Julho Verde: ACBG Brasil alerta para sinais do câncer de cabeça e pescoço e destaca diagnóstico precoce
"Da boca aos pulmões — Inspire prevenção. Expire saúde!" é o tema da 9ª Campanha Nacional de Prevenção
SONIA DINIZ
27/06/2025 11h59 - Atualizado há 11 horas
divulgação
A ACBG Brasil - Associação Brasileira de Câncer de Cabeça e Pescoço promove a 9ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, com o tema “Da boca aos pulmões: inspire prevenção, expire saúde”. A iniciativa reforça a importância de escolhas saudáveis, atenção aos sinais e sintomas iniciais e busca por diagnóstico precoce, fatores que podem fazer toda a diferença nos resultados do tratamento. A campanha também convida a sociedade a integrar esforços em prol da prevenção, da informação de qualidade e da defesa de políticas públicas que garantam o cuidado integral aos pacientes. Neste ano, as ações se estendem até o dia 5 de agosto e integram um movimento mais amplo de mobilização pela saúde. Além de marcar o 27 de julho — Dia Mundial de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, a iniciativa também dialoga com o 1º de agosto, Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão, reforçando a necessidade de atenção à metástase pulmonar decorrente de tumores de cabeça e pescoço. A meta é ampliar o número de diagnósticos precoces, evitando, assim, o crescente número de óbitos e mutilações graves que comprometem funções vitais dos pacientes como a fala, respiração, alimentação, visão, audição e cognição. “Receber um diagnóstico de câncer ainda assusta. Muita gente se desespera por causa do estigma que a doença ainda carrega na sociedade. Mas a medicina avançou bastante, e quando o câncer é descoberto no início, muitos casos podem ser curados. O problema é que os tumores de cabeça e pescoço ainda chegam com frequência em estágios avançados, o que pode causar mutilações que seriam evitáveis”, destaca a fundadora e presidente voluntária da ACBG Brasil, Melissa Medeiros. “Há 10 anos, a ACBG Brasil trabalha para mudar essa realidade, e esta 9ª edição da campanha é mais uma oportunidade de reforçar a importância da informação, do cuidado e do diagnóstico precoce”, afirma Melissa, que é sobrevivente de câncer de laringe, laringectomizada total e traqueostomizada definitiva, pessoa com deficiência física que demanda necessidades especiais. Somados, os tumores de cabeça e pescoço ocupam o 4º lugar em incidência De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra, anualmente, cerca de 40 mil novos casos de tumores localizados na região da cabeça e pescoço. Esses cânceres afetam primariamente áreas das vias aéreo-digestivas superiores, como cavidade oral, glândula tireoide e laringe. Os tumores de cabeça e pescoço podem demorar para apresentar sintomas e, muitas vezes, são diagnosticados em estágios avançados. O tratamento, que pode ser realizado com cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia, tem a possibilidade de deixar sequelas irreversíveis, mexendo com a estética facial, com a deglutição e alimentação, com a fala e a voz. Por isso, é importante conhecer e ficar atento aos sinais mais comuns destes tipos de tumores, como: - Ferida no rosto ou boca que não cicatriza;
- Mancha avermelhada ou esbranquiçada nos lábios e cavidade oral
- Dor persistente na região da face;
- Obstrução persistente e sangramento nasal;
- Alterações oculares (movimentação ocular ou visão);
- Irritação ou dor na garganta;
- Perda de peso sem motivo aparente;
- Mau hálito frequente;
- Dentes moles ou dor em torno deles.
E também evitar os principais fatores de risco: - Consumo de tabaco (cigarros, incluindo palha, seda e eletrônicos, narguilés, cachimbos e quaisquer outros derivados) e álcool;
- Infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV), transmitido principalmente através de relações sexuais desprotegidas (inclusive sexo oral);
- Consumo de bebidas quentes, principalmente as tradicionalmente servidas em temperaturas muito altas, como o chimarrão/mate;
- Exposição excessiva ao sol (câncer de lábios, couro cabeludo);
- Exposição durante o trabalho à poeira de madeira, poeira de têxteis, pó de níquel, colas, agrotóxicos, amianto, sílica, benzeno, produtos radioativos;
- Infecção pelo vírus de Epstein-Barr (EBV), que pode causar a mononucleose infecciosa, uma manifestação do vírus transmitida por contato com outras salivas.
Defesa dos direitos do paciente Ao completar uma década de atuação, a ACBG Brasil reforça seu papel como protagonista na luta por políticas públicas e conscientização sobre a doença. Desde o lançamento da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Cabeça e Pescoço, a organização vem acumulando conquistas importantes, como a sanção da Lei 14.328, em abril de 2022, que instituiu julho como o Mês Nacional de Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. “Conseguimos junto ao Congresso Nacional instituir o mês de julho como mês de atenção ao câncer de cabeça e pescoço, que preconiza que as secretarias de saúde devem fazer ações preventivas e o diagnóstico precoce, que dê celeridade às cirurgias e a reabilitação. Mas isso precisa acontecer o ano inteiro, não apenas em julho”, ressalta Melissa Medeiros. Melissa afirma que, desde o início do trabalho nacional de conscientização sobre a doença, muitas pessoas pararam de fumar, buscaram diagnósticos precoces e começaram a se cuidar um pouco mais e aos seus familiares. “Nosso trabalho em advocacy (defesa de direitos do paciente) conseguiu incorporar a laringe eletrônica na tabela do SUS, conquistou o reajuste no valor de reembolso da prótese traqueoesofágica (de voz), para dar acesso a todo paciente que perdeu suas cordas vocais na retirada do tumor. Porém, essas leis precisam ser cumpridas na ponta e nosso trabalho é fiscalizar e cobrar até que todas as vozes sejam ouvidas”, enfatiza. A ACBG Brasil é integrante do Conselho Nacional de Saúde e também faz parte do Conselho Consultivo do INCA (Consinca), órgão que assessora o Ministério da Saúde nas propostas de formulação, regulamentação e supervisão das ações de oncologia no país. A ACBG Brasil também trabalha ativamente para que a nova Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (PNPCC), sancionada em dezembro de 2023, seja implementada, para melhorar a atenção integral ao paciente oncológico em nosso país. Notícia distribuída pela saladanoticia.com.br. A Plataforma e Veículo não são responsáveis pelo conteúdo publicado, estes são assumidos pelo Autor(a):
LEANDRO ANTONIO FERRARI ANDRADE
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FONTE: acbgbrasil.org