A mostra exposição interativa apresentou uma rica variedade, incluindo, quadros de madeiras autoria de Aruera e Américo, artesanatos e biojóias confeccionadas com sementes e fios sustentáveis por Alma de Xonsé. ilustrações e quadrinhos telas da Djatsy Motara, todas criações buscavam não apenas a contemplação estética, mas também promover um contato sensível com as perspectiva global desses povos.
Às 16h, a programação continuou com a apresentação “Vozes Guaru-Maramomi”, conduzida por Nayara Guaru-Guaramimi. Nayara, artista autodidata e membro da comunidade LGBTQIAPN+, compartilhou sua trajetória artística e cultural, além de promover uma roda de conversa que trouxe à tona as memórias e identidades frequentemente silenciadas na história oficial. O espaço foi aberto para que representantes de outras etnias também compartilhassem suas experiências e saberes.
Durante o evento, Alma de Xonsé etnia Xukuru do Ororubá enfatizou a importância da reeducação matriarcal entre os povos indígenas, enquanto Djatsy Motara da etnia Guarani refletiu sobre a resiliência dos povos como rios que sempre renascem em novos contextos. Nayara A. B. Testae Guaru- Guaramimi, destacou a relevância de espaços que permitam o diálogo sobre histórias e origens.
A jornalista e autora Zenaide dos Santos Sarria Aguilar, dos Potiguares, outra etnia em pesquisa genealógica, reforçou a necessidade da valorização dos saberes ancestrais e da proteção das culturas indígenas como patrimônio imaterial do Brasil. Américo Testai, músico de 90 anos e filho de um dos fundadores da Banda Lira, expressou seu amor pela música em uma citação em latim. Gilmar Abbud, presidente da Banda e da casa cultural Toca da Lira, emocionado, falou sobre o compromisso da casa em fortalecer a cultura local e brasileira.
A roda de conversa promovida por Nayara proporcionou um espaço para debates significativos entre os visitantes e convidados, marcando um momento importante para os povos indígenas em um contexto de reorganização e ressurgência cultural.
Indicada para educadores, artistas, estudantes e gestores culturais, a exposição também provocou reflexões sobre diversidade e respeito à ancestralidade. O ex Secretário da Cultura, idealizador do portal Guarulhos Cultural, Vitor Souza, esteve presente.
Parte do projeto Casa da Lira da Banda Lira de Guarulhos, o evento se consolida como um importante polo cultural na cidade. A segunda edição está marcada para o dia 26 de abril às 14h. As inscrições são limitadas e podem ser feitas pelo link: [https://forms.gle/FtNsh5bPFXRrLjGD6].
Essa iniciativa não só celebra as raízes culturais das comunidades indígenas como também fortalece os laços entre cultura, educação e cidadania em Guarulhos e no país.
Por Zenaide Santos S. Aguilar
Jornalista Colunista
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ZENAIDE DOS SANTOS
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