31/10/2024 às 11h39min - Atualizada em 02/11/2024 às 00h00min

"Remar para o futuro" tem uma triste derrota no Paraná

*Gerson Luiz Buczenko e Valdilson Lopes

JULIA ESTEVAM
Rodrigo Leal

Um recente sinistro no Paraná, onde uma carreta tombou sobre uma van, resultando na morte de nove pessoas, incluindo jovens que perderam suas vidas precocemente, é um trágico lembrete das condições perigosas que muitos motoristas enfrentam diariamente nas rodovias brasileiras. O fato de que esse trecho específico já havia registrado outros seis sinistros nos últimos meses levanta questões urgentes sobre a segurança viária e a eficácia das medidas preventivas adotadas. Segundo os noticiários, os falecidos nesse trágico episódio faziam parte do “Remar para o futuro”, um projeto criado há mais de oito anos na cidade de Pelotas (RS), uma iniciativa interinstitucional que evolve a prefeitura da cidade, uma academia de remo e a Universidade Federal de Pelotas (UFPel).  

E, ao analisar os dados mais recentes sobre ocorrências de trânsito no Paraná, relativos aos anos de 2022 e 2023, percebemos que, embora o total de sinistros ter sofrido uma leve redução, passando de 42.852 para 42.612, o número de feridos aumentou, de 36.911 para 37.728, um crescimento de 2,21%. Além disso, o número de mortos no local se manteve alarmante, com 1.532 vítimas fatais em 2023, uma redução mínima em relação aos 1.547 óbitos de 2022. 

Esses dados reforçam a gravidade da situação nas estradas, principalmente nas rodovias estaduais, onde o número de mortes aumentou em 2,16%, contrastando com a redução de 15,52% na capital. A frequência de acidentes graves e a perda de jovens nesses episódios trágicos são indicadores de que as medidas adotadas até agora não têm sido suficientes para garantir a segurança necessária. 

É fundamental que as autoridades de trânsito atuem de maneira mais eficaz com melhorias na infraestrutura das estradas, especialmente em trechos críticos, juntamente com uma fiscalização mais rigorosa e campanhas contínuas de educação para o trânsito, que são essenciais para reduzir os sinistros e, principalmente, as mortes. O comportamento dos condutores também precisa ser transformado, já que muitos acidentes decorrem de imprudência e desrespeito às regras. 

A perda de vidas, especialmente de jovens, é uma dor irreparável, e a repetição de tragédias dessa magnitude, aponta para uma falha coletiva que precisa ser enfrentada com urgência. As autoridades, em conjunto com a sociedade, devem agir para transformar o trânsito em um ambiente mais seguro, protegendo vidas e prevenindo novas tragédias. 

*Gerson Luiz Buczenko e Valdilson Lopes 
Professores do Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Trânsito e Mobilidade Urbana – UNINTER. 


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JULIA CRISTINA ALVES ESTEVAM
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