Criadora de conteúdo Bella Mantovani prepara exposição de quadros pintados com a própria vagina e reacende debate sobre corpo, arte e sexualidade
“Meu corpo não é vulgar — é ferramenta, é linguagem, é manifesto” declara
REDAÇÃO
09/04/2025 16h57 - Atualizado há 5 dias
FOTO DIVULGAÇÃO
A criadora de conteúdo Bella Mantovani está prestes a lançar uma exposição que promete provocar e dividir opiniões: todas as obras foram pintadas com a própria vagina. A mostra, ainda sem nome oficial divulgado, será realizada em um espaço físico e reúne telas criadas a partir do contato direto da artista com tintas e superfícies, utilizando o próprio corpo como ferramenta.
Com foco na sexualidade feminina e na crítica social, Bella se insere em uma linhagem de artistas que utilizam o corpo como forma de expressão plástica, um gesto comum na chamada body art e na performance art feminista. A proposta, além de estética, é política: desafiar os limites impostos ao corpo da mulher, ressignificar a genitália como fonte de criação e provocar reflexões sobre o papel do desejo, da autonomia e do prazer no imaginário social.
Embora ainda rara, a prática de pintar com a genitália não é inédita no mundo da arte. Em 1965, a japonesa Shigeko Kubota realizou a performance “Vagina Painting” em Nova York, usando um pincel preso à calcinha para criar traços sobre o papel. Décadas depois, a artista suíça Milo Moiré voltou a chocar o público ao expelir ovos recheados de tinta com a vagina em feiras de arte na Europa. Ambas se tornaram símbolos de uma arte feminista provocativa, que questiona padrões de gênero e o olhar masculino dominante nas artes visuais.
A exposição de Bella Mantovani segue essa linha, mas com identidade própria. Seus quadros, segundo ela, não são apenas resultado de uma técnica inusitada, mas sim o produto de um processo performático íntimo, intuitivo e politizado. “É sobre fazer do meu corpo um território de expressão, e não mais um lugar de censura ou vergonha”, disse.
A mostra deve contar com curadoria focada em contextualizar a obra dentro de movimentos como a arte erótica, a performance e o feminismo contemporâneo. Ainda que o uso da vagina como pincel possa causar reações extremas, Bella reforça que sua intenção não é chocar, mas dialogar: “Meu corpo não é vulgar — é ferramenta, é linguagem, é manifesto.”
A exposição está prevista para os próximos meses e deve atrair atenção tanto da mídia quanto de colecionadores e críticos interessados em arte experimental e discussões de gênero.
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ISADORA FERREIRA FABRIS
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