Do interior à prateleira: como a Biscoitos Mix Maná® está se tornando um fenômeno silencioso da indústria alimentar do Norte

Sem capital externo, sem campanhas milionárias e sem sede em grandes centros urbanos, uma empresa familiar do Amazonas desafia estatísticas e cresce em um dos mercados mais desiguais do Brasil.

DAVI SANTIAGO
01/07/2025 09h20 - Atualizado há 1 dia
Do interior à prateleira: como a Biscoitos Mix Maná® está se tornando um fenômeno silencioso da indústria
Todos os direitos estão reservados ao Sr. Davi Santiago, estrategista da Mix Maná.
Em um cenário em que as principais marcas do setor alimentício operam a partir de polos industriais centralizados, com infraestrutura robusta e alto investimento em marketing, a trajetória da Biscoitos Mix Maná® surge como uma exceção instigante. Fundada no município de Manacapuru, a cerca de 100 km de Manaus, a fábrica passou de uma produção local e artesanal para alcançar níveis de distribuição interestaduais — sem perder sua estrutura familiar.
 
O caso chama atenção pelo contexto em que se desenvolve. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Região Norte concentra apenas 6,3% das indústrias alimentícias do país, com dificuldades estruturais que vão desde a malha viária escassa até o custo logístico elevado. Ainda assim, a Mix Maná® conseguiu escalar sua operação e firmar presença em pontos de venda no Pará, um dos mercados mais competitivos da região Norte.
 
Fundada por Miriam Mateus e Francisco Carlos, a empresa nasceu com recursos próprios e propósito simples: oferecer produtos com sabor caseiro, preço acessível e regularidade de entrega. Hoje, sob administração de Érica Mateus e com coordenação operacional de Esther Ferreira, a empresa mantém uma linha produtiva ativa que entrega biscoitos, roscas e pães de forma constante, mesmo enfrentando os gargalos comuns à indústria fora dos grandes centros.
 
Uma das forças que impulsionaram a nova fase da Mix Maná® é a chegada do estrategista Davi Santiago de Souza, também conhecido como Sr. Davi. Jovem empresário, palestrante e reconhecido como mentor mirim, Santiago passou a atuar diretamente no posicionamento institucional da marca. Com foco em planejamento digital e presença de mercado, ele trouxe à fábrica uma mentalidade voltada à inovação acessível: redesenho de embalagens, fortalecimento de canais online e aproximação com pequenos e médios pontos de venda.
 
Outro dado relevante vem da recompra. Segundo levantamento interno da empresa, mais de 70% dos clientes voltam a adquirir os produtos em até duas semanas. Esse índice revela não apenas aceitação, mas fidelização — um fenômeno que, segundo especialistas em comportamento do consumidor, está mais relacionado à confiança do que ao marketing.
 
A Mix Maná® ainda opera sem grandes anúncios, sem celebridades e sem campanhas virais, mas os resultados sugerem algo que o mercado começa a observar com mais atenção: consistência. E em um ambiente empresarial cada vez mais acelerado e volátil, a consistência silenciosa talvez seja o maior diferencial.
 
Para o economista regional Paulo Mendonça, da Universidade Federal do Pará, o caso da Mix Maná® é um ponto fora da curva. “É raro encontrar uma marca que tenha nascido no interior e conseguido romper o teto logístico do Norte sem descaracterizar o produto e sem depender de fusões ou investidores. A Mix Maná® prova que ainda é possível crescer com raiz local e gestão firme.”
 
Se haverá expansão para outros estados ainda é incerto, mas o movimento da empresa segue claro: manter os pés no chão, mas os olhos nas rotas. E talvez seja justamente essa combinação — entre estrutura familiar e visão empresarial — que esteja fazendo da Mix Maná® um dos casos mais sólidos (e discretos) da indústria de alimentos da Região Norte.
 

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DAVI SANTIAGO DE SOUZA
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