24/02/2022 às 13h51min - Atualizada em 25/02/2022 às 00h01min
Governança internacional é tema de nova obra da Edusp
Livro organizado pelo economista colombiano José Antonio Ocampo é o oitavo volume da coleção “Cátedra José Bonifácio”
SALA DA NOTÍCIA Murilo do Carmo Janelli
Analisar os múltiplos aspectos da cooperação econômica e da administração internacional, principalmente em países em desenvolvimento é o tema do novo livro “Governança Internacional e Desenvolvimento”, organizado pelo economista colombiano José Antonio Ocampo e lançado pela Editora da Universidade de São Paulo (Edusp). Trata-se do oitavo volume da coleção “Cátedra José Bonifácio”, no qual o autor reuniu trabalhos acadêmicos feitos por intelectuais e especialistas de algumas das mais renomadas universidades e instituições intergovernamentais, além de alunos de cursos de pós-graduação da USP.
A “Cátedra José Bonifácio” visa recolher, produzir e disseminar conhecimento sobre a Ibero-América, ao usar da perspectiva acadêmica para reunir pesquisadores em torno de lideranças do ambiente político, econômico, social e cultural. Os livros físicos estão à venda, mas todas as edições estão disponíveis em versão digital, na seção de livros abertos da Edusp, e somam mais de 14 mil downloads, segundo a instituição.
Ocampo foi empossado como catedrático em 2020 e escolheu a investigação da cooperação e da governança internacional para o desenvolvimento. O tema ganhou contornos ainda mais importantes por ser abordado em meio à pandemia de covid-19, que resultou em grandes impactos econômicos, políticos e sociais em todo o mundo.
Assim como na organização da obra, Ocampo teve papel decisivo na orientação dos estudos, pela sólida trajetória acadêmica e também pela experiência em funções públicas de importância significativa, tanto na Colômbia como no plano internacional. Formado em economia e sociologia na Universidade de Notre Dame e com doutorado em Yale, ambas nos Estados Unidos, foi secretário-geral adjunto do Departamento de Assuntos Económicos e Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2007.
Ele também presidiu o Comitê Executivo de Assuntos Econômicos e Sociais da mesma entidade. Antes, foi secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe de janeiro de 1998 a agosto de 2003, e ocupou vários cargos governamentais na Colômbia, como o de ministro da Fazenda e Crédito Público, de diretor do Departamento Nacional de Planejamento e ministro da Agricultura.
Como acadêmico, foi diretor da Fundação para o Ensino Superior e Desenvolvimento (Fedesarrollo), professor da Faculdade de Economia da Universidade dos Andes (Colômbia) e da Universidade Nacional da Colômbia, além de professor visitante nas universidades de Cambridge, Yale e Oxford, nos EUA. É autor de diversos livros e artigos sobre teoria e política macroeconômica, desenvolvimento econômico, comércio internacional e história econômica.
Catedráticos Além de Ocampo, ocuparam a posição de catedrático sete personalidades de relevância internacional. O primeiro foi o ex-presidente chileno Ricardo Lagos (2013), seguido pelo economista uruguaio e ex-diretor do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) Enrique Iglesias (2014). Ambos analisaram a economia política latino-americana.
A terceira catedrática foi Nélida Piñon (2015), escritora e ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), que trabalhou com elementos comuns da cultura ibero-americana. O quarto convidado foi o de 2016 foi o ex-primeiro-ministro da Espanha Felipe González (2016), que analisou a crise na democracia contemporânea.
A socióloga, liderança indígena, ex-presidente do Congresso no México e ex-embaixadora do México no Brasil Beatriz Paredes assumiu o posto em 2017, para se dedicar aos estudos dos povos indígenas da América. Já a ex-presidente da Costa Rica Laura Chinchilla (2018) foi empossada e tratou de cidadania e democracia, seguida pelo ex-ministro do Planejamento da Bolívia Luis Enrique García Rodríguez (2019), que escolheu o tema infraestrutura e políticas públicas.
Depois de Ocampo, quem assumiu a Cátedra em janeiro deste ano foi o embaixador e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero, que focará os trabalhos no Bicentenário da Independência do Brasil. É o segundo brasileiro na posição e o primeiro dos titulares formado pela própria USP.
Link para a página do livro: “Governança Internacional e Desenvolvimento”
Link para a coleção: “Cátedra José Bonifácio”
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