A partir dessa ideia, desenvolveu uma máquina capaz de reproduzir esse efeito. O equipamento permanece em funcionamento até hoje.
     Inspirados por essa solução, produtores de maçã, uva, pêssego, ameixa e, mais recentemente, citrus, no município de Antônio Prado (RS), decidiram buscar uma alternativa para conter os prejuízos causados por granizo após três safras consecutivas de perdas. Com apoio técnico, visitaram o sistema implantado em Pinto Bandeira (RS), representado no Brasil por Renato Pasini. A partir dessa visita, iniciou-se uma articulação entre 16 famílias da comunidade de Vila Santana, localizada em uma faixa territorial historicamente atingida por granizo, que se estende de Garibaldi a São Joaquim (SC).
     A área total do grupo soma 160 hectares, sendo 91 hectares com histórico de danos. Como cada canhão antigranizo protege até 80 hectares, foi definida a aquisição de duas unidades, ao custo aproximado de R$ 1 milhão. Após várias reuniões, acompanhadas pela Emater, 13 famílias permaneceram no acordo final, estabelecendo que o rateio seria proporcional à área protegida por cada produtor — quem possui 10 hectares paga por 10, quem possui 20 paga por 20, e assim sucessivamente.

     Para gerenciar a operação, foi criada uma associação responsável pelo controle do sistema via satélite — que identifica nuvens com potencial de formação de granizo e realiza, automaticamente, os disparos de ondas sonoras — bem como pela manutenção e reabastecimento das máquinas com acetileno, gás utilizado para gerar as explosões. A tecnologia já havia sido empregada anteriormente no Brasil em São José dos Pinhais (PR), para proteger pátios de montadoras de veículos, onde registrava-se granizo anual. Após a instalação, os danos cessaram. O funcionamento do canhão ocorre da seguinte forma: ao identificar a formação de granizo, são emitidas ondas sonoras hipersônicas de 15 mil joules em direção à atmosfera. Com isso, forma-se, em aproximadamente 15 minutos, uma barreira protetiva na camada de ozônio. Nesse período, o canhão dispara a cada sete segundos. Ao atravessar essa barreira, as pedras de gelo começam a se fragmentar, transformando-se em água antes de atingir o solo.
     Na safra 2024/2025, as áreas protegidas pelas máquinas permaneceram livres de granizo, enquanto as regiões vizinhas registraram novos episódios, como vinha ocorrendo nas últimas safras. Para mais informações sobre o sistema, interessados podem contatar o técnico agrícola Neudi José Balancelli, da Emater de Antônio Prado, pelo telefone (54) 3293-1279, ou o representante da tecnologia no Brasil, Renato Pasini, pelo telefone (54) 99605-7971.

Neudi José Balancelli
Técnico agrícola Emater – Antônio Prado

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TEREZINHA LUCIA ANTUNES TARCITANO
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FONTE: Neudi José Balancelli
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