O acesso à saúde é direito de todos, conforme descrito no Artigo 196 da Constituição Federal, mas nem sempre o que está na lei é realmente oferecido em algumas regiões do Brasil. Por isso, a telemedicina no Brasil vem se consolidando desde a sua regulamentação, em 2022, e democratizando o acesso à saúde de uma maneira simples e eficaz, principalmente em regiões desafiadoras, como é o caso do Amazonas.
Apesar de sua beleza e vasta extensão territorial, o estado enfrenta sérias dificuldades no atendimento médico.
Segundo dados da Demografia Médica do Conselho Federal de Medicina (CFM) de 2024, unidades da Federação economicamente mais desenvolvidas, como Distrito Federal (6,3 profissionais por mil habitantes), Rio de Janeiro (4,3), São Paulo (3,7), Espírito Santo (3,6), Minas Gerais (3,5) e Rio Grande do Sul (3,4), apresentam média de médicos por mil habitantes significativamente acima da quantidade nacional (3,07).
Por outro lado, estados como Amazonas (1,6), Amapá (1,5), Pará (1,4) e Maranhão (1,3) apresentam as menores razões de médicos por mil habitantes. No interior do Amazonas, por exemplo, a densidade é drasticamente menor, somente 0,20, demonstrando as dificuldades extremas no acesso a serviços de saúde em regiões isoladas.
Para Marcelo Amante, CEO da PicDoc, plataforma de telemedicina que visa à democratização do acesso à saúde, a teleconsulta se apresenta como uma alternativa funcional, eficaz e moderna para lidar com os obstáculos de saúde na região.
"A teleconsulta reduz custos, oferece agilidade no atendimento e prevenção e tratamento precoces, além de o paciente ter acesso a um especialista em poucos minutos, algo antes impossível nas regiões mais remotas", explicou Marcelo.
Avanços na telemedicina
Um estudo do Distrito Healthtech Report 2023 apontou que a telemedicina é uma das áreas mais importantes da saúde digital, com projeções globais de crescimento de 18,8% até 2030.
Marcelo pontuou os principais benefícios que o paciente tem no atendimento pela plataforma de teleconsulta.
"O paciente tem acesso, 24 horas por dia, 7 dias por semana, às recomendações médicas, prescrições de medicamentos, solicitações de exames, atestados médicos e acesso a médicos especialistas em mais de 60 especialidades. Assim, o paciente ganha tempo e tem atendimento rápido, sem necessidade de agendamento. A plataforma busca garantir igualdade e dignidade aos brasileiros”, completou.
A PicDoc iniciou as operações em 2022 e, desde então, mais de 30 mil pacientes já foram atendidos pela plataforma em todo o Brasil. São mais de 4 mil médicos parceiros, mais de 60 especialidades atendidas, além de outros profissionais da área da saúde como enfermeiros, fisioterapeutas, farmacêuticos, nutricionistas, educadores físicos e psicólogos. No Amazonas, essa solução tecnológica está ajudando a salvar vidas e a conectar pessoas a cuidados médicos de qualidade, mesmo nas áreas mais distantes.
O principal objetivo da startup é o propósito social de democratizar o acesso à saúde. Não é necessário agendamento prévio nem pagamento de mensalidade.
Principais dificuldades
Com sua vasta extensão territorial, baixa densidade populacional em algumas áreas e dificuldade de locomoção devido à predominância de rios e florestas, o estado do Amazonas requer atenção quando o assunto é a oferta de serviços médicos. Em algumas regiões do estado, o acesso se torna limitado e, em alguns casos, inacessível.
"A precariedade de transporte e a falta de infraestrutura tornam o acesso regular ao atendimento médico praticamente inviável", lembrou Marcelo.
Por isso, unindo a medicina à tecnologia, a teleconsulta auxilia na ampliação do acesso à saúde, eliminando a necessidade de viagens longas, reduzindo custos tanto para os sistemas de saúde quanto para as famílias, e auxiliando na educação em saúde.
“As condições geográficas da região, somadas à necessidade de deslocamentos por meios fluviais e terrestres em áreas com infraestrutura deficiente, representam barreiras significativas para o acesso à medicina tradicional. Esses desafios tornam o atendimento médico ainda mais inacessível para a população local. Por isso, a telemedicina entra como um divisor de águas quando o assunto é o acesso à saúde”, ressaltou o CEO.
Basta um celular ou computador conectado à internet para que consultas possam ocorrer em tempo real. Sem necessidade de agendamento prévio na plataforma, os pacientes podem consultar médicos capacitados e obter diagnósticos e prescrições de onde estiverem.
Educação e prevenção
Além do atendimento direto, a teleconsulta pode ser uma ferramenta eficiente para educação em saúde, orientando a população sobre prevenção de doenças comuns na região, como malária, dengue e problemas respiratórios.
"Com a telemedicina queremos levar informação segura e cuidados básicos à população. Assim, problemas de saúde podem ser diagnosticados e tratados precocemente, evitando complicações graves e melhorando os índices de saúde da população, e ainda sem a necessidade de agendamento, de forma imediata, caso utilize a PicDoc”, finalizou Marcelo.
Mais informações: https://picdoc.com.br/
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Geziane de Mattos Diosti
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