IA, produtividade e negócios: o que os números de 2024–2025 dizem sobre o comportamento profissional

Empresas adotam IA com rapidez no mundo, enquanto o Brasil avança de forma gradual especialista aponta caminhos práticos para fazer bom uso da ferramenta

PATRICK BRYAN FERREIRA NASCIMENTO BACKSTAGE ASSESSORIA
15/08/2025 11h13 - Atualizado há 19 horas
IA, produtividade e negócios: o que os números de 2024–2025 dizem sobre o comportamento profissional
Caio Arimura - divulgação
A adoção de inteligência artificial deixou de ser experimento e virou operação: a McKinsey mostra que 71% das empresas dizem usar IA generativa regularmente e 78% utilizam IA em pelo menos uma função de negócio, saltos relevantes em 2024. No ecossistema de investimentos, o AI Index 2025 de Stanford registra US$ 109,1 bilhões em aportes privados em IA nos EUA em 2024 e US$ 33,9 bilhões globalmente só em IA generativa. O recado ao empreendedor é simples: a concorrência já está capturando ganhos de eficiência e receita com a tecnologia.

No Brasil, o retrato é mais cauteloso  e cheio de oportunidades: a pesquisa ICT Enterprises 2024 (Cetic.br/NIC.br) aponta 13% das empresas usando aplicações de IA, mesmo percentual de 2023. Entre as que usam, 76% preferem soluções prontas; entre as que não usam, 19% citam incompatibilidade com sistemas legados. Para quem empreende, isso significa que há espaço para “ganhar terreno” rapidamente com ferramentas acessíveis (chatbots, automação de atendimento, resumo de documentos, geração de conteúdo e análises) sem projetos longos de TI. 

Para Caio Arimura, desenvolvedor e especialista em IA, o ponto de partida deve ser pragmático. “Pequenas empresas podem e devem usar IA com responsabilidade. Defina políticas internas (o que pode ser enviado às ferramentas, como revisar saídas, como registrar decisões), crie um ‘protetor de dados’ na equipe e documente tudo. 

Mesmo com a explosão da inteligência artificial, seu uso pode sair do campo da ferramenta e cair no vício emocional. Com crescentes estatísticas de problemas emocionais relacionados ao trabalho, casos alarmantes estão caindo no radar. Um estudo recente da Stanford simula interações com IA num contexto terapêutico. 

Os resultados deixam claro: os bots falham em reconhecer sinais graves, como pensamentos suicidas, chegando a responder com descrições sobre pontes quando alguém mostra desesperança. Isso significa riscos reais e não há substituto para o olhar humano em crises. Caio alerta sobre este uso da IA. “A IA é bacana, resolve coisas rápidas e dá aquele apoio imediato quando a gente está meio sem chão. Mas conferir seus sentimentos a uma máquina pode virar armadilha. Ela não sente, não lembra da sua história e, muitas vezes, só repete o que você quer ouvir. Se você começa a depender da IA para conversar, pode acabar se isolando de verdade. O colo, o abraço, o olhar amigo... nada disso vem de um algoritmo. Use a IA como suporte, mas guarde o espaço real para quem é humano de verdade”, reflete. 

Para ele, o caminho é aprender a usar a IA como aliada, mantendo o protagonismo das decisões na mão das pessoas. “Não é sobre proibir ou ter medo da tecnologia. É sobre saber quando ela ajuda e quando ela atrapalha. Terapia, conversa com amigos, ida ao médico, nada disso pode ser substituído por uma tela”, conclui.

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